João Atalarico

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João Atalarico
Nacionalidade Império Bizantino
Principais trabalhos
Soldo do imperador Heráclio (r. 610–641) e seu filho Heraclonas

João Atalarico[1][2] (em grego: Ἰωάννης Ἀθαλάριχος; romaniz.:Ioánnes Athalárichos; em armênio: Աթալարիկ; romaniz.:At'alarik[3]) foi um filho ilegítimo do imperador bizantino Heráclio (r. 610–641). Em 637, alegou-se que fez parte de uma conspiração para derrubar Heráclio e tomar o trono.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ele aparece pela primeira vez em 622, quando foi enviado, junto com o Estêvão, o sobrinho de Heráclio, e João, o filho ilegítimo do patrício Bono, como refém aos ávaros para cimentar um acordo de paz.[4] Em 635 ou 637, alguns armênios, muito influentes em Constantinopla, sentiram que os interesses deles melhorariam sob um novo imperador. O candidato para substituir Heráclio era Atalarico. Também estavam envolvidos o curopalata Basterotzes II Bagratúnio, filho de Simbácio IV; Davi Sarones, primo de Atalarico; e o sobrinho de Heráclio, o mestre Teodoro. Basterotzes II empurrou-o para um golpe de Estado, em que o imperador seria forçado ao exilar.[3][5]

O esquema nunca foi executado, pois um informante entre os conspiradores informou que Atalarico planejava um golpe. Uma vez confirmando a história, Heráclio ordenou a prisão de todos os envolvidos. Seus conselheiros recomendaram que os conspiradores deveriam ser executados, mas Heráclio, como citado por Sebeos, disse: "Já que você fez o que você fez em relação a mim e não quer mergulhar sua mão em meu sangue e o sangue de meus filhos, não vou abranger você e seus filhos. Vá onde eu ordeno, e terei misericórdia de vós."[3]

Enquanto poupou sua vida, Heráclio ordenou a amputação das mãos e nariz de cada conspirador. Além de ser mutilado, Atalarico foi exilado para Príncipo, uma das ilhas Príncipes. Teodoro recebeu o mesmo tratamento, mas foi enviado a Gaudomelete (talvez a moderna Gozo) com instruções adicionais para cortarem uma perna.

Referências

  1. Charanis 1959, p. 34.
  2. Kaegi 2003, p. 120.
  3. a b c Sebeos 1999, cap. 41.
  4. Martindale 1992, p. 706.
  5. Martindale 1992, p. 706, 1282–1285, 1363–1364.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Charanis, Peter (1959). «Ethnic Changes in the Byzantine Empire in the Seventh Century». Dumbarton Oaks Papers, Trustees for Harvard University. 13 (1): 23–44. ISSN 0070-7546 
  • Mango, Cyril (1990). Nikephoros, Patriarch of Constantinople: Short History. Washington: Dumbarton Oaks. ISBN 0-88402-184-X 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Sebeos (1999). Thomson R. W. (trad.); Howard-Johnston, James (com. hist.); Greenwood, Tim (assist.), ed. The Armenian History attributed to Sebeos. Liverpool: Liverpool University Press