Dimorphandra wilsonii

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Dimorphandra wilsonii
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Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiospermae
Clado: Eudicotyledoneae
Clado: Rosids
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae
Gênero: Dimorphandra
Espécies:
D. wilsonii
Nome binomial
Dimorphandra wilsonii

Dimorphandra wilsonii é uma espécie vegetal da família Fabaceae.

Nome populares: faveiro-de-wilson; faveira-da-mata.

Descrição morfológica[editar | editar código-fonte]

É uma espécie com o hábito arbóreo podendo chegar até 17 metros de altura, e cerca de 1,12m de diâmetro.[2]

Folhas: Possui folhas grandes, bipinadas, com pinas opostas ou subopostas (5 a 15 pares de pinas), apresenta folíolos elípticos densamente pilosos em ambas as faces quando jovens, sua base é arredondada e o teu ápice obtuso ou atenuado. Apresentam também uma nervura primária imersa na face axial e proeminente e densamente pilosa na abaxial.[2]

Flores: Suas flores são hermafroditas - amarelas e pequenas, possui um cálice urceolado; corola com 5 pétalas espatuladas bem evidente. Os estames 5 são epipétalos e glabros; as anteras são rimosas, introrsas, e um ápice dilatado. O ovário é fusiforme, anguloso e glabro. O estilete é bem espesso, mas em geral recurvado; estigma é do tipo punctiforme.

Suas flores possuem um leve odor de peixe (Fernandes, especialista da espécie).[2]

De modo geral, a Dimorphandra wilsonii possui inflorescência composta por até 20 cachos com até 15 espigas densas, e cada espiga apresenta 80-100 flores.[2]

Fruto: É um legume plano medindo cerca 15 à 25cm de comprimento, liso, espesso e rígido, sendo sua casca externa na cor marrom escuro. Internamente apresenta uma polpa alva[2]

Semente: A semente possui o formato elíptico a reniforme, sendo o ápice oblonga e algumas vezes levemente recurvada, medindo cerca de 17,9 mm; e uma largura média de 6,7 mm. A testa da semente é do tipo córnea com superfície lisa e brilhante, de coloração marrom a avermelhada.[2]

Ecologia da espécie[editar | editar código-fonte]

Fenologia: Apresenta um ciclo fenológico anual com a queda de folhas ocorrendo em quase todos os meses do ano, sendo bem mais evidente no início da estação seca, de maio à setembro ou nos mês de outubro, e com a chegada das chuvas a espécie inicia a rebrota (novembro) onde-se já observa as folhas jovens e, a partir de dezembro, folhas maduras. Os botões florais surgem de novembro a fevereiro, e as flores maduras de dezembro a fevereiro, com o pico de floração em janeiro. Sua frutificação inicia-se por volta de fevereiro e se estende por 6 a 8 meses até a maturação dos frutos. A queda dos frutos maduros se dá entre agosto e novembro.[3]

Domínios e estados de ocorrência[editar | editar código-fonte]

É uma espécie arbórea criticamente ameaçada de extinção,[1] endêmica do Estado de Minas Gerais, no Sudeste do Brasil Brasil.

O seu habitat natural são as áreas de transição do Cerrado para a Mata Atlântica, em alguns municípios próximos à cidade de Belo Horizonte, capital Estado de Minas Gerais.

Ameaças a espécie[editar | editar código-fonte]

A espécie encontra-se ameaçada pela destruição de habitat (perda de habitat). Sua população é fragmentada e reduzida, com apenas 246 indivíduos adultos, a espécie requer ações de conservação para a sua sobrevivência. O Jardim Botânico de Belo Horizonte (FZB-BH) coordena desde 2003 um esforço multi-disciplinar voltado para o estudo e a conservação da espécie, que inclui a procura por novos indivíduos e populações da espécie. Através deste projeto já foram estudados a genética, a fenologia, o cultivo e a fisiologia da espécie, mas outros estudos precisam ser feitos. É necessário, sobretudo, investir na preservação das populações existentes, na reintrodução de espécie e na restauração do habitat. Para viabilizar estas ações, o Jardim Botânico e a Sociedade de Amigos da Fundação Zoo-Botânica procuram por patrocinadores.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • FERNANDES, F. M.; FONSECA, A. G.; KAECHELE, K; GOULART, M. F., MARINHO, W.; SOUZA, H A.V; QUEIROZ, A. R.; GIORNI, V.; OLIVEIRA, G.; RODRIGUES, M. J.; BACELAR, M.; LOVATO, M. B. 2007. Tentando evitar mais uma extinção: o caso do “Faveiro de Wilson” (Dimorphandra wilsonii Rizzini). In: Recuperando o verde para as cidades: a experiência dos jardins botânicos brasileiros (T. S. Pereira, M. L. M. N. Costa e P. W. Orgs). Rio de Janeiro: Rede Brasileira de Jardins Botânicos; Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro; BGCI. p. 87-98.

Referências

  1. a b Moreira Fernandes, F. (2006). «Dimorphandra wilsonii». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2006: e.T61926A12574230. doi:10.2305/IUCN.UK.2006.RLTS.T61926A12574230.enAcessível livremente. Consultado em 16 de novembro de 2021 
  2. a b c d e f «Plano de ação nacional para a conservação do Faveiro-de-wilson (Dimorphandra wilsonii rizzini)» (PDF). Plano de ação nacional para a conservação do Faveiro-de-wilson (Dimorphandra wilsonii rizzini) / organizadores eline Matos Martins ; Fernando Moreira Fernandes ; daniel Maurenza ; nina Pougy ; rafael loyola;Gustavo Martinelli ; . -- rio de Janeiro : Andrea Jakobsson estúdio : instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2014. Consultado em 21 de novembro de 2022 
  3. Fernandes, Fernando Moreira; Rego, Juliana Ordones (setembro de 2014). «Dimorphandra wilsonii Rizzini (Fabaceae): distribution, habitat and conservation status». Acta Botanica Brasilica (3): 434–444. ISSN 0102-3306. doi:10.1590/0102-33062014abb3409. Consultado em 22 de novembro de 2022 

Este artigo está disponível no site https://web.archive.org/web/20130508024615/http://amigosdazoobotanica.org.br/

Dados de 31 de Julho de 2008.

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