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Com o objetivo de rebater as críticas que a elite cultural de [[Paris]] fazia ao [[cristianismo]] e à figura de [[Jesus Cristo]], o Padre Loysi inicia suas pesquisas que irão lançar os fundamentos do modernismo católico. Muitos eruditos e intelectuais da época duvidavam da existência histórica de Jesus Cristo e havia muitas discussões em rodas de intelectuais, ridicularizando o Cristianismo de forma geral. |
Revisão das 00h42min de 18 de janeiro de 2014
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Maio de 2010) |
Alfred Loisy foi um teólogo e filósofo francês nascido em 1857 e falecido em 1940.
Trata-se de um teólogo do final do século XIX, grande conhecedor das Sagradas Escrituras, que ensinou no Institut Catholique de Paris. Como foi um dos primeiros a utilizar os métodos histórico-críticos no estudo da bíblia, teve grandes dificuldades de aceitação na Igreja. Perdeu a cátedra e começou a endurecer suas posturas, com críticas fortes à tradição dogmática do cristianismo, num esforço grande de voltar ao Evangelho puro. É dele a afirmação que Jesus anunciou a vinda do Reino de Deus, mas o que veio depois foi a Igreja. Suas opiniões começaram a ser acolhidas por vários estudiosos católicos. Todo esse grupo foi considerado como modernista e Loisy como seu chefe. Em 1907, mais ou menos, o modernismo foi condenado pelo Papa. Muitos tradicionalistas repudiam Loisy, considerando-o como o pai de muitas leituras equivocadas da doutrina católica. Ele na verdade foi um autor que quis dialogar com a ciência de seu tempo, abrir a teologia à perspectiva da evolução e da história, mostrando que a própria doutrina da igreja foi o resultado de um longo processo evolutivo.
Ordenado padre em 1879, foi um brilhante professor de hebraico e exegese bíblica do Instituto Católico de Paris (1881-1889).
Com o objetivo de rebater as críticas que a elite cultural de Paris fazia ao cristianismo e à figura de Jesus Cristo, o Padre Loysi inicia suas pesquisas que irão lançar os fundamentos do modernismo católico. Muitos eruditos e intelectuais da época duvidavam da existência histórica de Jesus Cristo e havia muitas discussões em rodas de intelectuais, ridicularizando o Cristianismo de forma geral.
Inconformado com as críticas ao catolicismo e com as dúvidas lançadas pela elite intelectual de Paris, resolveu estudar a fundo os documentos da Biblioteca e dos Arquivos Secretos do Vaticano, a fim de rebater as afirmações dos intelectuais da época.
Através de investigações e pesquisas detalhadas e minuciosas, constatou a necessidade urgente de reformar e modernizar o catolicismo romano dando a ele bases científicas e histórico-críticas. Resolve então sistematizar seus trabalhos com o objetivo de atualizar a doutrina católica, colocando a Igreja na vanguarda do pensamento teológico.
Publica seu trabalho em 1903. Entretanto, a Santa Sé, que mantinha um apertado controlo doutrinário dos estabelecimentos católicos, suspende Loisy e suas obras são colocadas no Index dos livros proibidos. Em 1908, perde sua cátedra de filosofia na Universidade de Paris e finalmente é excomungado pelo Papa São Pio X.
Após sua excomunhão, foi professor de histórias das religiões no Collège de France, onde, com liberdade de cátedra, lecionou de 1909 a 1926; foi também professor de história das religiões, desde 1924, na Ecole des Hautes Études. No final de sua vida, foi ignorado e posto em descrédito.
Passados mais de sessenta anos de sua morte, a teologia de Loisy foi reabilitada, sendo reconhecida sua importância inclusivamente em certos meios católicos. Segundo Loisy, o cristianismo teria surgido como o resultado da superação de sua fase inicial, na qual os primeiros discípulos de Jesus acreditavam na iminente Parusia, que conduziria à concretização do Reino de Deus.
Em virtude da demora dessa segunda vinda, formou-se a organização institucional da Igreja e, com o tempo, houve a cristalização das doutrinas em dogmas. Loisy, passando a um plano generalizado, admitiu que a religião evoluiria no curso dos tempos, até assumir a forma de religião universal, fundada na noção de humanidade.
Do ponto de vista meramente filosófico, Loisy revelou tendências imanentistas.
Obras
- História do Cânon do Antigo Testamento (Histoire du Canon de l'Ancien Testament, 1890)
- História do Cânon do Novo Testamento (Histoire du Canon du Nouveau Testament, 1891)
- História crítica do texto e das versões da Bíblia (Histoire critique du texte et des versions de la Bible,1892-1893)
- Estudos bíblicos (Études bibliques, 1901)
- A religião de Israel (La réligion d'Israel, 1901)
- Os mitos babilônicos e os primeiros capítulos do Gênesis (Les mythes babyloniens et les primieres chapitres de la Genèse, 1901)
- O Evangelho e a Igreja (L'Évangile et l'Eglise, 1902), havendo despertado grande polêmica
- O Quarto Evangelho (Le quatrième Evangile, 1903)
- Os Evangelhos Sinópticos (L'Évangiles synoptiques, 2 vols., 1907-1908)
- Jesus e a tradição evangélica (Jesus et la traditions évangéliques, 1910)
- Os mistérios pagãos e o mistério cristão (Le mysthères paiens et le mysthère chrétienn, 1919)
- Os Atos dos Apóstolos (Les Actes des Apôtres, 1920)
- Ensaio histórico sobre o sacrifício (Essai historique sur le sacrifice, 1920)
- As origens do Novo Testamento (Les origines du Nouveau Testament, 1936)
- Propósito da história das religiões (A propos d'histoire des religions, 1911)
- A moral humana (La morale humaine, 1923)
Citações
"Sente-se por tudo em seus discursos, em seus atos, em suas dores, não sei que de divino, que eleva Jesus Cristo, não somente por sobre a humanidade ordinária, mas também por sobre o mais seleto da Humanidade”. (Le Quatrième Evangile, Alfred Loysi 1903, pag 72)
“O Cristianismo representa incontestavelmente o maior e mais feliz esforço até agora realizado para elevar moralmente a Humanidade.” (La Morale Humaine, Alfed Loisy págs. 185-186)