Cidade Matarazzo

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Cidade Matarazzo
Cidade Matarazzo
Desenho do Cidade Matarazzo
Arquiteto Jean Nouvel
Início da construção 2014
Fim da construção -
Proprietário atual Alexandre Allard
Website
Altura Torre Mata Atlântica (mais de 100 metros)
Geografia
País Brasil
Cidade São Paulo
Coordenadas 23° 33' 39" S 46° 39' 11" O

Cidade Matarazzo é um megacomplexo de luxo em construção localizado no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. O projeto, idealizado pelo francês Alexandre Allard, está posicionado no meio de três hectares de Mata Atlântica, em um terreno de mais de 30 mil metros quadrados onde ficava o antigo Hospital Matarazzo, a 200 metros da Avenida Paulista. Além do Hospital, outros edifícios históricos, como a Maternidade Condessa Filomena Matarazzo (1943) e a Capela Santa Luzia (1922), também serão restaurado.[1]

Considerado um dos maiores empreendimentos imobiliários erguidos na cidade e país nos últimos anos,[1] o complexo dará novo uso às edificações históricas: a Maternidade será convertida em um hotel seis estrelas da rede hoteleira Rosewood, sendo, assim, o primeiro hotel-palácio de com tal classificação da rede na América Latina; o projeto do hotel conta com a assinatura do arquiteto francês Jean Nouvel (seu primeiro trabalho na América Latina), o designer de interiores Philippe Starck, além de mais de 50 nomes artísticos importantes do cenário brasileiro.[2] Ele estará anexado à Torre Mata Atlântica, a qual terá mais de 100 metros de altura e 122 suítes na parte hoteleira e 90 apartamentos para moradores. A torre acomodará inúmeros tipos de árvores, formando uma continuação vertical da área verde do complexo, que possuirá mais de dez mil árvores nativas da Mata Atlântica; desse modo, quando concluída, o Cidade Matarazzo abrigará a maior floresta urbana do mundo.[3][4][1] A Capela de Santa Luzia voltará a receber missas e casamentos.[5]

Além disso, haverá um Edifício Corporativo, assinado pelo arquiteto Rudy Ricciotti, um centro comercial com boulevard e lojas de mais de 300 marcas de luxo, das quais mais de setenta serão marcas internacionais exclusivas, 34 restaurantes, estacionamento com 1,5 mil vagas e 68 casas de artesãos que fazem homenagem ao artesanato brasileiro, com uma alameda de moda praia brasileira e um espaço cultural – intitulado de a Casa da Criatividade, a qual abrigará, no mínimo, três grandes exposições por ano.[4][5]

Com um investimento estimado a dois bilhões de reais, a maior parte de recursos estrangeiros, a obra é dividida em duas fases, com a primeira prevista para ser entregue em 2021.[1][5] No dia 13 de novembro, a Capela Santa Luzia foi reinaugurada.[6]

História[editar | editar código-fonte]

A concepção do projeto surgiu em 2008, enquanto o empresário francês Alexandre Allard, que estava na região, encontrou o terreno em que se localizava o Hospital Matarazzo junto da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo e a Capela Santa Luzia, os quais haviam sido abandonados desde 1993, quando tiveram falência decretada.

Depois de muito tentar a superar "todos os impedimentos da burocracia brasileira", o Groupe Allard adquiriu a área tombada por 117 milhões de reais, que conserva uma mancha verde remanescente da Mata Atlântica.

"Fui ao Condephaat para preservar o complexo. Teria sido muito mais fácil derrubá-lo para fazer cinco ou seis torres gigantes."[7]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Depois de aprovado, a fase seguinte foi a restauração e construção de novos edifícios. Com intuito de preservar as características originais, uma vez que não seria possível derrubar nem a capela nem a maternidade, ambas as construções tiveram que ser desalocadas de seu lugar original sem que sofressem nenhum dano. Para tal feito inédito no Brasil, no que tange à Capela Santa Luzia, que pesa 1 400 toneladas, foram construídos oito pilares de 60 metros de profundidade; em seguida, foi aplicada uma remoção controlada e manual do terreno original para a execução da nova estrutura. O mesmo se sucedeu com a Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, embora com nesta obra o trabalho foi "mais complicado", tendo sido aplicado processo mais complexo no edifício de 11 000 toneladas.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «Conheça o megacomplexo Cidade Matarazzo». INFRA FM. Consultado em 30 de abril de 2021 
  2. «A cidade de São Paulo receberá em breve novas marcas de hotéis de luxo». Revista Hotéis. 1 de abril de 2021. Consultado em 30 de abril de 2021 
  3. Simonelli, Nádia. «Hospital histórico vai se tornar hotel seis estrelas com fachada verde, em SP». Casa Vogue. Consultado em 30 de abril de 2021 
  4. a b «Está nascendo o novo símbolo de sofisticação em São Paulo». Esquema Imóveis. 17 de março de 2020. Consultado em 30 de abril de 2021 
  5. a b c «SP: megacomplexo de luxo em antigo hospital será aberto em maio». R7.com. 25 de setembro de 2019. Consultado em 30 de abril de 2021 
  6. Geronazzo, Fernando (17 de novembro de 2021). «Capela Santa Luzia é reinaugurada e marca início das atividades da Cidade Matarazzo». Jornal O São Paulo. Consultado em 18 de novembro de 2021 
  7. a b «Cidade Matarazzo reinventa a paisagem de São Paulo». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 30 de novembro de 2021