Intervenção militar da Eritreia na Guerra do Tigré

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Intervenção militar da Eritreia na Guerra do Tigré
Guerra do Tigray
Data Novembro de 2020 – presente
Local Região de Tigray, Etiópia
Situação em curso
Beligerantes
Eritreia

Em apoio a:

 Etiópia
Tigray
Comandantes
Eritreia Isaias Afwerki
Eritreia Filipos Woldeyohannes
Debretsion Gebremichael
Fetlework Gebregziabher
Tsadkan Gebretensae
Tadesse Werede Tesfay
Unidades
Forças de Defesa da Eritreia Forças de Defesa do Tigray

A intervenção militar da Eritreia na Etiópia[1] ocorre desde o início da Guerra do Tigray, em novembro de 2020, com o governo da Eritreia estando fortemente envolvido na guerra contra a Frente de Libertação do Povo Tigray em apoio ao governo etíope.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Durante a Guerra Civil Etíope (1974-1991), tanto a Frente de Libertação do Povo da Eritreia (FLPE) quanto a Frente de Libertação do Povo Tigray (FLPT) se aliaram, primeiro contra o Derg e depois contra a República Democrática Popular da Etiópia após 1987. Essas relações amistosas inicialmente continuaram depois que ambos venceram a guerra civil e a Eritreia conquistou sua independência da Etiópia - desta vez, dirigida por um governo de coalizão liderado pela Frente de Libertação do Povo Tigray chamado Frente Democrática Revolucionária Popular do Povo Etíope.[2][3][4] No entanto, as relações logo começaram a se deteriorar significativamente devido a divergências sobre a localização exata da nova fronteira entre a Etiópia e a Eritreia, culminando em uma guerra em grande escala entre os dois países,[5][6] no qual ambos se envolveram em violações dos direitos humanos, incluindo estupro, tortura, espancamento, internamento e expulsão forçada de civis.[7][8]

Em 12 de dezembro de 2000, o Acordo de Argel entre a Etiópia e a Eritreia foi assinado, marcando o fim oficial das principais hostilidades.[9] Entre outras condições, o tratado também estabeleceu uma comissão independente para determinar a localização exata da fronteira. Em 2002, o Tribunal Permanente de Arbitragem concedeu pequenas porções de território a ambos os países; também determinou-se, no entanto, que Badme, uma cidade que estava no centro da disputa fronteiriça, pertencia à Eritreia (ao mesmo tempo em que concluiu, em uma decisão de 2005, que a Eritreia infringiu o direito internacional ao tentar tomar a cidade por meio de uma invasão). [10][11] Embora ambos os países tenham inicialmente concordado em respeitar este acordo,[12] em 2003, a Etiópia o rejeitou, principalmente devido à decisão de Badme, e a Eritreia não estava interessada em uma renegociação.[13][14]

As relações entre a Eritreia e a Etiópia liderada pela Frente de Libertação do Povo Tigray continuaram tensas como resultado desses desentendimentos, tornando-se um ponto de discórdia no conflito fronteiriço que se seguiu. Durante a década de 2000 e a maior parte da década de 2010, ambos os países se envolveram em batalhas esporádicas[15] e escaramuças de fronteira.[16][17] Alegadamente, também financiaram conflitos por procuração uns contra os outros em toda a região, incluindo insurgências em Afar, em Ogaden e na Somália.[18][19][20][21] A Eritreia também é conhecida por ter usado a presença contínua da Etiópia em Badme como uma justificativa oficial para sua prática amplamente condenada[22][23][24] de recrutamento indefinido, que ocorre desde a década de 1990.[25] No momento em que o conflito chegou ao fim em 2018, as relações entre a Eritreia e a Frente de Libertação do Povo Tigray haviam sido ativamente hostis por cerca de vinte anos.[26]

Convergência de interesses com o novo governo etíope[editar | editar código-fonte]

Em 2 de abril de 2018, Abiy Ahmed foi empossado pelo parlamento como o novo primeiro-ministro da Etiópia, após a renúncia de Hailemariam Desalegn, que o fez na sequência de grandes protestos contra ele.[27] Logo depois disso, a Etiópia anunciou a disposição de negociar um fim pacífico para o conflito fronteiriço,[28] uma medida que surpreendeu tanto a Eritreia quanto observadores externos.[29][30] Ainda assim, as negociações de paz avançaram e, três meses após o início do mandato de Abiy, o conflito terminou oficialmente com a cúpula de paz Eritreia-Etiópia; com isso, a Etiópia aceitou as reivindicações territoriais da Eritreia sobre Badme, e as relações diplomáticas foram restabelecidas pela primeira vez em décadas.[31] Para muitos, essa cúpula foi amplamente celebrada e, em 2019, Abiy recebeu o Prêmio Nobel da Paz por esses esforços.[32][33][34][35]

No entanto, muitos na região de Tigray, incluindo os residentes da própria Badme, criticaram fortemente esse movimento pela paz e viram nisso como uma traição ou uma "profanação" daqueles que morreram na guerra de 1998-2000. De acordo com a Reuters, uma autoridade local foi citada como tendo dito que, embora eles não fossem contra a paz com a Eritreia, também "não querem a paz entregando esta terra depois de todo o sacrifício". A população de Badme não foi informada sobre os planos do governo para fazer isso.[36] A Frente de Libertação do Povo Tigray condenou as iniciativas de paz, dizendo que foram feitas às pressas, tinham "falhas fundamentais" e também alegou que foi decidida sem consultar seus membros de longa data.[37]

Houve alguma especulação sobre as possíveis razões pelas quais as relações entre a Eritreia e a Etiópia mudaram tão significativamente para a cooperação. Entre alguns analistas, foi sugerido que isso se deve a uma animosidade comum em relação a Frente de Libertação do Povo Tigray mantida pela Eritreia, bem como por oficiais etíopes não tigrínios que se ressentiram do domínio da Frente de Libertação do Povo Tigray na política etíope desde 1991.[38][39] Enquanto as relações com a Etiópia estavam em processo de normalização, o presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, criticou fortemente a Frente de Libertação do Povo Tigray, descrevendo-a como "abutres".[40]

Histórico[editar | editar código-fonte]

2020[editar | editar código-fonte]

Embora a confirmação oficial da Etiópia e da Eritreia não tenha ocorrido até março-abril de 2021, a Eritreia já era fortemente suspeita de estar envolvida na guerra desde o início.[2][38][41][42][43] De acordo com a Frente de Libertação do Povo Tigray, uma de suas justificativas para atacar o Comando Norte Etíope no início de novembro de 2020 - o evento geralmente considerado como o início da guerra - foi "autodefesa preventiva" contra (o que alegaram ser) um vindouro ataque coordenado por forças eritreias e etíopes.[44] A Eritreia enviava regularmente soldados para apoiar as forças do governo federal etíope contra a Frente de Libertação do Povo Tigray. Seu envolvimento tem implicações mais amplas, com a Eritreia explicitamente apoiando militarmente a Etiópia, uma grande mudança após duas décadas de relações diplomáticas hostis.[45]

De 28 a 29 de novembro de 2020, testemunhas e sobreviventes, incluindo refugiados no Sudão, relataram que as Forças de Defesa da Eritreia realizaram o massacre de Axum que provocou entre 100 e 800 civis.[46][47] Esses relatórios foram corroborados por várias agências de notícias e organizações de direitos humanos.[48][49][50][51][52] O governo da Eritreia afirmou que estava irritado com o relatório da Anistia Internacional sobre o massacre, alegando que era "transparentemente pouco profissional" e "motivado politicamente", acusando a Anistia de fabricar evidências.[53]

2021[editar | editar código-fonte]

A situação no terreno mudou drasticamente após uma campanha de guerrilha das Forças de Defesa do Tigray e, em fevereiro de 2021, o coordenador-chefe de esforços humanitários da ONU, Mark Lowcock, declarou que até 40% do Tigray não era controlado pelas tropas etíopes. Também disse que grande parte dessa área estava sob o controle de soldados eritreus perseguindo seus próprios objetivos, independentemente do comando etíope.[54]

Os refugiados disseram ao Vice World News que a Eritreia estava no controle de partes da zona norte de Maekelay e provavelmente estendendo-se para além da zona. Diferentes refugiados disseram a Vice que os eritreus não apenas cruzaram as áreas fronteiriças, mas também assumiram o controle do território. Um refugiado de Maekelay disse: "Desde o início da guerra, não vimos um único soldado etíope. Apenas eritreus, eles ocupam as áreas rurais."[55]

Os líderes tigrínios alegaram que as forças eritreias usam drones fabricados nos Emirados Árabes Unidos, o que foi um fator principal para a resistência das tropas de Tigray e sua reentrada em Mekelle em junho de 2021.[56] Em 16 de junho de 2021, o embaixador etíope na ONU afirmou que as tropas eritreias em Tigray deveriam "partir definitivamente em breve", [57] mas a Eritreia continuaria enviando forças por muito tempo depois disso.

Referências

  1. «Etiópia defende intervenção militar da Eritreia no Tigray». Agência Lusa. 1 junho 2022 
  2. a b «Eritrea, Tigray and Ethiopia's brewing civil war». Al Jazeera (em inglês). 8 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 31 de julho de 2022 
  3. «Eritrea profile - Timeline». BBC News. 15 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2022 
  4. «A Look Back on Eritrea's Historic 1993 Referendum». Tesfa News. 23 de abril de 2018. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2021 
  5. Dias, Alexandra Magnolia (1 de novembro de 2011). «The Conduct of an Inter-state War and Multiple Dimensions of Territory: 1998-2000 Eritrea-Ethiopia war». Cadernos de Estudos Africanos (22): 21–41. doi:10.4000/cea.384Acessível livremente 
  6. «Eritrea: 'Ethiopia pursues total war'». BBC News. 6 de junho de 1998. Cópia arquivada em 27 de fevereiro de 2022 
  7. «The Horn of Africa War». Human Rights Watch. 29 de janeiro de 2003. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2015 
  8. Winfield, Nicole (13 de maio de 2000). «UN hints at sanctions if Eritrea and Ethiopia do not end fighting». The Independent (Associated Press). Cópia arquivada em 8 de outubro de 2010 
  9. «Agreement between the Government of the State of Eritrea and the Government of the Federal Democratic Republic of Ethiopia». UN Peacemaker. 12 de dezembro de 2000. Cópia arquivada em 14 de março de 2022 
  10. «Eritrean-Ethiopian Border Commission». United Nations. Cópia arquivada em 23 de outubro de 2006 
  11. «Ruling: Eritrea broke international law in Ethiopia attack». Reuters. 21 de dezembro de 2005. Cópia arquivada em 2 de janeiro de 2006 
  12. Astill, James (15 de abril de 2002). «Ethiopia and Eritrea claim border victory». The Guardian. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2016 
  13. «Eritrea firm over disputed border ruling». BBC News. 25 de setembro de 2003. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2021 
  14. Zane, Damian (3 de abril de 2003). «Ethiopia regrets Badme ruling». BBC News. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2021 
  15. «'Significant' casualities [sic] in Eritrea and Ethiopia border battle». Yahoo! News (Agence France-Presse). 13 de junho de 2016. Cópia arquivada em 26 de setembro de 2022 
  16. Besa, Zalam (3 de janeiro de 2010). «Eritrea says it killed 10 Ethiopian troops». Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2010 
  17. Davison, William (15 de março de 2012). «Ethiopian Army attacks Eritrean military post in retaliation for rebel violence». Christian Science Monitor. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2018 
  18. Joselow, Gabe (1 de novembro de 2011). «All Eyes on Eritrea as Arms Shipment Reaches Al-Shabab». Voice of America. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2022 
  19. Tekle, Tesfa-Alem (23 de abril de 2010). «Eritrean rebels claim killing 11 government soldiers». Reuters. Cópia arquivada em 5 de dezembro de 2018 
  20. Gettleman, Jeffrey (18 de junho de 2007). «In Ethiopia, Fear and Cries of Army Brutality». The New York Times. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2020. O governo etíope chama os rebeldes de Ogaden de terroristas e diz que eles são armados e treinados pela Eritreia, vizinha e inimiga ferrenha da Etiópia. Uma das razões pelas quais a Etiópia decidiu invadir a Somália foi para impedir que os rebeldes a usassem como base. 
  21. «Q&A: Ethiopia's Afar region». BBC News. 18 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 10 de novembro de 2014 
  22. Maclean, Ruth (11 de outubro de 2018). «'It's just slavery': Eritrean conscripts wait in vain for freedom». The Guardian. With their hopes dashed that peace with Ethiopia would bring an end to national service, young Eritreans must either accept a life of forced labour or flee 
  23. «"They Are Making Us into Slaves, Not Educating Us": How Indefinite Conscription Restricts Young People's Rights, Access to Education in Eritrea». Human Rights Watch. 8 de agosto de 2019 
  24. «Eritrea: Refugees fleeing indefinite conscription must be given safe haven». Amnesty International. 1 de dezembro de 2015. …despite claims by officials that conscription would be limited to 18 months, national service continues to be indefinite, often lasting for decades. 
  25. Gebre, Samuel (3 de dezembro de 2015). «Eritrea Army Conscription Still Spurs Asylum Pleas, Amnesty Says». Bloomberg. Cópia arquivada em 12 de dezembro de 2015. ‘All those who condone violation of international law and tolerate occupation have no rights whatsoever to accuse Eritrea of prolonged service,’ [Eritrean Information Minister Yemane G. Meskel] said on Twitter, in reference to Ethiopia’s presence in Badme, a disputed territory that triggered a 1998-2000 conflict. 
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