Cerco de Lisboa (1142)

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O Cerco de Lisboa de 1142 foi uma primeira tentativa, falhada, feita pelo rei D. Afonso Henriques para se apoderar da cidade de Lisboa, então sob poder muçulmano, com o auxílio de uma frota de cruzados.

História[editar | editar código-fonte]

Após a Batalha de Ourique, o "rei Esmar", provavelmente o governador Muhammad Az-Zubayr Ibn Umar, comandante dos muçulmanos, que fora derrotado, resolvera desforrar-se e, enquanto D. Afonso Henriques combatia contra os leoneses no Torneio de Arcos de Valdevez, Ibn Umar destruiu Leiria e atacou Trancoso.[1] Firmadas as pazes com o seu primo Afonso VII de Leão, desceu D. Afonso Henriques com as suas tropas a Trancoso para socorrer a região e combateu contra os mouros, que derrotou em dois confrontos.[1]

As cidades muçulmanas de Lisboa, Santarém e os castelos vizinhos pagavam um tributo a D. Afonso Henriques para que não lhes atacasse as terras.[2] Não obstante, após a destruição de Leiria e Trancoso, decidiu D. Afonso Henriques que convinha capturar aquelas posições para melhor garantir a segurança da fronteira meridional de Portugal.[1]

Chegado a Gaia, encontrou no porto desta cidade uma frota de 70 navios de cruzados ingleses e normandos, de Southampton e Hastings, liderados por Willelmus Vitulus e o seu irmão Radulfo, a caminho da Terra Santa e que fortuitamente haviam ali procurado refúgio devido ao mau tempo.[3][1] Logrou D. Afonso convencê-los a ajudá-lo a conquistar Lisboa.[1]

Acertados os pormenores do auxílio, deu a frota cruzada entrada no Tejo enquanto D. Afonso Henriques se dirigiu para Lisboa com as suas tropas por terra.[3][1]

A comarca de Lisboa foi devastada e os arrabaldes da cidade destruídos, porém, atacado o burgo, não pôde este ser conquistado na ocasião devido a desavenças entre o rei português e os seus aliados norte-europeus.[3][1]

Na ida para Lisboa, ou de regresso, D. Afonso Henriques refundou o castelo de Leiria, destruído dois anos antes pelos mouros, segundo entendeu António Brandão.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g Carlos Selvagem: Portugal Militar - Compênio de História Militar e Naval de Portugal, Imprensa Nacional, Lisboa, 1931, pp. 39-40.
  2. Marco Oliveira Borges: Em Torno da Preparação do Cerco de Lisboa (1147) E De Uma Possível Estratégia Marítima Pensada Por D. Afonso Henriques
  3. a b c H. V. Livermore: A History of Portugal Cambridge University Press, 1947, pp. 71-72.
  4. António Brandão: Terceira Parte da Monarchia Lusitana, Lisboa, 1632, fl. 135.