Eny Moreira

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Eny Moreira
Eny Moreira
Nascimento 5 de abril de 1946
Juiz de Fora
Morte 4 de janeiro de 2022 (75 anos)
Cidadania Brasil
Ocupação advogada, ativista dos direitos humanos

Eny Raimundo Moreira (Juiz de Fora, 5 de abril de 1946São Paulo, 4 de janeiro de 2022) foi uma advogada e defensora dos direitos humanos brasileira. Foi presidente-fundadora do Comitê Brasileiro pela Anistia, integrou a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro[1] e foi uma das idealizadoras do Brasil: Nunca Mais.[2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Durante seus 15 anos trabalhando no escritório de Sobral, atuou defendendo presos políticos. Atuou em importantes casos no Tribunal Militar em São Paulo, como os de Paulo Vannuchi, Isis Dias de Oliveira, Aurora Maria e Theodomiro Romeiro, primeiro civil condenado à pena de morte.[4][5][6][7]

Em 1978, fundou e presidiu o Comitê Brasileiro pela Anistia.[8] Em 1979 foi uma das idealizadoras do projeto "Brasil: nunca mais",[8] que copiou mais de 700 processos políticos que tramitaram pela Justiça Militar, entre abril de 1964 e março de 1979.[9] O projeto visava evitar que os processos judiciais de crimes políticos fossem destruídos com o fim da ditadura militar, como ocorreu no Estado Novo.[1] Com apoio do reverendo Jaime Wright e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, conseguiram financiamento do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).[9] Após seis anos de trabalho, o trabalho é finalizado e publicam um livro com o conteúdo em 1985.

Eny não resistiu às consequências de uma parada cardíaca e faleceu em 04 de janeiro de 2022, na cidade de São Paulo.[1]

Referências

  1. a b c Salles, Renato (4 de janeiro de 2022). «Morre Eny Moreira, advogada juiz-forana que denunciou abusos da Ditadura». Tribuna de Minas. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  2. «Pessoas essenciais». Brasil: Nunca Mais. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  3. Vieira, Isabela (8 de maio de 2013). «Prédio do antigo Dops no Rio será tombado em homenagem às vítimas da ditadura». Agência Brasil. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  4. Viana, Natalia (8 de outubro de 2021). «Jan Rocha: a jornalista que, na ditadura, mostrou o que Bolsonaro quer esconder até hoje». OperaMundi. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  5. Ferreira, Gabriela (12 de abril de 2021). «Sete mulheres que lutaram contra a ditadura militar no Brasil». iG. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  6. Vilella, Flávia (23 de janeiro de 2014). «Comissão Nacional da Verdade faz diligência em antiga vila militar no Rio». Agência Brasil. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  7. «Onze advogados contaram sobre as dificuldades para atuar em defesa de presos políticos durante o regime militar». Comissão Nacional da Verdade. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  8. a b «Nota de condolências – Eny Moreira». OAB SP. 4 de janeiro de 2022. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  9. a b «50 fatos para entender a ditadura». Revista Época. 31 de março de 2014. Consultado em 5 de janeiro de 2022