Kisenge

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Kisenge é uma vila da província de Lualaba, localizada no sul da República Democrática do Congo, nas proximidades da fronteira com Angola.[1]

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima é tropical, sendo a vila rodeada por densas florestas. Entre os meses de maio e setembro chove muito na localidade.

População[editar | editar código-fonte]

Línguas em Kisenge (2019)
Religiões em Kisenge

Não existem dados precisos acerca da população da vila. No entanto estima-se que tenha 3500 habitantes.

A grande maioria da população da vila é cristã católica, no entanto existem pequenas minorias de muçulmanos sunitas e de religiões tradicionais africanas.[2]

Até 1940 a esmagadora maioria da população falava kisetogo ou nagakala, línguas com base no banto. No entanto, a partir de 1940 o idioma francês também começou a estar presente na localidade. Em 1975, com Portugal a deixar as suas colónias africanas e com a independência de Angola, dezenas de emigrantes angolanos migraram para Kisenge. Assim, nas últimas décadas o idioma português foi sendo assimilado pela população e quase metade da população já fala português fluente e como primeira língua. Outro fator para o crescente número de falantes de português na vila é o grande investimento por parte do Brasil e de Angola e, em menor parte, por Portugal.[2]

Economia[editar | editar código-fonte]

Investimentos económicos em Kisege - 2019

Kisenge possui uma das principais minas da província de Lualaba, com sua produção sendo escoada pelo Ramal de Kisenge do Caminho de Ferro de Benguela.[3] O projeto alavancou em 2013, quando uma empresa brasileira construiu um complexo para a exploração de minerais e metais, empregando quase 40% de toda a população.[4]

Anteriormente a economia da vila sustenta-se principalmente na desmatação da floresta e na venda da madeira. Em 2007, uma empresa com capital angolano e queniano comprou grandes porções de terra para o desmatamento, empregando grande parte da população.

Recentes investimentos por parte de Portugal e França levaram à construção do primeiro centro de saúde e de uma escola bilíngue (português e françês). Em 2011, investimentos chineses levaram à construção de uma grande fábrica de tintas, embora esta fábrica tenha empregado cerca de 25% da população, poluiu o lago da povoação. Além disso, a empresa começou a construção de uma escola para aprender chinês e de um pequeno complexo de apartamentos para abrigar trabalhadores chineses. Em 2012, a população revoltou-se e destruíu as construções. Atualmente, a construção destes edifícios foi abandonada.[2][5][6]

Os Estados Unidos e Taiwan investiram na melhoria da infraestrutura da vila e nas telecomunicações.[6]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

A vila possui um dos ramais do Caminho de Ferro de Benguela, que serve principalmente para transporte de minérios. O ramal liga a vila de Kisenge com a cidade de Diongo.[3]

Referências

  1. «Kisenge». Kisenge (em inglês). Consultado em 18 de junho de 2020 
  2. a b c Silva, João (2017). The relationship between Angola and the Democratic Republic of Congo. 1. Luanda, Angola: Lunivris. pp. 34, 35, 36 and 37 
  3. a b Comboio com manganês da RDC só chega em Março ao Lobito. Portal Angop. 20 de fevereiro de 2018.
  4. «Democratic Republic of Congo». Climate Investment Funds (em inglês). 25 de agosto de 2015. Consultado em 18 de junho de 2020 
  5. «Believe in DRC». Believe in DRC - Invest in DRC (em inglês). Consultado em 18 de junho de 2020 
  6. a b «Special Economic Zone (SEZ)». Believe in DRC - Invest in DRC (em inglês). 2 de outubro de 2019. Consultado em 18 de junho de 2020