Fábrica Brasileira de Motocicletas

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A Fábrica Brasileira de Motos, (também conhecida como Fábrica Brasileira de Motocicletas) ou simplesmente FBM, foi uma fabricante brasileira de motocicletas de alta cilindrada, sediada em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul.

Fábrica Brasileira de Motos
Razão social Fábrica Brasileira de Motos S.A., posteriormente MZ Simson do Brasil
Fundação 1973
Fundador(es) Angel Guelman e Armando Secco
Destino Falência
Encerramento 1987
Sede Rio Grande do Sul Cachoeirinha (Rio Grande do Sul)
Área(s) servida(s) Brasil
Empregados 220
Produtos Motocicletas

História[1][editar | editar código-fonte]

A FBM foi fundada em 1973 na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, pelos empresários uruguaios Angel Jacobo Falkas Guelman e Armando Hugo Secco, migrando pouco tempo depois para o Distrito Industrial de Cachoeirinha. Iniciou em um pequeno galpão fabricando motos simples off-road e ciclomotores em parceria com a argentina Zanella, que por sua vez possuía motorização de baixa cilindrada 2 tempos, com tecnologia italiana licenciada Minarelli.[2][3]

Em 1979, obteve um destaque maior ao lançar dois modelos: uma off-road, chamada FBM 125 Rallye, sendo a primeira moto fabricada nacionalmente para o enduro, e uma street, a FBM 125, ambas com motorização Zanella/Minarelli e suspensão da uruguaia Cibana. No começo dos anos 80, lançou mais 2 modelos similares aos primeiros e o modelo Kapra,[4] nas versões 125 e 200 cc.[5]

Em 1983, devido a alta concorrência das japonesas Honda e Yamaha no mercado de baixa cilindrada, decide descontinuar os modelos de 125 cc e busca parcerias para fabricação de motos de cilindrada mais alta. Tentaram sem sucesso parcerias tecnológicas com a Benelli e a Kawasaki.

Em Fevereiro de 1984, firma parceria tecnológica e operacional com a MZ (Motorradwerke Zschopau) e a IFA (Industrieverband Fahrzeugbau) ,da então Alemanha Oriental,[6] para a produção de motos das marcas MZ e Simson. A parceria levou a produção de uma moto street de 250cc com tecnologia das extintas motocicletas DKW. Surgiu dessa parceria a MZ 250 RS, derivada da ETZ 250 RS.[7] A MZ 250 RS se tornou na época um sucesso comercial, devido ao baixo preço (custava o mesmo preço de uma Agrale SXT 125cc), a falta de modelos 250cc no mercado e de ser uma moto simples focada na durabilidade e pouca manutenção ao invés da performance.[8] Possuía tecnologia e design ultrapassados, porém com modificações em fibra de vidro, diferenciando da versão alemã-oriental, motor de 250 cilindradas 2 tempos, refrigerada a ar, com pedal de partida do lado esquerdo e apenas 21 cv de potência.[9] Boa parte das peças eram nacionalizadas. Mesmo com o apelo mais esportivo, a marca teve pouca penetração, devido a comparação com as japonesas similares. Em 1986, a FBM altera seu nome social para MZ Simson do Brasil e lança uma versão mais atualizada da 250: a MZ 250 RSJ, com pequenas modificações estéticas.[10] Foram fabricadas 11.840 unidades entre março de 1984 e 1987, sendo muitas delas hoje disputadas por colecionadores.[11]

Havia a ideia de produção de novos modelos da MZ no país, incluindo 50 e 500cc. Porém , devido a instabilidade econômica no Brasil, dificuldades financeiras de ambas empresas e falhas no acordo entre a matriz e subsidiária nacional, a MZ Simson faliu em 30 de setembro de 1987,[12]

A MZ alemã entrou em crise financeira pós-reunificação e em 1996 foi comprada por um grupo da Malásia. Depois de diversas tentativas, fechou definitivamente as portas em 2009.[13]

Modelos produzidos[editar | editar código-fonte]

  • FBM 125 Passeio
  • FBM 125 Rallye
  • MR 125 Rallye
  • 200 Rallye
  • Kapra 125 TR
  • Kapra 200 TRS
  • MZ 250RS
  • MZ 250RSJ

Referências

  1. «MZ 250, apenas uma promessa». Motonline. 2 de agosto de 2016. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  2. Motos, Fbm (17 de setembro de 2010). «FBM Motos: FBM - Gurgel das motos». FBM Motos. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  3. «FBM-MZ..fabrica brasileira que qse nguem lembra». www.pequenasnotaveis.net. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  4. «Jornal do Commercio (RJ) - o Fazendário - A progressão do mercado das motos». memoria.bn.br. Jornal do Commercio/RJ. 1983. p. 15. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  5. Sérgio Aparecido (30 de janeiro de 1983). «A Tribuna (SP) - Edição 311 - Alta Rotação - Kapra 125 TR, a nova da FBM». memoria.bn.br. A Tribuna de Santos - Jornal e Editora Ltda. p. 33. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  6. «Correio Rio Grandense (RS) - Edição 3850 - MOTOS MZ E SIMSON NO BRASIL.». memoria.bn.br. Caxias do Sul, RS. 15 de fevereiro de 1984. p. 9. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  7. «MZ 250 veio da Alemanha Oriental para o Brasil dos anos 1980». Revista Duas Rodas. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  8. «DA CORTINA DE FERRO PARA O BRASIL: A HISTÓRIA DA MZ 250». hamilton. 18 de outubro de 2019. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  9. «Autosoviet: MZ». www.autosoviet.altervista.org. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  10. «O Pioneiro (RS) - Edição 299 - MZ no policiamento». memoria.bn.br. Editora Jornalística Pioneiro. 21 de dezembro de 1986. p. 7. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  11. «MZ250 RSJ». Motos Clássicas 80. 2 de setembro de 2021. Consultado em 28 de janeiro de 2022 
  12. «Revista Manchete (RJ) - Edição 1853 - Turbinado». memoria.bn.br. Bloch Editores S.A. 1987. p. 91. Consultado em 29 de janeiro de 2022 
  13. «Lendária marca MZ fecha as portas». Motociclismo Online. 27 de janeiro de 2009. Consultado em 28 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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