Carteirada

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Carteirada é uma situação em que se busca vantagem ou privilégio em razão de seu cargo, profissão, condição financeira ou social. Usualmente na ânsia de obter pequenas vantagens não financeiras, como por exemplo valer-se de sua condição para facilitar a obtenção de preferências, favores, tolerâncias e/ou cortesias, fato que, em condições normais, não seria acessível aos cidadãos comuns.

Caso Luciana Tamburini[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Caso Luciana Tamburini
João Carlos Correa
Nome completo João Carlos de Souza Correa
Conhecido(a) por Caso Luciana Tamburini
Nascimento 1962 (61–62 anos)
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Alice Tamborindeguy (ex)
Ocupação Juiz de direito, titular do 18º JEC do Rio de Janeiro

Em novembro de 2014, o juiz brasileiro João Carlos de Souza Correa tornou-se notório por ter processado uma agente de trânsito que o havia autuado, sendo chamado em reportagem da revista Isto É de "o rei da carteirada".[1] Já o jornal O Globo afirmou em reportagem que a carreira de João Carlos é marcada por polêmicas, citando um episódio no qual o juiz chegou a chamar a Polícia Federal após tentar entrar em navio para comprar em free shop.[2] O juiz estava dirigindo sem habilitação um automóvel sem placas de identificação nem documentação e foi autuado por Tamburini. Após discussão, Correa deu voz de prisão à agente.[3][4] A conduta de Correa foi alvo de processo disciplinar e julgada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que considerou adequada a postura do magistrado. O episódio gerou revolta e manifestações de apoio à agente de trânsito e exigindo justiça contra Correa tanto na mídia como nas redes sociais.[3][5][6][7]

Caso TAM Linhas Aéreas[editar | editar código-fonte]

Marcelo Testa Baldochi
Nome completo Marcelo Testa Baldochi
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Juiz de direito, titular da 4ª Vara Cível de Imperatriz

Em dezembro de 2014, na cidade de Imperatriz (MA), o juiz Marcelo Testa Baldochi deu voz de prisão a três funcionários da TAM depois de ser impedido de embarcar em um voo, por atraso.[8][9] O juiz acusou os funcionários de crime contra o consumidor. Porém, anos antes, ele já havia negado indenização por perda de voo, alegando que a culpa fora, exclusivamente, do cliente.[9][10] Baldochi nasceu no estado de São Paulo, passou em um concurso público em 2003 e tomou posse como juiz no Maranhão no ano de 2006.[11]

Reações[editar | editar código-fonte]

A AMB divulgou em nota que considera inadmissível qualquer atitude que represente abuso de poder. O presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA), Gervásio Protásio, divulgou que "[...] nós, magistrados do Estado do Maranhão, não compactuamos com esse tipo de atitude".[9] A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Maranhão informou que vai representar o juiz junto ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça).[10] O ocorrido virou motivo de piadas, na Internet.[12][13]

Outras polêmicas[editar | editar código-fonte]

Já foi ferido ao brigar com um flanelinha por causa de uma vaga de estacionamento, e em 2007 fiscais do trabalho resgataram 25 pessoas em regime análogo à escravidão na fazenda do magistrado em Açailândia.[9]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Revista Isto É: O rei da carteirada
  2. O Globo: Carreira de juiz da Lei Seca é marcada por polêmicas
  3. a b «'É juiz, mas não é Deus'; veja as frases da semana - Notícias - UOL Notícias». noticias.uol.com.br. 2014. Consultado em 8 de novembro de 2014 
  4. Daflon, Rogério (2014). «ISTOÉ Independente - Comportamento». istoe.com.br. Consultado em 8 de novembro de 2014 
  5. Ramalho, Raul (11 de novembro de 2014). «A mídia contra o 'juiz Deus'». Observatório da Imprensa. Consultado em 9 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 9 de dezembro de 2014 
  6. carless, will (20 de novembro de 2014). «Brazil's rich and powerful may no longer be above the law». globalpost. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  7. Margolis, Mac (13 de novembro de 2014). James Gibney, ed. «Brazil's Elite Shouldn't Get Off Easy». BloombergView. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  8. «Juiz dá voz de prisão a funcionários da companhia aérea TAM no Maranhão». 8 de dezembro de 2014. Consultado em 21 de dezembro de 2014 
  9. a b c d «Juiz dá voz de prisão a funcionários da companhia aérea TAM no Maranhão». 8 de dezembro de 2014. Consultado em 21 de dezembro de 2014 
  10. a b «Juiz que mandou deter agentes da TAM já negou indenização por perda de voo». 10 de dezembro de 2014. Consultado em 21 de dezembro de 2014 
  11. G1: OAB entra com representação contra juiz que deu voz de prisão em aeroporto
  12. sensacionalista.com.br. «Pra provar que é poderoso, juiz voa atrás do avião em que foi impedido de entrar». Consultado em 21 de dezembro de 2014 
  13. sensacionalista.com.br. «Após brochar, juiz dá voz de prisão a dono de motel». Consultado em 21 de dezembro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]