Búfalo-gigante

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Búfalo-gigante
Intervalo temporal: Pleistoceno - Holoceno? tardio
Skull of Syncerus antiquus
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Subfamília: Bovinae
Gênero: Syncerus
Espécies:
S. antiquus
Nome binomial
Syncerus antiquus
(Duvernoy, 1851)
Sinónimos
  • Bubalus antiquus
  • Bubalus bainii
  • Bubalus nilssoni
  • Homoioceras antiquus
  • Pelorovis antiquus

O búfalo-gigante (Syncerus antiquus / Pelorovis antiquus) foi um grande bovídeo que viveu há aproximadamente 13 mil anos no continente africano, sendo um dos maiores que já existiu; possuía aproximadamente 2,5 metros de altura, 3 metros de comprimento e pesava cerca de 1,5 tonelada, com os machos sendo maiores, mais pesados e com chifres maiores.[1] Vivia em bandos e se assemelhava ao búfalo-africano.[2] Essa espécie vivia próximo a corpos d'água, e possuía grandes chifres. Seus chifres, sem contar com a camada de queratina (Que dificilmente se fossiliza) mediam mais de um metro de comprimento e seu formato se parecia com os do atual Bubalus arnee, o que fez com que esse animal fosse erroneamente classificado no gênero Bubalus.[3][4] A nomenclatura oficial dessa espécie ainda é motivo de discussões dentro da comunidade científica.[5]

Descoberta e classificação[editar | editar código-fonte]

O búfalo-gigante foi descrito pela primeira vez em 1851 por Georges Louis Duvernoy a partir de um crânio encontrado ao longo do rio Bou Sellam na Argélia. Foi encontrado a um metro de profundidade, quando estavam escavando fundações para a construção de um novo moinho. Posteriormente à sua descoberta, o crânio foi enviado para Paris.[1] A primeiro momento, o animal foi classificado como Bubalus antiquus. Em 1949, Dorothy Bate atribuiu a espécie ao gênero Homoioceras. Foi posteriormente transferido para o gênero Pelorovis em 1978. A espécie foi classificada como Pelorovis devido a sua arcada dentária.[6]

A partir de 1994, tem sido sugerido que a espécie seja movido para Syncerus (do grego "juntos")[7] devido às suas semelhanças cranianas e pós-cranianas com os animais atuais desse gênero, como a posição das órbitas por exemplo.[5] Este é o nome mais aceito para o animal atualmente, mas o nome Pelorovis ainda pode ser encontrado em alguns documentos e artigos.[1][8] Possíveis fósseis do búfalo-gigante foram encontrados em depósitos do Holoceno, mas estes possivelmente pertencem a outro bovídeo uma vez que até onde sabemos essa espécie foi extinta no Pleistoceno Superior.[1]

Búfalos gigantes em arte rupestre
Búfalos gigantes em arte rupestre

Alimentação[editar | editar código-fonte]

O búfalo-gigante era um animal herbívoro, como confirmado pelas análises de desgaste de seus dentes e pela proximidade com os atuais búfalos.[4]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

O búfalo-gigante viveu no Norte da África, na África Austral e na África Oriental. Foi extinto há cerca de 4000 anos.[3] Devido ao tamanho dos chifres, provável que essa espécie vivia em áreas com poucas árvores, provavelmente próximo a corpos d'água como fazem os atuais búfalos. O fato de os restos da espécie terem sido encontrados pela primeira vez próximos a um rio fortalece essa hipótese.[1]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Com base em pinturas rupestres acredita-se que o búfalo-gigante vivia em grandes rebanhos e os machos lutavam entre si batendo suas cabeças. Demais hábitos ainda são desconhecidos.[1]

Extinção[editar | editar código-fonte]

Sua extinção tem sido atribuída à predação humana (já que o animal é representado em pinturas rupestres)[5] e às mudanças climáticas. Recentemente surgiu também a hipótese de que ele simplesmente sofreu uma metamorfose e se tornou o búfalo africano Syncerus caffer.[9] Francis Thackeray propôs em 2007 que um grande meteorito atingiu a terra há aproximadamente 12.800 anos, espalhando platina na atmosfera, o que levou a extinção de diversos animais que comiam grama. Segundo esse mesmo cientista, o Equus capensis e o Megalotragus priscus também foram extintos pela queda desse corpo celeste.[10]

Referências

  1. a b c d e f «Wikiwand - Syncerus antiquus». Wikiwand. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  2. «Búfalo Gigante - Pelorovis antiquus - Atlas Virtual da Pré-História». www.atlasvirtual.com.br. Consultado em 25 de dezembro de 2022 
  3. a b «Pelorovis antiquus (Syncerus antiquus)». prehistoric-fauna.com. Consultado em 25 de dezembro de 2022 
  4. a b «Syncerus Antiquus - Encyclopedia Information». webot.org (em inglês). Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  5. a b c Camps, G. (1 de setembro de 1992). «Bubalus antiquus». Encyclopédie berbère (em francês) (11): 1642–1647. ISSN 1015-7344. doi:10.4000/encyclopedieberbere.1875. Consultado em 28 de dezembro de 2022 
  6. Klein, Richard G. (1 de novembro de 1994). «The Long-Horned African Buffalo (Pelorovis antiquus) is an Extinct Species». Journal of Archaeological Science (em inglês) (6): 725–733. ISSN 0305-4403. doi:10.1006/jasc.1994.1072. Consultado em 26 de dezembro de 2022 
  7. Palmer, T. S. Index generum mammalium: a list of the genera and families of mammals. Washington: Govt. Print. Off 
  8. Rossouw, Lloyd (setembro de 2001). «The extinct Giant Long-Horned Buffalo of Africa». Consultado em 30 de dezembro de 2022 
  9. Klein, Ricardo (novembro de 1994). «Búfalo africano». Consultado em 27 de dezembro de 2022 
  10. says, Trent Telenko (2 de outubro de 2019). «Africa». The Cosmic Tusk (em inglês). Consultado em 29 de dezembro de 2022