Fortim romano de Casa Branca

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Fortim romano de Casa Branca
Nomes alternativos Recinto Fortificado Romano de Casa Branca
Tipo Forte
Proprietário inicial Roma antiga
Geografia
País Portugal Portugal
Localidade Odivelas
Coordenadas 38° 9' 14.79" N 8° 6' 29.25" O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Fortim romano de Casa Branca, igualmente conhecido como Recinto fortificado romano de Casa Branca, é um sítio arqueológico situado entre as aldeias de Odivelas e Alfundão, no concelho de Ferreira do Alentejo, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

O fortim consiste numa estrutura situada na margem direita do Barranco da Casa Branca, num monte próximo do local onde uma pequena linha de água desagua no barranco.[1] Este sítio foi escolhido devido à sua localização predominante em relação à peneplanície, permitindo vigiar uma vasta zona em redor, tendo o monte sido ainda aumentado, atingindo uma altura de cerca de cem metros.[1] Estava situado numa zona fronteiriça do território administrado pela cidade de Pax Julia (Beja), e por onde provavelmente passavam importantes estradas romanas, incluindo uma de Pax Julia a Salacia (Alcácer do Sal), e um ramal daquela até Vipasca (Aljustrel).[1] Devido à sua localização, o forte terá sido implantado como parte de um esforço para a colonização do território, numa altura em que ainda se verificava alguma instabilidade, ou então apenas serviu apenas como ponto de controlo das vias de comunicação.[2]

O complexo tem uma forma rectangular, embora irregular, apresentando cerca de 80 m de comprimento por 60 m de largura.[1] Foi edificado com pedras basálticas da região, que foram especialmente reforçadas na fachada Norte, onde provavelmente teria a entrada.[1] Faz parte de um conjunto de estruturas conhecidas como aparelhos ciclópicos, tendo sido identificados outros exemplares no Alentejo e em Espanha.[1] Foram recolhidos fragmentos de tégulas no exterior do forte, que podem indicar a presença de outros edifícios em redor.[1]

Em termos de espólio, também foram encontrados dois pedaços de mó, blocos de escória e fragmentos de cerâmica.[1] Estes incluem asas de ânforas béticas, partes de potes ou panelas, o fundo de um almofariz de pé anelar e outro de uma tigela ou prato anelar, vários grandes contentores que apresentavam um bordo de perfil sinuoso e pegas de recipiente abertas, de forma cilíndrica oca, que se ligavam directamente ao bordo, e um elemento indeferenciado da época republicana, que evidencia a antiguidade do domínio romano no local.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Devido ao espólio encontrado no local, o fortim foi provavelmente ocupado desde a segunda metade do século I a.C. até meados do século I d.C., altura em que predominavam na região as ânforas fabricadas na Hispânia meridional, contexto que é reforçado pela ausência de ânforas lusitanas.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j FABIÃO, Carlos; NORTON, José; CARDOSO, João Luís (Outubro de 1997). «O recinto fortificado romano de Casa Branca». al-madan. II Série (6). Almada: Centro de Arqueologia de Almada. p. 38-42. ISSN 0871-066X. Consultado em 16 de Junho de 2019 – via Biblioteca Digital do Alentejo 
  2. «Casa Branca». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 16 de Junho de 2019 


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