Júlio de Matos Ibiapina

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Júlio de Matos Ibiapina
Nascimento 22 de setembro de 1890
Aquiraz
Morte 1947
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação escritor, professor, militar, advogado
Prêmios
Empregador(a) Colégio Militar de Fortaleza, Colégio Militar de Porto Alegre, Colégio Militar do Rio de Janeiro
Religião ateu

Júlio de Matos Ibiapina (Aquiraz, 22 de setembro de 1890 - Rio de Janeiro, 1947) foi um advogado, militar, professor e escritor brasileiro.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Francisco Ibiapina Rodrigues de Oliveira e Ana de Matos Oliveira. Estudou os preparatórios no Liceu do Ceará após o que ingressou na Faculdade de Direito do Ceará, transferindo-se, porém, para a Escola de São Paulo; positivista, preferiu abandonar os estudos de Direito e passar uma temporada na Europa, aprimorando-se nos idiomas francês, inglês e alemão.[3]

Esteve no Ceará em 1911/1912, trabalhando no Jornal da Manhã, em 1913 fez nova viagem à Europa, via Estados Unidos. No retorno, continuou no jornalismo, dirigindo o Diário do Estado. Ensinou no Liceu do Ceará, na Escola Normal e no Colégio Militar do Ceará.

Fundou o jornal oposicionista O Ceará (1924) e, seis anos depois, A Nação, sempre combatendo a política dominante no estado e no país.[4] Também combateu o clericalismo. Ensinou no Colégio Militar de Porto Alegre e no Colégio Militar do Rio de Janeiro, cidades onde escreveu Para o Correio do Povo e o Correio da Manhã, respectivamente.

Júlio Ibiapina fez parte da Academia Cearense de Letras (ACL) e foi sócio-fundador da Associação Cearense de Imprensa (ACI),[5] entidade da categoria jornalística surgida em 1925. Fundou também a Academia Brasileira de Filologia, da qual foi membro participante.[6][7]

Escreveu algumas obras didáticas. Foi Secretário de Fazenda do Estado do Ceará.

Jornal O Ceará[editar | editar código-fonte]

Adepto do Positivismo, as ideias do filósofo francês Augusto Comte iriam influenciar a obra do jornalista cearense.[8] Desse modo, era esperado que o progresso como meta e o incitamento da cientificidade permeassem os textos do jornal O Ceará.[9] Exemplo de jornalismo crítico e independente, o periódico circulou na cidade de Fortaleza entre os anos de 1925 e 1930, combatendo o abuso das oligarquias, o coronelismo com seu voto de cabresto e as contradições da Igreja Católica. Percebia origens sociais e econômicas em movimentos como o Cangaço.[10][11]

Minha luta[editar | editar código-fonte]

Traduziu para o português o livro Mein Kampf (Minha Luta, de Adolf Hitler).[12] Esta tradução tem sido alvo de constantes polêmicas por sua publicação ter sido desautorizada, apesar disso, algumas editoras continuaram a publicá-lo, visto que o livro foi proibido no Brasil por decisão judicial.[13][14][15][16][17][18][19][20][21]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Roem Facts to Grammar (4 volumes),
  • La Grammaire par Ia Langue (3 volumes),
  • Lecture Expliques,
  • English Essey Mastered,
  • First Steps,
  • Les'Premiers Pas.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. User, Super. «Júlio de Matos IBIAPINA». portal.ceara.pro.br (em inglês). Consultado em 4 de outubro de 2018 
  2. «L2278». www.planalto.gov.br. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  3. Nogueira, Lauro. «Rui Barbosa» (PDF). repositorio.ufc.br/. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  4. Vianna, Carolina; Engel, Magali Gouveia (23 de fevereiro de 2018). Trajetórias e sociabilidades intelectuais no Rio de Janeiro. [S.l.: s.n.] ISBN 9788577402526 
  5. Rodrigues, Antonio Paiva. 80 ANOS DE ASSOCIACAO CEARENSE DE IMPRENSA -. [S.l.]: biblioteca24horas. ISBN 9788561590703 
  6. Qualidade, AGESQ Assessoria em Gestão Empresarial e Sistema da. «:: ABRAFIL :: Academia Brasileira de Filologia». www.filologia.com.br. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  7. «Instituto do Ceará». biblioteca.link. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  8. Acioli, Socorro (6 de novembro de 2017). Rachel de Queiroz. [S.l.]: Fundação Demócrito Rocha. ISBN 9788575298053 
  9. Farias,Airton, de (26 de janeiro de 2016). História do Ceará. [S.l.]: Armazém da cultura. ISBN 9788584920174 
  10. Limaverde, Lucíola (2 de setembro de 2008). «Jornal O Ceará: Exemplo de Mídia Combativa na Década de 1920» (PDF). intercom.org.br. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  11. «Instituto do Ceará - página Central das Revistas». www.institutodoceara.org.br. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  12. «Livros só mudam pessoas». Livros só mudam pessoas. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  13. «Editoras vendem versões clandestinas de livro de Hitler na internet e em bancas de jornais». R7.com. 2 de maio de 2017 
  14. TEMPO, O (17 de janeiro de 2016). «A polêmica de "Minha Luta"». Magazine 
  15. (www.dw.com), Deutsche Welle. «Editora desiste de publicar "Minha luta" no Brasil | DW | 14.01.2016». DW.COM. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  16. «Editora brasileira desiste de publicar 'Minha Luta', de Hitler | VEJA Meus Livros». VEJA.com 
  17. «Edipro reavalia publicação polêmica». Edipro - Loja virtual de livros 
  18. Pernambuco, Suplemento. «Em debate: as edições de Minha luta, de Hitler». www.suplementopernambuco.com.br. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  19. «Debate sobre a publicação de 'Minha luta', de Adolf Hitler, chega ao Brasil». O Globo. 16 de janeiro de 2016 
  20. PublishNews. «Pelo menos três edições de 'Mein kampf' devem sair no Brasil nos próximos meses | PublishNews». PublishNews. Consultado em 4 de outubro de 2018 
  21. «Justiça do Rio proíbe venda de autobiografia de Adolf Hitler - Cultura & Ação». Cultura & Ação. 3 de fevereiro de 2016 
  22. Montenegro, Abelardo Fernando (1998). Cruz e Sousa e o movimento simbolista no Brasil. Fortaleza : Florianópolis: UFC edições ; Fundação Franklin Cascaes. ISBN 8572820531 
  23. «Rua Júlio Ibiapina, Meireles - Fortaleza CE - CEP 60170-220». www.consultarcep.com.br. Consultado em 4 de outubro de 2018