Café A Brasileira (Braga): diferenças entre revisões

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O '''Café A Brasileira''' é um dos mais emblemáticos [[café (estabelecimento)|cafés]] da cidade de [[Braga]], em [[Portugal]], localizado no [[Largo Barão de São Martinho]], em pleno centro histórico da cidade.
O '''Café A Brasileira''' é um dos mais emblemáticos [[café (estabelecimento)|cafés]] da cidade de [[Braga]], em [[Portugal]], localizado no [[Largo Barão de São Martinho]], em pleno centro histórico da cidade, tendo sido requalificado em 2008/09 sendo o projecto de Arquitectura da responsabilidade do Arquitecto Sérgio Borges.


==História==
==História==

Revisão das 11h50min de 12 de maio de 2015

O Café A Brasileira é um dos mais emblemáticos cafés da cidade de Braga, em Portugal, localizado no Largo Barão de São Martinho, em pleno centro histórico da cidade, tendo sido requalificado em 2008/09 sendo o projecto de Arquitectura da responsabilidade do Arquitecto Sérgio Borges.

História

O estabelecimento foi fundado por Adriano Soares Teles do Vale, nascido em Alvarenga (Arouca), concelho de Arouca, da Área Metropolitana do Porto, na Casa de Cimo d'Aldeia, que, ainda jovem, emigrou para o Brasil. Era pai de Inocêncio Galvão Teles. No Brasil, dedicou-se ao negócio do café, com o que enriqueceu nos finais do século XIX. Casou no Brasil com uma filha de fazendeiros do Estado de Minas Gerais, onde se dedicou à fundação de um estabelecimento comercial inicialmente chamado "Ao preço fixo", que incluía também casa de câmbios, e à produção agrícola, em particular de café, que importou para Portugal e, regressando a Portugal por motivos de saúde da primeira mulher, que acabaria por cá falecer, criou uma rede de pontos de venda do café que produzia e importava do Brasil: as famosas "Brasileiras", espalhadas por Lisboa (Chiado e Rossio), Porto, Braga, Aveiro, Coimbra e Sevilha. Adriano Teles foi também um homem de cultura, com interesse pela música e pela pintura. Fundou a Banda de Alvarenga, financiando a compra dos seus primeiros instrumentos, e fez, da Brasileira do Chiado, o primeiro museu de arte moderna em Lisboa. No Brasil, ainda no séc. XIX, teve ainda passagem pela imprensa e pela política, tendo sido Vereador da Câmara da cidade onde casara e se estabelecera.

Em 1937, o café foi adquirido por Joaquim Queirós, que o manteve nas quatro décadas seguintes, integrando o vizinho café Sport (na parte mais baixa do café).

Em 1977, foi passado a Joaquim Domingos Godinho.

Em 2004, foi comprado por Armindo Pinheiro, originário da Ponte da Barca, que ganhou o gosto pelo negócio da restauração nos quase 30 anos em que permaneceu emigrado no Brasil, onde ainda hoje tem alguns estabelecimentos de restauração no Rio de Janeiro. O café foi alvo de importantes obras de restauro e modernização entre Setembro de 2008 e Março de 2009, com projecto de Arquitectura da responsabilidade do Arquitecto Sérgio Borges, que recriou com base em noticias da época, um café que se havia perdido até então, ampliando os seus espaços disponíveis ao público para os pisos superiores. No piso térreo foram recriados em gesso e fingimentos de madeira de mogno, os painéis de madeira com espelhos então desaparecidos e substituídos por pequenos espelhos sextavados, foi alargado o arco que separava as duas salas do café, redesenhado e modernizado o balcão de atendimento na sala de venda ao público, redesenhados os tectos de todas as salas bem como os apainelados das paredes e caixa de escadas do piso térreo e piso superior, tudo em gesso e pinturas de fingimento conforme técnicas tradicionais.O pavimento foi redesenhado e executado em mármore "azulino cascais", uma pedra muito usada na época. O estilo art-deco com que foi agora reposta a imagem da "Brasileira" tem como fundamento uma noticia da década de 30 e os vestígios dessa era, um pouco espalhados pelos dois pisos do edifício. Conseguiu-se ainda preservar as intervenções das diferentes épocas mais significativas da vida do café ao articular os poucos elementos decorativos e o mobiliário, que foi sobrevivendo ou foi encontrado, com o tema principal da intervenção de 2008/09, a recriação do estabelecimento como ele poderia ter sido na década de trinta.

Nas fachadas do piso térreo foram recriados elementos decorativos com pinturas em fingimento de mármores tão ao gosto da época, em todas as ombreiras e embasamento do edifício. As letras em estilo art-deco foram reposicionadas de modo a valorizar a sua presença no conjunto das fachadas. Do edifício original foram salvos os gessos decorativos existentes na colunata das fachadas com temas alusivos ao café e ao seu comércio, a imagem da "brasileira" encimando o arco, as letras do café originais localizadas sobre o balcão de atendimento e pinturas em guache, com temas sobre vários desportos, em estilo art-deco e que estão agora expostas, nas salas do piso superior. Toda a mobília original foi restaurada e foram repostas as cadeiras, encontradas no último piso do edifício, que funcionou como arrumo do estabelecimento, durante décadas. Foram reintroduzidas as chávenas de vidro com pires em metal niquelado para servir o café de saco, tão famoso do estabelecimento que ainda vende e serve café moído em máquina própria, conforme se fez desde sempre.

Actualmente é gerido pelas filhas do investidor.[1]

Ver também

Ligações externas

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Referências