Fano (milícia)

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Fano (ፋኖ), também FANO[1] ou Fanno,[2] é um grupo juvenil amhara na Etiópia, considerado como um grupo de protesto ou uma milícia armada. [3] As unidades do Fano são acusadas de participar de massacres étnicos, incluindo o de 58 pessoas qemant em Metemma em 10-11 de janeiro de 2019 [2] e dos massacres de Mai Kadra e de Humera durante o conflito em Tigray em 2020. [4][5]

Criação[editar | editar código-fonte]

Fano é um dos vários grupos de jovens que se desenvolveram na Etiópia durante os anos 2019-2020. Esses grupos ganharam importância no contexto das mudanças políticas e administrativas associadas ao primeiro-ministro Abiy Ahmed, durante a qual a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (FDRPE), dominada pela Frente de Libertação do Povo Tigray (FLPT), perdeu o controle do poder político federal. Os Qeerroo é um grupo de jovens oromos, enquanto o Fano é de etnia amhara. [3]

Fano desempenhou um papel importante na oposição à Frente de Libertação do Povo Tigray. [1]

Definições variadas[editar | editar código-fonte]

Fano é considerado por diferentes meios de comunicação e grupos de direitos humanos como um grupo de protesto ou uma milícia. [3] A Amnistia Internacional afirmou que uma unidade da força especial da polícia dos amharas usava uma insígnia identificando os membros como Fano. [2] Ezega News descreveu Fano como um grupo armado que não desarmaria até que as demandas sobre a devolução de terras fossem atendidas. [6] The Organization for World Peace descreveu Fano em outubro de 2020 como um "grupo de jovens vigilantes de Amhara" que se considerava como garantidor da lei e da ordem que o governo era incapaz de fornecer. [7] As milícias amharas são frequentemente descritas com o termo neftenya, que geralmente é visto como depreciativo. [8]

Massacres e conflitos armados[editar | editar código-fonte]

As unidades do Fano são acusadas de participar do massacre de 58 pessoas qemant em Metemma em 10-11 de janeiro de 2019, do assassinato de uma família em Azezo em 29 de setembro de 2019, [2] de envolvimento em um confronto armado com as forças de segurança regionais e federais em 19 de março de 2020 em Gondar e Dabat, [1][6] e das ações armadas em Humera em novembro de 2020 durante o conflito de Tigray. [4]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c «Gondar region security incident left at least three injured». Borkena. 20 de março de 2020. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  2. a b c d «Beyond law enforcement – Human rights violations by Ethiopian security forces in Amhara and Oromia» (PDF). Amnesty International. 24 de julho de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 30 de outubro de 2020 
  3. a b c Lefort, René (25 de fevereiro de 2020). «Preaching unity but flying solo, Abiy's ambition may stall Ethiopia's transition». Ethiopian Insight. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  4. a b Akinwotu, Emmanuel (2 de dezembro de 2020). «'I saw people dying on the road': Tigray's traumatised war refugees». The Guardian. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  5. Steers, Julia (24 de dezembro de 2020). «'He's Planning to Exterminate Us All': Ethiopians Speak of Ethnic Massacres». Vice. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2020 
  6. a b «Fano Will Not Lay Down Arms If Demands Are Not Met: Chairman». Ezega News. 28 de março de 2020. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  7. Guedouard, Charles Alcasar (27 de outubro de 2020). «Ethnic Divisions Impact Ethiopia's Attempted Political Transition». The Organization for World Peace. Cópia arquivada em 2 de dezembro de 2020 
  8. Skjerdal, Terje; Moges, Mulatu Alemayehu (26 de novembro de 2020). «The ethnification of the Ethiopian media» (PDF). Fojo Media Institute, International Media Support. Cópia arquivada (PDF) em 24 de dezembro de 2020