Caminho de Ferro do Limpopo

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Caminho de Ferro do Limpopo
Info/Ferrovia
Predefinição:Info/Ferrovia
Ponte rodoferroviária de Magude, sobre o rio Incomati, em 2008.
Informações principais
Sigla ou acrônimo CFL
Área de operação Moçambique e Zimbábue
Tempo de operação 1914–Presente
Operadora Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique
Ferrovias Nacionais do Zimbábue
Interconexão Ferroviária Beira-Bulavaio
Ressano Garcia
Portos Atendidos Porto de Maputo-Matola
Especificações da ferrovia
Extensão c.900 km (559 mi)
Diagrama e/ou Mapa da ferrovia

Caminho de Ferro do Limpopo (CFL),[1] também chamado de Caminho de Ferro de Gweru-Maputo, é uma ferrovia que liga a cidade de Maputo, em Moçambique, à localidade de Somabula, no Zimbábue, seguindo o curso do rio Limpopo. Possui cerca de 900 km de extensão.[2]

No trecho moçambicano, entre Maputo e Chicualacuala (antiga Malvernia), a empresa administradora é a Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM);[2] já no trecho zimbabuano, entre a localidade e de Niangambe e a de Somabula, a administração é feita pela empresa Ferrovias Nacionais do Zimbábue (National Railways of Zimbabwe).[3]

Seu ponto de escoamento principal está no Porto de Maputo-Matola.

História[editar | editar código-fonte]

A construção de uma linha férrea que deveria seguir paralela aos vales dos rios Incomati e Limpopo iniciou-se na década de 1910, ligando inicialmente a cidade de Moamba, a Magude e Ungubana, chegando até a vila de Xinavane. Tal trecho foi concluído no ano de 1914 e já colocado em operação.[4][5]

Em maio de 1953 as obras da linha foram retomadas,[4] fazendo a ligação de Ungubana (a ligação Ungubana-Xinavane tornou-se ramal) até Chócue e Caniçado, seguindo daí para o norte, alcançando Chicualacuala em 1955.[5]

A segunda etapa da linha foi inaugurada em uma cerimónia realizada em 1 de agosto de 1955,[4] onde estiveram presentes autoridades coloniais portuguesas e da Federação da Rodésia e Niassalândia. O trecho moçambicano inicialmente ligava Moamba e Chicualacuala (antiga Malvernia), utilizando-se o trecho do Caminho de Ferro de Ressano Garcia, entre Moamba e Maputo, para acessar o Porto de Maputo.[6]

Na década de 1960 o governo da Rodésia concluiu a extensão da linha férrea, de Chicualacuala/Niangambe, passando por Rutenga, até chegar na estação de interconexão de Somabula.[7]

A Guerra Civil Moçambicana, a partir de 1977, interrompeu o tráfego da ferrovia, causando, em virtude dos ataques e sabotagens, a degradação quase total do trecho moçambicano da linha.[8]

O Caminho de Ferro do Limpopo chegou a ser restaurado na década de 1990, mas precisou ser praticamente reconstruído em 2004 após os danos causados ​​pelas inundações em 2000 nos vales de Limpopo e Incomati.[2]

Após a reinauguração, mudou definitivamente seu traçado, partindo de Maputo e não mais de Moamba, seguindo diretamente para Manhiça e Chócue;[9] entretanto operou bem abaixo da capacidade, devido à fraca demanda do Zimbábue e de outros países vizinhos.[2]

Estações principais[editar | editar código-fonte]

As principais estações do CFL são:[9]

Acidentes[editar | editar código-fonte]

  • Desastre ferroviário de Magude: ocorrido em 27 de março de 1974 em Magude (então conhecida como São Miguel), no Moçambique Português, quando um trem que transportava passageiros da Rodésia colidiu de frente com um trem de carga petrolífero moçambicano, causando uma explosão que matou 70 pessoas e feriu 200.[10] O fogo resultante foi de tal escala e calor que o trabalho de resgate foi impossível por alguns dias.[11]

Referências

  1. «Portaria n.º 14 124, de 15 de Outubro de 1952» (PDF). , que designa de «Caminho de Ferro do Limpopo» o novo troço de caminho de ferro em construção do Guijá à margem direita do rio Limpopo e daqui até à fronteira da Rodésia do Sul. Diário da República 
  2. a b c d Zimbabwe: Railway Lines Underused. All Africa. 28 de agosto de 2018.
  3. Network System: System Map. National Railways Of Zimbabwe. 2017.
  4. a b c D'Ornellas, Carlos (16 de outubro de 1955). «Caminho de Ferro de Limpopo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro: 372 e 410 
  5. a b Fernandes, José Manuel. «Gaza, Moçambique: Enquadramento Histórico e Urbanismo». Heritage of Portuguese Influence / Património de Influência Portuguesa — HPIP. Consultado em 4 de junho de 2021 
  6. United States. Bureau of Foreign Commerce. World Trade Information Service: Utilities abroad. Volume 1, Parte 1. 1955.
  7. «Revamping the Regional Railway Systems in Eastern and Southern Africa» (PDF). Organização Mundial do Comércio. 31 de janeiro de 2011 
  8. Jane Perlez, Special To the New York Times. Beira Journal; Road to Prosperity Has a Special Hazard: Rebels. The New York Times. 21 de fevereiro de 1989.
  9. a b Mozambique Logistics Infrastructure: Mozambique Railway Assessment. Atlassian Confluence. 10 de dezembro de 2018.
  10. «70 Killed In Train Crash». Oxnard Press Courier. 30 de março de 1975. Consultado em 24 de dezembro de 2017 
  11. Semmens, Peter W. B.. Katastrophen auf Schienen: Eine weltweite Dokumentation. Stuttgart: Transpress, 1996, ISBN 3-344-71030-3. pg. 180.
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