Antoine-François Momoro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Antoine-François Momoro
Antoine-François Momoro
Nascimento 1756
Besançon
Morte 24 de março de 1794 (37–38 anos)
Paris
Batizado 13 de novembro de 1755
Cidadania França
Cônjuge Sophie Momoro
Ocupação jornalista, impressor, político, empresário
Causa da morte decapitação
Assinatura

Antoine-François Momoro (Besançon, 1756Paris, 24 de março de 1794) foi um impressor, livreiro e político francês durante a Revolução Francesa. Figura importante no Clube dos Cordeliers e entre os hebertistas, foi o principal responsável por popularizar a frase "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" (no original, "Unidade, Indivisibilidade da República, Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou a Morte"), um dos lemas da Revolução e da República Francesa. Ficou conhecido como o "Primeiro Impressor da Liberdade Nacional".

Revolução[editar | editar código-fonte]

A eclosão da Revolução e a declaração da liberdade de imprensa em agosto de 1789 impulsionaram enormemente a sua produção e mudariam o seu destino. Oponente aberto até mesmo de uma monarquia constitucional e da religião católica, Momoro lançou-se com entusiasmo na causa revolucionária e colocou as suas capacidades a serviço das novas ideias. Também esteve entre os signatários da petição antimonárquica que levou ao massacre do Campo de Marte, acontecimento que acabaria por formalizar a divisão entre moderados e extremistas no contexto político revolucionário. Foi eleito deputado pelo departamento de Paris em 1792 e, no ano seguinte, foi enviado como comissário da República para a Vendeia durante a insurreição monarquista ocorrida ali.[1]

Depois de trabalhar pela queda dos girondinos, voltou-se contra Danton e Robespierre, acusando-os de moderados. Em 13 de março de 1794, o Comitê de Salvação Pública decidiu pela prisão dos hebertistas e o Tribunal Revolucionário condenou Momoro à morte. Foi guilhotinado com outros hebertistas importantes na tarde de 24 de março de 1794 (4 de Germinal do Ano II).[2]

Culto da Razão[editar | editar código-fonte]

Festival da Razão em Notre-Dame (1793).

Participou ativamente do processo de descristianização da França e foi o principal defensor do Culto da Razão. Foi sua esposa, Sophie Momoro, quem desempenhou o papel de deusa no "Festival da Razão", em 10 de novembro de 1793 (20 de Brumário do Ano II). Sob seu comando, o Culto na capital francesa era explicitamente antropocêntrico. À maneira da religião convencional, o culto incentivou atos de adoração congregacional e demonstrações devocionais ao ideal da Razão. Contudo, sempre foi feita uma distinção cuidadosa entre o respeito racional à Razão e a veneração de um ídolo. Segundo Momoro:[3]

Liberdade, Razão, Verdade, são apenas seres abstratos. Eles não são deuses, pois, propriamente falando, eles são parte de nós mesmos.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ARAÚJO, André de Melo. O conhecimento impresso Práticas editoriais e estratégias comerciais nos manuais de impressão da Época Moderna. Universidade de Brasília (UnB): Brasília - DF, 2019, pp. 65-77.
  • VOVELLE, Michel. A revolução francesa contra a Igreja: da razão ao ser supremo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1989.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Liberty, Equality, Fraternity - France in the United States/ Embassy of France in Washington». web.archive.org. 18 de outubro de 2014. Consultado em 25 de janeiro de 2024 
  2. Barante, Amable Guillaume P. baron Brugière de (1851). Histoire de la Convention nationale (em francês). [S.l.: s.n.] 
  3. «Reason, Cult of Goddess of | Encyclopedia.com». www.encyclopedia.com. Consultado em 25 de janeiro de 2024