José Coll y Cuchí

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José Coll y Cuchí
José Coll y Cuchí
Nascimento 12 de janeiro de 1877
Arecibo, Porto Rico
Morte 2 de julho de 1960 (83 anos)
Santurce, Porto Rico
Nacionalidade porto-riquenho
Progenitores Mãe: Adela
Pai: Cayetano Coll y Toste
Cônjuge Josefina Moya
Filho(a)(s) Luis, Enrique, Adela, Josefina, Francisco, Alberto, Daniel, Maria e Adrian
Ocupação Político e escritor
1. O neto dele, Eduardo Morales Coll foi presidente da Ateneu de Porto Rico por trinta anos consecutivos e presidente do Instituto de Literatura de Porto Rico durante vinte anos consecutivos. Ele é também acadêmico da Academia porto-riquenha de língua espanhola.

José Coll y Cuchí[nota 1] (12 de janeiro de 18772 de julho de 1960) foi um advogado, escritor e fundador do Partido Nacionalista de Porto Rico. Era membro de uma família porto-riquenha de políticos, educadores e escritores.[nota 2]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

José nasceu em Arecibo, Porto Rico. Seu pai era Cayetano Coll y Toste, um historiador que, em 1913, foi nomeado o "historiador oficial de Porto Rico", e sua mãe Adela, era a filha do ex-prefeito de Arecibo, José Cuchí y Arnau. A família dele o mandou para escolas particulares para sua educação primária e secundária.[1] Em 1896, foi a Espanha a pedido de seus pais, onde se formou em Direito pela Universidade de Barcelona. Durante sua estada na Espanha, se interessou por política e se envolveu com o movimento de independência de Porto Rico.[1]

Quando José voltou ao Porto Rico, se encontrou com uma situação política totalmente diferente. A ilha, que já pertenceu à coroa espanhola, era agora um território dos Estados Unidos, que veio acontecer como parte do acordo do Tratado de Paris como consequência do desfecho da Guerra Hispano-Americana.

Político[editar | editar código-fonte]

Em 1904, aderiu ao Partido Republicano, em Porto Rico, e foi eleito deputado da Câmara dos Representantes. Acreditando que a identidade de Porto Rico como uma nação estava ameaçada pela lei Foraker, decidiu se juntar ao Partido União de Porto Rico liderado por Antonio Rafael Barceló, e foi reeleito deputado da Câmara dos Representantes em 1908. Como membro da Câmara, liderou a luta contra a lei Foraker, também conhecida como "Lei Orgânica de 1900", que estabeleceu um governo civil na ilha. O novo governo teve um governador norte-americano e Conselho Executivo nomeado pelo presidente dos Estados Unidos.[1]

Já em 1919, José sentiu que o Partido União não estava fazendo o suficiente pela causa de Porto Rico e, junto com alguns seguidores, se afastou do partido e formou a Associação Nacionalista de Porto Rico, em San Juan. Por volta de 1920, havia duas outras organizações pró-independência na ilha: a Juventude Nacionalista e a Associação de Independência. A Associação de Independência foi fundada por José S. Alegría, Eugenio Font Suárez e Dr. Leopoldo Figueroa em 1920.[1] Sob a presidência de José, o partido foi capaz de convencer a Assembleia Legislativa de Porto Rico a aprovar uma lei que permitiria a transferência dos restos mortais do patriota porto-riquenho Ramón Emeterio Betances, de Paris, França para Porto Rico. Os restos mortais de Ramón chegaram em San Juan, Porto Rico, em 5 de agosto de 1920, e uma caravana funeral organizada pela Associação Nacionalista transferiu os restos mortais da capital à cidade de Cabo Rojo, onde suas cinzas foram enterradas pelo seu monumento.

Fundação do Partido Nacionalista de Porto Rico[editar | editar código-fonte]

Em 17 de setembro de 1922, as três organizações políticas se uniram e formaram o Partido Nacionalista de Porto Rico. José foi eleito presidente, o José S. Alegría (pai de Ricardo Alegría) vice-presidente e Antonio Vélez Alvarado "o pai da bandeira porto-riquenha" ao Supremo Conselho do partido. Em 1924 o Dr. Pedro Albizu Campos se juntou ao partido e foi eleito vice-presidente.[1]

Em 1927 José foi convidado pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos, a dar uma conferência. Naquela conferência, o governador de Nova Iorque, Al Smith, esteve presente e parabenizou José. Quando Al Smith concorreu à presidência dos Estados Unidos em 1928, sob o bilhete democrático, ele convidou José a voltar para os Estados Unidos e fazer a campanha para ele entre as comunidades hispânicas, o qual ele fez. O Partido Nacionalista foi mal nas eleições em 1928, eles só receberam apenas 399 votos de um total de 253.520 votos.[2]

Apesar do fato de que ele era um líder no movimento de independência, José mostrou respeito e admiração pelos norte-americanos. Albizu Campos não gostou do que ele considerava, era a atitude de solidariedade fraterna de José com o inimigo. Em 1930, havia mais desentendimentos entre José e Albizu Campos a respeito de como o partido deve funcionar. Como resultado, José abandonou o partido e alguns de seus seguidores voltaram ao Partido União. Em 11 de maio de 1930, Albiziu Campos foi eleito presidente do Partido Nacionalista de Porto Rico. Em 1931, quando o presidente Herbert Hoover visitou Porto Rico, José instou os ilhéus a saudá-lo com boas-vindas calorosas.[2]

Membros notáveis da família[editar | editar código-fonte]

José veio de uma família de educadores porto-riquenhos, políticos e escritores. O pai dele, Dr. Cayetano Coll y Toste (1850–1930) foi historiador e escritor.[3] O irmão dele, Cayetano Coll y Cuchí foi presidente da Casa dos Representantes de Porto Rico.[1] A sobrinha dele, Edna Coll foi educadora e escritora que fundou a Academia de Belas Artes, em Porto Rico,[4] e sua sobrinha Isabel Cuchí Coll, outra sobrinha, foi jornalista, autora e diretora da "Sociedad de Autores Puertorriqueños" (Sociedade de autores porto-riquenhos).[4] Seu sobrinho (filho de Edna) Jose "Fufi" Santori Coll é um ex-jogador de basquete que atuava na liga Baloncesto Superior Nacional, treinador e comentarista esportivo de televisão.[5] O neto dele, o advogado Eduardo Morales Coll, foi presidente do Ateneu de Porto Rico durante trinta anos consecutivos, também presidente do Instituto de Literatura de Porto Rico por vinte anos, e é acadêmico da Academia de Porto Rico da língua espanhola, também acadêmico da Academia de Artes e Ciência de Porto Rico, entre outras instituições culturais.

Anos depois[editar | editar código-fonte]

José foi diretor da Seção de Ciências Políticas de Ateneu, em Porto Rico. É o único porto-riquenho a ter recebido a Medalha de Honra da "Academia Real da Linguagem Espanhola" pelo melhor livro publicado durante um período de cinco anos. José nunca abandonou seus ideais da pró-independência e continuou atuando na causa da independência. José morreu em Santurce, Porto Rico, em 2 de junho de 1960.[1]

Obras escritas[editar | editar código-fonte]

Entres suas obras escritas, são as seguintes:

  • The Secular Issues of the Jewish People
  • America's Doctrine
  • Nationalism in Puerto Rico (1923)

Notas e referências

Notas

  1. Este nome usa costumes hispânico de nomenclatura: O primeiro ou nome paternal de família é Coll e o segundo ou nome maternal de família é Cuchí.
  2. Ver: seção de membros notáveis da família.

Referências

  1. a b c d e f g «El Nuevo Dia». Consultado em 2 de junho de 2016. Arquivado do original em 27 de setembro de 2011 
  2. a b Luis Muñoz Marín, By A. W. Maldonado, Pág. 86, Editora: La Editorial, Universidad de Puerto Rico , (1 de dezembro de 2006), ISBN 0-8477-0158-1, ISBN 978-0-8477-0158-2
  3. Biografías – Cayetano Coll y Toste Arquivado em 9 de julho de 2011, no Wayback Machine. em www.zonai.com Nuevo Dia]
  4. a b ["Tras las Huellas de Nuestro Paso"; por: Ildelfonso López; Publisher: AEELA, 1998
  5. «"NACIONALIDAD Y CIUDADANÍA"; El Nuevo Dia». Consultado em 2 de junho de 2016. Arquivado do original em 19 de julho de 2011