Polo Industrial de Camaçari
O Polo Industrial de Camaçari fica localizado no município de Camaçari se estendendo até Dias d'Ávila, no estado da Bahia. É o maior polo industrial do estado, abrigando diversas indústrias químicas, petroquímicas e automobilísticas (BYD Auto, Continental AG). O polo é administrado pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (COFIC), uma associação empresarial privada, que representa mais de 60 empresas no Polo Industrial de Camaçari e em suas áreas de influência.[2]
Com a atração de novos empreendimentos para a Bahia, o Polo Industrial de Camaçari experimenta, atualmente, um novo ciclo de expansão, cuja área física aumentou de 13,4 mil para 29,3 mil hectares, implantando novas rotas de produção.[3]
Juntas, todas as empresas do Polo Industrial investem, anualmente, US$ 16 bilhões e geram 15 mil empregos diretos, sendo responsáveis por 20% do PIB da Bahia.[4]
História
[editar | editar código-fonte]Origem
[editar | editar código-fonte]O polo iniciou suas operações em 29 de junho de 1978. Foi o primeiro complexo petroquímico planejado do país. Atualmente se destaca como o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul,[5] abrigando mais de 90 empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos de atividade, como indústria automotiva, de celulose, metalurgia do cobre, têxtil, bebidas, de produção de equipamentos para energia eólica e serviços. Inicialmente, fabricava apenas produtos químicos e petroquímicos.
A instalação dessas indústrias promoveu o desenvolvimento de Camaçari, gerando impactos na economia, educação e empregos. O polo passou a atrair mais mão de obra para a cidade e os impostos arrecadados o transformaram num dos municípios mais ricos do Brasil. A proximidade das indústrias demandou mais profissionais de nível técnico e superior. E para formar profissionais, cursos técnicos foram implantados na cidade, com a instalação de escolas técnicas e universidades.[6] Na área de infraestrutura, o polo registrou avanços expressivos como a implantação do sistema de rodovias BA-093, estimulando novos investimentos, permitindo o escoamento da produção e ampliando a competitividade das empresas instaladas no local.[7][8]
Trajetória
[editar | editar código-fonte]Superando as muitas crises conjunturais, mudanças de política econômica e as transformações marcantes no contexto internacional, o complexo experimentou ciclos sucessivos de expansão, preservando a posição de relevância no setor industrial. Localmente, contribui para o desenvolvimento da economia regional através da oferta de emprego e renda, promovendo a sua modernização mediante a introdução de novas tecnologias, especializações e elevados padrões de desempenho técnico e empresarial.
São muitos os estudos e teses que analisam o impacto do polo sobre a economia do Estado e o desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador, notadamente sobre os padrões de urbanização e serviços da capital. É consensual entre os estudiosos a constatação de que os efeitos dinâmicos do complexo superaram os registrados na década de 50 com a indústria petrolífera e posteriormente com a implantação do Centro Industrial de Aratu. O polo mudou definitivamente o perfil econômico do Estado, a face da sua capital e o mercado de trabalho dos baianos, constituindo-se ainda hoje uma das mais significativas contribuições para a desconcentração industrial no Brasil.
O polo surgiu sob o modelo tripartite, reunindo em sua composição acionária participações do Estado e da iniciativa privada nacional e estrangeira. O processo de privatizações deflagrado no início da década de 90 gerou uma reestruturação de capitais, através de fusões e aquisições, que culminou com a venda da central de matérias-primas, a Copene, em 2001.
A aquisição da empresa pelo consórcio Odebrecht (atual Novonor)/Mariani representou um marco na reestruturação da petroquímica nacional, por integrar a central a unidades de segunda geração do grupo, dotando-a de capital, escala de produção e aporte tecnológico para ampliar a sua competitividade mundial. Desta integração nasceu a Braskem, uma empresa de classe mundial, líder em termoplásticos na América Latina. Com ativos avaliados em R$ 12 bilhões, é um dos cinco maiores empreendimentos privados do país.
A fase atual do polo apresenta, como traços marcantes, a expansão e a diversificação industrial. Os maiores empreendimentos implantados no estado nos anos recentes se localizaram no Polo de Camaçari. A Ford instalou o Complexo Industrial Ford Nordeste, que era o maior e mais recente investimento da montadora em todo o mundo, estimado em US$ 1,2 bilhões, para produzir 250 mil veículos/ano para os mercados interno e externo e elevando a produção local para 300 mil veículos[9], além da instalação de uma fábrica de motores.[10][11] A implantação da Ford em 2002 abriu uma nova rota produtiva no distrito, viabilizando sua diversificação, com a atração de várias empresas fornecedoras de insumos à produção automobilística, empresas de pneus e outras, reduzindo dessa forma a concentração na produção de petroquímicos. A transformação foi tal que o polo, antes chamado de petroquímico, passou a ser conhecido como Polo Industrial de Camaçari.[3] Já a Monsanto investiu US$ 550 milhões na instalação da primeira indústria de matérias-primas para herbicidas da América do Sul. A despeito dos avanços, ainda é reduzido o volume de produtos finais químicos e petroquímicos produzidos em Camaçari.[12]
Com a implantação do Complexo Acrílico Basf, uma nova rota de produção petroquímica está sendo criada, com um impacto maior que o da produção automobilística, viabilizando uma nova cadeia produtiva que vai possibilitar a implantação da tão sonhada indústria de transformação de petroquímicos.[6][10][12][13]
Referências
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 16 de junho de 2012. Arquivado do original em 22 de julho de 2013
- ↑ «COFIC POLO». COFIC POLO. Consultado em 17 de agosto de 2016. Arquivado do original em 22 de agosto de 2016
- ↑ a b «BAHIA ECONOMICA». bahiaeconomica.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2016. Arquivado do original em 26 de agosto de 2016
- ↑ «Atraídas pela Braskem, Basf e Kimberly se instalam e é formado o Polo Acrílico». Consultado em 17 de agosto de 2016
- ↑ Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (27 de março de 2020). «O Polo Industrial de Camaçari». Comitê de Fomento Industrial de Camaçari. Consultado em 27 de março de 2020
- ↑ a b «Polo de Camaçari tem como próximo passo atrair mais indústrias de transformação». Consultado em 17 de agosto de 2016
- ↑ «BAHIA ECONOMICA». www.bahiaeconomica.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2016. Arquivado do original em 26 de agosto de 2016
- ↑ «BAHIA ECONOMICA». www.bahiaeconomica.com.br. Consultado em 17 de agosto de 2016. Arquivado do original em 26 de agosto de 2016
- ↑ «Novo Ka elevará produção da Ford Camaçari para 300 mil carros por ano - Empresas - iG». Consultado em 17 de agosto de 2016
- ↑ a b «Atraídas pela Braskem, Basf e Kimberly se instalam e é formado o Polo Acrílico». Consultado em 17 de agosto de 2016
- ↑ http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/04/primeira-fabrica-de-motores-do-nordeste-e-inaugurada-em-camacari.html
- ↑ a b «COFIC POLO». COFIC POLO. Consultado em 17 de agosto de 2016. Arquivado do original em 5 de abril de 2016
- ↑ «BASF Brasil - Inicio». Consultado em 17 de agosto de 2016