Augusto Caupers Machado de Faria e Maia

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Augusto Caupers Machado de Faria e Maia
Nascimento 21 de setembro de 1831
Ponta Delgada
Morte 24 de março de 1903
Beira
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação empresário, engenheiro

Augusto Caupers Machado de Faria e Maia (Ponta Delgada, 29 de Setembro de 1831Beira, 24 de Março de 1903) foi um engenheiro militar, empresário e político de origem açoriana que, entre outras funções, foi deputado eleito pelo círculo de Ponta Delgada às Cortes da Monarquia Constitucional Portuguesa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Ponta Delgada, filho de José Inácio Machado de Faria e Maia, e da sua segunda esposa e cunhada Mariana de Matos e Góis Caupers. Oriundo de uma das mais poderosas famílias da aristocracia micaelense, à qual pertenceu o 1.º Visconde de Faria e Maia, partiu muito jovem para Lisboa, onde concluiu os estudos preparatórios.

Matriculou-se em 1847 no curso de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, que concluiu, ingressando seguidamente na Escola do Exército, onde se formou em Engenharia Militar.[1] Apesar da sua formação, não seguiu a carreira militar, optando antes pela Engenharia Civil, particularmente no campo dos caminhos-de-ferro e das minas.

Amigo pessoal de José Estêvão Coelho de Magalhães, foi militante do Partido Histórico, tendo colaborado no jornal A Luta. Em 1858 foi eleito deputado pelo círculo de Ponta Delgada para a legislatura de 1858-1859. Nas Cortes fez parte da Comissão Parlamentar de Obras Públicas, dedicando-se essencialmente a temáticas açorianas, entre as quais a construção do Porto Artificial de Ponta Delgada, a melhoria dos serviços da navegação e cabotagem insular, o combate à emigração ilegal e a introdução de medidas proteccionistas para os cereais dos Açores.[1] Ficou célebre por num momento de fúria ter atirado um tinteiro à cara de António José de Ávila.

Em 1859 fugiu para Paris com a esposa de um seu amigo, com quem viveu maritalmente e de quem teve filhos.

Empreendedor e aventureiro, constitui-se em empreiteiro, angariando uma considerável fortuna. Como empreiteiro por conta da Societé Financière de Paris, construiu parte da linha da Beira Alta. Foi engenheiro da mina de Santa Eufémia, na Serra Morena,[1] então exploradas pela Companhia de Minas e Fundição de Chumbo de Santa Eufémia, uma empresa portuguesa.

A sua vida aventurosa levou-o a partir para Moçambique, onde foi o primeiro director dos serviços urbanos da cidade da Beira e engenheiro ao serviço da Companhia de Moçambique.

Faleceu na Beira, Moçambique, depois de ter sido despedido do cargo de director dos serviços urbanos daquela cidade.

Notas

  1. a b c Maria Filomena Mónica (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910), vol. II, pp. 725-726. Lisboa: Assembleia da República, 2005.
  • Vítor Luís Gaspar Rodrigues, A geografia eleitoral dos Açores de 1852 a 1884, pp. 49–52, 274. Ponta Delgada: Universidade dos Açores. 1985;
  • Maria Filomena Mónica (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910), vol. II, pp. 725–726. Lisboa: Assembleia da República, 2005.

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