Interpretação para os surdos

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Intérprete de língua de sinais

Interpretação para os surdos ou Interpretação em língua de sinais, (no Brasil), Interpretação em língua gestual (em Portugal), são expressões que identificam a interpretação que lida com uma língua oral e uma língua de sinais (gestual). Outras expressões relacionadas são intérpretes de língua de sinais ou intérpretes de língua gestual. É importante lembrar que sempre a interpretação entre as duas línguas é bidirecional, podendo partir, também, da língua de sinais para a língua oral, ou vice-versa. Este tipo de interpretação tem sido amplamente divulgada porque tanto surdos como ouvintes necessitam da mediação do chamado "intérprete para os surdos" em um número infinito de situações de interação entre surdos e ouvintes.

Métodos de Interpretação

Estes intérpretes para os surdos fazem uso de línguas sinalizadas. Por exemplo, no Brasil usam a LIBRAS e em Portugal a LGP, ao interagirem com os surdos. Além das línguas de sinais, outros sistemas de comunicação foram criados, visando beneficiar os surdos que não tiveram oportunidade de aprender uma língua de sinais e aos surdocegos. Por exemplo, alguns surdos comunicam-se por meio da língua escrita ou de escrita codificada; os surdo-cegos utilizam sistemas de comunicação do tipo gestual-táctil; os surdos que não dominam nem sequer uma dessas formas de comunicação comunicam-se por mímicas ou fazem a leitura labial.

« interpretando ».

A interpretação entre língua de sinais e língua oral, à semelhança da interpretação entre línguas orais, é uma atividade bilíngue-bicultural. É também uma atividade desafiadora, não somente pela diferença entre as línguas e as culturas (língua oral/cultura ouvinte x língua de sinais/cultura surda), mas também pela diferença entre os meios das línguas (oral-auditivo x visual-espacial). Em vista disso, faz-se necessário que o intérprete adapte sua forma de expressão não só à língua de sinais, mas, também, ao meio visual-espacial e à cultura da comunidade surda que assiste.

A interpretação em línguas de sinais é o meio adequado de possibilitar a participação do surdo na vida social e cultural da comunidade ouvinte, já que a leitura labial e a página impressa têm-se mostrado ineficazes neste sentido. O motivo disto reside no fato de que as línguas de sinais são adaptadas à capacidade de expressão e de percepção de mundo do surdo. Vários surdos têm expressado seu reconhecimento do fato de que necessitam deste tipo de interpretação em diversas situações do seu dia-a-dia. Por exemplo, Delanghe (1997), surdo francês e renomado professor de língua francesa de sinais da Ècole Superieure de Interpretacion et Traducion (ESIT), de Paris, concluiu, de sua própria experiência, que o intérprete de língua de sinais exerce um papel vital na elevação do status do surdo. Segundo ele, a interpretação em língua de sinais deve acompanhar o surdo por todo seu itinerário escolar, universitário e profissional.

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