Inácio Caetano de Carvalho
Inácio Caetano de Carvalho (Goa, Goa Norte, Bardez, Camurlim ou Camorlim, 5 de Setembro de 1843 - 15 de Setembro de 1907), 1.º Visconde de Bardez, foi um goês que se distinguiu pela resistência às arbitrariedades da administração colonial portuguesa.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Goês católico, era filho de Joaquim Salvador de Carvalho e de sua mulher Maria Eufregina Carlota de Noronha. Foi Advogado[1] e Presidente da Câmara Municipal de Bardez, com sede em Mapuçá.[2]
Foi-lhe concedido o título de 1.º Visconde de Bardez, em duas vidas, por Decreto de D. Carlos I de Portugal de 26 de Abril de 1894 (não consta ter havido verificação de segunda vida).[3]
Foi acusado de ser o "principal instigador e dirigente dos rebeldes" durante a revolta de Goa de 1895-1896,[4] mas defendeu-se num folheto publicado em 1896 em Bombaim, após refugiar-se na Índia Britânica, alegando ter servido apenas de pacificador. Acusou o então Capitão Manuel de Oliveira Gomes da Costa, que se distinguiu na repressão da revolta, de ter atiçado o conflito por mera ambição pessoal.[5] De facto, o Visconde de Bardez patrocinou a revolta dos soldados e manteve contactos com os rebeldes Ranes, que há muito lutavam contra as autoridades portuguesas.
A revolta dos soldados indianos começara com a recusa de duas centenas de Cipaios de etnia Marata em integrar um contingente que deveria ser enviado de Goa para Moçambique, por ordem do governo português. O conflito, agravado pela intervenção dos Ranes na revolta, terminou com um perdão e amnistia para os revoltosos em 1897.
Referências
- ↑ Pratima Kamat, obra citada na Bibliografia, p. 92
- ↑ Leopoldo Rocha, obra citada na Bibliografia.
- ↑ Afonso Eduardo Martins Zúquete (dir.), Nobreza de Portugal e do Brasil, Lisboa: Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, 1989, vol. II, p. 401.
- ↑ Gomes da Costa, A Revolta de Goa e a Campanha de 1895-1896, Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco, 1939, p. 143.
- ↑ Visconde de Bardez, obra citada na Bibliografia.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Visconde de Bardez (Inácio Caetano de Carvalho), Apontamentos para a História da Revolta em Goa dos Soldados, Ranes e Satarienses em o Anno de 1895, Bombaim: Nicol´s Printing Works, 1896 [1].
- Visconde de Vila Nova de Ourém (Elesbão José de Bettencourt Lapa), A Revolta dos Marathas em 1895, Lisboa: Tipographia Mattos Moreira e Pinheiro, 1900.
- [Manuel de Oliveira] Gomes da Costa, A Revolta de Goa e a Campanha de 1895-1896, Lisboa: Livraria Popular de Francisco Franco, 1939 [2].
- Pratima P. Kamat, "Mutiny in the Portuguese Indian Army", Govapuri - Bulletin of the Institute Menezes Braganza, 1999, pp. 69–102 [3].
- Leopoldo F. da Rocha, O Visconde de Bardez (1843-1907), Lisboa: Gráfica Imperial, 1983.
- [José Inácio de Loyola], O Visconde de Contrabando e a Revolta de 1895 em Goa, por um Indo-Portuguez, S.l., s.n., 1896 [4].