Leni Riefenstahl: diferenças entre revisões

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|nome = Leni Riefenstahl
'''Helene Bertha Amalie "Leni" Riefenstahl''' ([[Berlim]], [[22 de agosto]] de [[1902]] — [[Pöcking]], [[8 de setembro]] de [[2003]]) foi uma [[cineasta]] [[Alemanha|alemã]] da era [[Nazismo|nazista]], renomada por sua [[estética]]. Suas obras mais famosas são os filmes de [[propaganda]] que ela realizou para o Partido Nazista alemão. Submetida ao ostracismo na indústria cinematográfica após a guerra, ela se tornou uma [[Fotografia|fotógrafa]] e [[Mergulho|mergulhadora]].
|ocupação = [[Diretor]]a, [[produtor]]a, [[atriz]] e [[dançarina]]
|imagem = WP Leni Riefenstahl.jpg
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'''Helene Bertha Amalie "Leni" Riefenstahl''' &mdash; ([[Berlim]], [[22 de agosto]] de [[1902]] — [[Pöcking]], [[8 de setembro]] de [[2003]]) foi uma [[cineasta]] [[Alemanha|alemã]] da era [[Nazismo|nazista]], renomada por sua [[estética]]. Suas obras mais famosas são os filmes de [[propaganda]] que ela realizou para o [[Partido Nazista]] alemão. Submetida ao [[ostracismo]] na [[indústria cinematográfica]] após a guerra, ela se tornou uma [[Fotografia|fotógrafa]] e [[Mergulho|mergulhadora]].


==Biografia==
==Biografia==


Nascida em [[Berlim]], na [[Alemanha]], Leni iniciou sua carreira como dançarina—numa entrevista em 2002 ela lembrou que dançar era o que a fazia realmente feliz. Quando teve de parar, ainda jovem, por causa de uma lesão no joelho, ela assistiu a um filme no [[cinema]]. Leni ficou impressionada com as possibilidades do [[Mídia|meio]] e entrou em contato com um diretor para pedir um papel em um filme. A partir de então, ela estrelou vários [[filmes de montanha]], filmando em externas na [[neve]] com pouca roupa, escalando montanhas íngremes descalça. Quando lhe ofereceram a oportunidade de dirigir ''A Luz Azul'', ela aceitou. Seu interesse, a princípio, estava em filmes de [[ficção]].
Nascida em [[Berlim]], na [[Alemanha]], Leni iniciou sua carreira como [[dançarina]]. Numa [[entrevista]] em 2002 ela lembrou que dançar era o que a fazia realmente feliz. Quando teve de parar, ainda jovem, por causa de uma lesão no [[joelho]], ela assistiu a um [[filme]] no [[cinema]]. Leni ficou impressionada com as possibilidades do [[Mídia|meio]] e entrou em contato com um [[diretor]] para pedir um papel em um filme. A partir de então, ela estrelou vários [[filmes de montanha]], filmando em externas na [[neve]] com pouca roupa, escalando montanhas íngremes descalça. Quando lhe ofereceram a oportunidade de dirigir ''A Luz Azul'', ela aceitou. Seu interesse, a princípio, estava em filmes de [[ficção]].


[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-2004-0312-503, Nürnberg, Reichsparteitag, Marsch der Wehrmacht.jpg|thumb|250px|left|[[Convenção]] do partido nazista alemão em 1934, filmado por Riefenstahl]]
De acordo com algumas fontes, Leni ouviu [[Adolf Hitler|Hitler]] discursar num [[comício]] em [[1932]] e ofereceu a ele seus serviços como cineasta, porque teria ficado fascinada pelas habilidades [[oratória]]s do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi procurada por Hitler, depois que este assistiu—e adorou—o filme ''A Luz Azul''. De todo modo, já em [[1933]] ela dirigiu um [[curta-metragem]] sobre um comício do Partido [[Nazismo|Nazista]]. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a [[convenção]] anual do Partido em [[Nurembergue]] em [[1934]]. A princípio, ela se recusou, sugerindo que Hitler contratasse [[Walter Ruttmann]] para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou ''[[O Triunfo da Vontade]]'', um [[documentário]] considerado por muitos como uma das melhores obras de [[cinema]] já produzidas. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a [[Wehrmacht]] (exército alemão), intitulado ''O Dia da Liberdade''.
De acordo com algumas fontes, Leni ouviu [[Adolf Hitler]] discursar num [[comício]] em [[1932]] e ofereceu a ele seus serviços como [[cineasta]], porque teria ficado fascinada pelas habilidades [[oratória]]s do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi procurada por Hitler, depois que este assistiu e adorou o filme ''A Luz Azul''. De todo modo, já em [[1933]] ela dirigiu um [[curta-metragem]] sobre um comício do Partido [[Nazismo|Nazista]]. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a [[convenção]] anual do Partido em [[Nurembergue]] em [[1934]]. A princípio, ela se recusou, sugerindo que Hitler contratasse [[Walter Ruttmann]] para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou ''[[O Triunfo da Vontade]]'', um [[documentário]] considerado por muitos como uma das melhores obras de [[cinema]] já produzidas. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a [[Wehrmacht]] (exército alemão), intitulado ''O Dia da Liberdade''.


[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1988-106-29, Leni Riefenstahl bei Dreharbeiten.jpg|thumb|250px|right|Leni Riefenstahl filmando em 1936.]]
Em [[1936]], Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha no rali de [[esqui]] nos [[Jogos Olímpicos]] de 1936, mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado virou o filme ''[[Olympia (filme)|Olympia]]'', celebrado por suas inovações técnicas e estéticas—até hoje influentes em toda a cobertura esportiva da televisão. Sendo que o esporte como conhecemos hoje, nasceu e se glorificou na Alemanha nazista, o primeiro país do mundo a popularizar o esporte nas camadas mais pobres até as mais ricas.
Em [[1936]], Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha no [[rali]] de [[esqui]] nos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1936|Jogos Olímpicos de 1936]], mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado virou o filme ''[[Olympia (filme)|Olympia]]'', celebrado por suas inovações técnicas e estéticas até hoje influentes em toda a cobertura esportiva da [[televisão]]. Sendo que o [[esporte]] como conhecemos hoje, nasceu e se glorificou na Alemanha nazista, o primeiro país do mundo a popularizar o esporte nas camadas mais pobres até as mais ricas.


Após a [[Segunda Guerra Mundial]], ela passou quatro anos presa num [[campo de concentração]] [[França|francês]]. Foi acusada de usar [[prisioneiro]]s nos sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em [[tribunal]]. Ao final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade no apoio de Leni aos nazistas, o tribunal considerou-a apenas "simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava as [[falha]]s cometidas na guerra; uma posição que vários de seus [[crítico]]s consideram ridícula.
Após a [[Segunda Guerra Mundial]], ela passou quatro anos presa num [[campo de concentração]] [[França|francês]]. Foi acusada de usar [[prisioneiro]]s nos sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em [[tribunal]]. Ao final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade no apoio de Leni aos nazistas, o tribunal considerou-a apenas "simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava as [[falha]]s cometidas na guerra; uma posição que vários de seus [[crítico]]s consideram ridícula.


Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O [[boicote]] impediu Leni de financiar suas produções. Os poucos filmes que conseguiu realizar foram curtas e bancados pessoalmente, e novamente, obras de grande engenhosidade. Após isto, ela se tornou [[Fotografia|fotógrafa]]. Leni se interessou pela tribo [[Nuba]] do [[Sudão]] e publicou dois livros com fotos dos guerreiros da tribo em [[1974]] e [[1976]]. Ela sobreviveu a uma queda de [[helicóptero]] no Sudão em [[2000]].
Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O [[boicote]] impediu Leni de financiar suas produções. Os poucos filmes que conseguiu realizar foram curtas e bancados pessoalmente, e novamente, obras de grande engenhosidade. Após isto, ela se tornou [[Fotografia|fotógrafa]]. Leni se interessou pela [[tribo]] [[Nuba]] do [[Sudão]] e publicou dois [[livro]]s com [[foto]]s dos guerreiros da tribo em [[1974]] e [[1976]]. Ela sobreviveu a uma queda de [[helicóptero]] no Sudão em [[2000]].


Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar fotografia submarina. Ela lançou um novo filme, intitulado ''Impressionen unter Wasser'' (''Impressões Subaquáticas''), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário - 22 de agosto de [[2002]].
Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar [[fotografia submarina]]. Ela lançou um novo filme, intitulado ''Impressionen unter Wasser'' (''Impressões Subaquáticas''), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário [[22 de agosto]] de [[2002]].


A despeito de seus polêmicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl é renomada na [[História do Cinema]] por ter desenvolvido novas estéticas em seus filmes, especialmente em relação a ângulos de câmera, [[enquadramento]]s, movimentos de massas e [[nu]]s. Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por vários outros cineastas.
A despeito de seus polêmicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl é renomada na [[História do Cinema]] por ter desenvolvido novas estéticas em seus filmes, especialmente em relação a ângulos de câmera, [[enquadramento]]s, movimentos de massas e [[nu]]s. Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por vários outros cineastas.


Em outubro de 2002, quando Leni tinha 100 anos, autoridades alemãs decidiram arquivar o inquérito contra ela por afirmar corretamente no passado que "todos e cada um" dos [[cigano]]s que foram recrutados em um [[campo de concentração]] para aparecer em seu filme ''Tiefland'' tinham sobrevivido à guerra.
Em [[outubro]] de 2002, quando Leni tinha 100 anos, autoridades alemãs decidiram arquivar o [[inquérito]] contra ela por afirmar corretamente no passado que "todos e cada um" dos [[cigano]]s que foram recrutados em um [[campo de concentração]] para aparecer em seu filme ''Tiefland'' tinham sobrevivido à guerra.


Leni Riefenstahl morreu enquanto dormia no dia 8 de setembro de [[2003]], em sua casa em [[Pöcking]], na [[Alemanha]]. Em seu obituário, foi dito que Leni foi a última figura famosa da era nazista na Alemanha a morrer.
Leni Riefenstahl morreu enquanto dormia no dia 8 de setembro de [[2003]], em sua casa em [[Pöcking]], na [[Alemanha]]. Em seu obituário, foi dito que Leni foi a última figura famosa da era nazista na Alemanha a morrer.
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==Obras==
==Obras==



como atriz:
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* ''Tragödie im Hause Habsburg'' ([[1924]])
* ''Tragödie im Hause Habsburg'' ([[1924]])
* ''Der Heilige Berg'' ([[1926]])
* ''Der Heilige Berg'' ([[1926]])
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* ''[[Tiefland]]'' ([[1954]])
* ''[[Tiefland]]'' ([[1954]])



como diretora:
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* ''Das Blaue Licht'' ([[1932]])
* ''Das Blaue Licht'' ([[1932]])
* ''[[Der Sieg des Glaubens]]'' ([[1933]])
* ''[[Der Sieg des Glaubens]]'' ([[1933]])
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* ''Impressionen unter Wasser'' ([[2002]])
* ''Impressionen unter Wasser'' ([[2002]])



como fotógrafa:
;como fotógrafa:
* ''The Last of the Nuba''. Harper, New York, 1974.
* ''The Last of the Nuba''. Harper, New York, 1974.
* ''The People of Kau''. Harper, New York, 1976.
* ''The People of Kau''. Harper, New York, 1976.

===Imagens===

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Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-R99035, Adolf Hitler und Leni Riefenstahl.jpg|Com Hitler em 1934.
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 152-42-31, Nürnberg, Leni Riefenstahl mit Heinrich Himmler.jpg|Leni Riefenstahl e [[Heinrich Himmler]] em Nuremberg, 1934.
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-S34639, Joseph Goebbels und Leni Riefenstahl.jpg|[[Joseph Goebbels]] e Leni Riefenstahl em [[25 de Novembro]] de [[1937]].
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-2004-0022, Polen, Truppenbesuch von Leni Riefenstahl.jpg|Usando farda durante uma visita às tropas alemãs na [[Polônia]] ocupada em [[1939]].
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Ficheiro:Leni Riefenstahl.png|Leni Riefenstahl
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==Fontes==

* {{de}} Rainer Rother: Leni Riefenstahl – Die Verführung des Talents, Henschel, [[Berlim]] [[2000]]. ISBN 3-89487-360-4.

* {{en}} David B. Hinton: The Films of Leni Riefenstahl. Scarecrow Press, Metuchen (N.J.), [[Londres]] [[1978]]. ISBN 0-8108-1141-3


=={{Ver também}}==
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=={{Ligações externas}}==
=={{Ligações externas}}==

* [http://leni-riefenstahl.de Página oficial de Leni Riefenstahl]
* {{de}} {{en}} [http://leni-riefenstahl.de Página oficial de Leni Riefenstahl]
* [http://wsws.org/articles/2003/sep2003/rief-s15.shtml Leni Riefenstahl: propagandista do Terceiro Reich]

* [http://www.abknet.de/leni.htm A cineasta de Hitler completa 100 anos]
* {{en}} [http://www.imdb.com/name/nm0726166/ IMDB]
* [http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=3064&cat=Ensaios Entrevista de Leni Riefenstahl em 2002]

* [http://www.cinema2000.pt/ficha.php3?id=3084 Leni Riefenstahl: uma mulher num mundo de homens]
* {{en}} [http://wsws.org/articles/2003/sep2003/rief-s15.shtml Leni Riefenstahl: propagandista do Terceiro Reich]

* {{pt}} [http://www.abknet.de/leni.htm A cineasta de Hitler completa 100 anos]

* {{pt}} [http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=3064&cat= Ensaios Entrevista de Leni Riefenstahl em 2002]

* {{pt}} [http://www.cinema2000.pt/ficha.php3?id=3084 Leni Riefenstahl: uma mulher num mundo de homens]

* {{pt}} [http://www.dw-world.de/dw/article/0,,614236,00.html Leni Riefenstahl: um enigma faz 100 anos ]


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[[ko:레니 리펜슈탈]]
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[[la:Leni Riefenstahl]]
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[[lt:Leni Riefenstahl]]
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[[lv:Lenija Rīfenštāle]]
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[[nl:Leni Riefenstahl]]
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[[pl:Leni Riefenstahl]]
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[[ro:Leni Riefenstahl]]
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[[ru:Рифеншталь, Лени]]
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[[sk:Leni Riefenstahlová]]
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[[sl:Leni Riefenstahl]]
[[sl:Leni Riefenstahl]]
[[sr:Лени Рифенштал]]
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[[sv:Leni Riefenstahl]]
[[sv:Leni Riefenstahl]]
[[tg:Лени Рийфенстал]]
[[tg:ֻוםט ׀טיפוםסעאכ]]
[[tr:Leni Riefenstahl]]
[[tr:Leni Riefenstahl]]
[[uk:Лені Ріфеншталь]]
[[uk:ֻום³ ׀³פוםרעאכ]]
[[vi:Leni Riefenstahl]]
[[vi:Leni Riefenstahl]]
[[zh:莱尼·里芬斯塔尔]]
[[zh:莱尼·里芬斯塔尔]]

Revisão das 04h00min de 21 de outubro de 2009

Leni Riefenstahl
WP Leni Riefenstahl.jpg
Leni Riefenstahl em 1923.
Nome completo Helene Bertha Amalie Riefenstahl
Nascimento 22 de agosto de 1902
Berlim, Império alemão
Morte 8 de setembro de 2003 (101 anos)
Pöcking, Alemanha
Ocupação Diretora, produtora, atriz e dançarina
Cônjuge Peter Jacob (1944-1947)
Horst Kettner (de 1968 até seu falecimento.)
Página oficial

Helene Bertha Amalie "Leni" Riefenstahl — (Berlim, 22 de agosto de 1902Pöcking, 8 de setembro de 2003) foi uma cineasta alemã da era nazista, renomada por sua estética. Suas obras mais famosas são os filmes de propaganda que ela realizou para o Partido Nazista alemão. Submetida ao ostracismo na indústria cinematográfica após a guerra, ela se tornou uma fotógrafa e mergulhadora.

Biografia

Nascida em Berlim, na Alemanha, Leni iniciou sua carreira como dançarina. Numa entrevista em 2002 ela lembrou que dançar era o que a fazia realmente feliz. Quando teve de parar, ainda jovem, por causa de uma lesão no joelho, ela assistiu a um filme no cinema. Leni ficou impressionada com as possibilidades do meio e entrou em contato com um diretor para pedir um papel em um filme. A partir de então, ela estrelou vários filmes de montanha, filmando em externas na neve com pouca roupa, escalando montanhas íngremes descalça. Quando lhe ofereceram a oportunidade de dirigir A Luz Azul, ela aceitou. Seu interesse, a princípio, estava em filmes de ficção.

Convenção do partido nazista alemão em 1934, filmado por Riefenstahl

De acordo com algumas fontes, Leni ouviu Adolf Hitler discursar num comício em 1932 e ofereceu a ele seus serviços como cineasta, porque teria ficado fascinada pelas habilidades oratórias do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi procurada por Hitler, depois que este assistiu e adorou o filme A Luz Azul. De todo modo, já em 1933 ela dirigiu um curta-metragem sobre um comício do Partido Nazista. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a convenção anual do Partido em Nurembergue em 1934. A princípio, ela se recusou, sugerindo que Hitler contratasse Walter Ruttmann para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou O Triunfo da Vontade, um documentário considerado por muitos como uma das melhores obras de cinema já produzidas. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a Wehrmacht (exército alemão), intitulado O Dia da Liberdade.

Leni Riefenstahl filmando em 1936.

Em 1936, Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha no rali de esqui nos Jogos Olímpicos de 1936, mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado virou o filme Olympia, celebrado por suas inovações técnicas e estéticas até hoje influentes em toda a cobertura esportiva da televisão. Sendo que o esporte como conhecemos hoje, nasceu e se glorificou na Alemanha nazista, o primeiro país do mundo a popularizar o esporte nas camadas mais pobres até as mais ricas.

Após a Segunda Guerra Mundial, ela passou quatro anos presa num campo de concentração francês. Foi acusada de usar prisioneiros nos sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em tribunal. Ao final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade no apoio de Leni aos nazistas, o tribunal considerou-a apenas "simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava as falhas cometidas na guerra; uma posição que vários de seus críticos consideram ridícula.

Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O boicote impediu Leni de financiar suas produções. Os poucos filmes que conseguiu realizar foram curtas e bancados pessoalmente, e novamente, obras de grande engenhosidade. Após isto, ela se tornou fotógrafa. Leni se interessou pela tribo Nuba do Sudão e publicou dois livros com fotos dos guerreiros da tribo em 1974 e 1976. Ela sobreviveu a uma queda de helicóptero no Sudão em 2000.

Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar fotografia submarina. Ela lançou um novo filme, intitulado Impressionen unter Wasser (Impressões Subaquáticas), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário 22 de agosto de 2002.

A despeito de seus polêmicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl é renomada na História do Cinema por ter desenvolvido novas estéticas em seus filmes, especialmente em relação a ângulos de câmera, enquadramentos, movimentos de massas e nus. Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por vários outros cineastas.

Em outubro de 2002, quando Leni tinha 100 anos, autoridades alemãs decidiram arquivar o inquérito contra ela por afirmar corretamente no passado que "todos e cada um" dos ciganos que foram recrutados em um campo de concentração para aparecer em seu filme Tiefland tinham sobrevivido à guerra.

Leni Riefenstahl morreu enquanto dormia no dia 8 de setembro de 2003, em sua casa em Pöcking, na Alemanha. Em seu obituário, foi dito que Leni foi a última figura famosa da era nazista na Alemanha a morrer.

Obras

como atriz
  • Tragödie im Hause Habsburg (1924)
  • Der Heilige Berg (1926)
  • Der Große Sprung (1927)
  • Der Weiße Hölle vom Piz Palü (1929)
  • Stürme über dem Mont Blanc (1930)
  • Das Blaue Licht (1932)
  • S.O.S. Eisberg (1933)
  • Tiefland (1954)


como diretora


como fotógrafa
  • The Last of the Nuba. Harper, New York, 1974.
  • The People of Kau. Harper, New York, 1976.

Imagens

Fontes

Ver também

Ligações externas