Mamy

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Mamy
Mamy
Informação geral
Nome completo Naira Cristina Jordão do Sacramento Doria
Também conhecido(a) como MAMY
Nascimento 1 de fevereiro de 1988 (36 anos)
Local de nascimento Luanda
Angola Angola
Gênero(s) Rap
Ocupação(ões) Rapper
Instrumento(s) Vocais
Período em atividade 2009 — atualmente
Outras ocupações Locutora, Produtora

Naira Cristina Jordão do Sacramento Doria (Maianga, 1 de fevereiro de 1988), mais conhecida como Mamy, Miss Skills, Femme Fatale e Trap Queen, é uma radialista, artista de Hip-Hop, ativista, liricista, compositora, fotógrafa angolana[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Desde a infância, Mamy tinha o gosto pela poesia e o desejo de ser cantora, de modo que teve como referências iniciais Bob Marley, Michael Jackson, Abba, Boney M., Eddy Grant, Nina Simone e Lauryn Hill.

Mamy cresceu em Lisboa (Portugal), onde começou sua carreira artística e morou até os 23 anos. Voltou, então, a morar em Luanda, consolidando sua carreira no Hip-Hop. Seu trabalho é multidisciplinar, tendo iniciado como beatmaker em 2006, depois DJ, para então tornar-se rapper e criar um home-studio [2].

Em 2015, Mamy viajou ao Rio de Janeiro, Brasil, para participar da 3ª edição do festival "Terra do Rap", cujo eixo temático foi "África Lusófona: seu trânsito pela cidade e seu diálogo por intermédio da cultura Hip-Hop". Assim, Mamy e MCK foram os rappers convidados para representar a Angola[3][4]. Além da viagem ao Rio de Janeiro, Mamy também já participou do festival "Black Friday", em São Tomé e Príncipe.

Já no ano de 2016, Mamy lançou de forma independente seu primeiro álbum, intitulado "Génesis". O álbum contou com as participações de EasyHits, Tucho Millionz, Mono Stereo, Organoydz SS e Celso OPP[5]. Assim, Génesis fecha um primeiro ciclo de trabalho que envolve 10 anos, de modo que o título remete ao processo de nascimento e criação. Foi, também, neste primeiro ciclo que Mamy lançou os video-clipes: Ilha de Esperança (2014), Um Pedaço do Céu (2014), Brisa de Mudança (2015) e Pariah (2016)[6][7].

Segundo ciclo[editar | editar código-fonte]

O segundo ciclo da carreira de Mamy atingiu um nível maior de visibilidade, por meio de projetos colaborativos e solo.

Mamy atuou como articuladora do projeto Rapvolução: a graduação (2017), cedendo seu home-Studio para a primeira reunião do projeto. Este teve como um de seus motores a problemática do machismo no interior do Hip-Hop, criticando o incentivo, por parte dos homens, à competição, rivalidade e desunião entre as mulheres[8]. O E.P. foi produzido com Vanda MãeGrande, Khris MC e Kendrah, e contou com as participações de G-Pamela e Teresona.

Com a música solo Lugar de Mulher, de Rapvolução, Mamy obteve indicações aos prêmios Top Rádio Luanda, Angola Hip Hop Awards e Angola Music Awards [9]. Além disso, gravou o XL Cypher, com Medusa e Vanda MãeGrande, que obteve centenas de milhares de visualizações no canal oficial da XL FILMS, e rendeu uma participação junto de Vanda MãeGrande, K-Pinha e Naice Zulu, no programa A tarde é nossa, da TV Zimbo[10]

Ainda em 2017, Mamy participou da obra "Underground Lusófono: de volta aos clássicos", gravando a música "Tudo gira em torno deles" com a rapper brasileira Issa Paz (Jupi77er). O álbum foi o 5º projeto do Underground Lusófono, contando com a participação de Mamy, Agente Supremo e Catastrófico Lírico (Angola), Daniel Shadow, Vinícius Terra e Issa Paz (Brasil), Rave Master (Cabo Verde), Lancelot, Pulga Phil M. e Mr. B (Portugal), sendo produzido por Atônomo, Intelektu e DJ Machintal[11]

O ciclo iniciado em 2016 foi batizado com a música Femme Fatale, de Segunda Parte do Mundo da Mamy, no qual a rapper lançou os vídeo-clipes "Escuridão", "Femme Fatale" e "Peso Pesado", além de um novo E.P., intitulado "Femme Fatale"[12].

Trap Queen[editar | editar código-fonte]

Em 2019, a participação de Mamy foi uma das mais visualizadas do programa Mestre de Cerimônia, Kano Kortado TV, participou da Tour com a Tigra e da Tour com a Sumol, foi a primeira rapper a atuar no "Top dos Mais Queridos", cantando com Ricardo Lemvo[13], e gravou um video clipe com Pop Black e Renan Inquérito na avenida Paulista (São Paulo, Brasil) [14]. Já em 2020, Mamy lançou mais dois singles, com seus respectivos videoclipes: "Tá Kuyar" e "Atitude Negra". Este último, enaltece a cultura e a beleza africana, bem como aponta para a importância de as mulheres angolanas assumirem sua identidade e conquistar a independência[15].

Posteriormente, em meio à pandemia do COVID-19 e do isolamento social[16], Mamy lançou em 10 de maio o EP "Trap Queen".[17] Que consolida a passagem de Mamy do estilo Boombap para o Trap Music[18], sendo bem recebido pela mídia angolana[19][20].

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbum solo

  • Gênesis (2016)

E.P. Solo

  • Femme Fatale (2018)
  • Trap Queen (2020)

E.P. Colaborativo

  • Rapvolução (2017)

Participações

  • Tudo gira em torno deles (2017), com Issa Paz (Jupi77er).
  • Winners (2018), com DJ Callas e Carla Prata.
  • Nego Negô 2.0 (2019), com Pop Black (voz) e Renan Inquérito (letra e direção).
  • Tranquilo (2019), com DJ Ritchelly, Lil Jorge, Cfkappa, Luzingo, King, Black Ny e Killa O.
  • Angola Novo Horizonte (2020), com Kanda, Miguel Bulla, Konstantino Chicato, Rita Ferreira, Mónica, Nefertiti, Jojó Gouveia, Sabino Henda, Claúdio Feidão, Jandira Padre, Anderson Mário, Isidora Campos, Dino Ferraz, Walter Ananás, Robertinho e Bu Cherry.
  • Ficheiros 2 contra 1 (2020), com Carpe Diem, Liryku Supremo, Sanguinário e Phedilson.
  • Spitter (2020), com DJI Tafinha, Look Cem, CFK e Phedilson.

Singles

  • Génesis da Mamy (2013).
  • Ilha de esperança (2014).
  • Femme Fatale (2018)
  • Peso Pesado (2018)
  • Tá Kuyar (2020).
  • Atitude Negra (2020).
  • Spitter (2020)

Video-clipes

  • Ilha de Esperança (2014)
  • Um Pedaço do Céu (2014)
  • Brisa de Mudança (2015)
  • Pariah (2016)
  • Escuridão (2018)
  • Femme Fatale (2018)
  • Tá Kuyar (2020)
  • Atitude Negra (2020)
  • Kit Kitchã (2020)
  • Spitter (2020)

Prêmios e Indicações[21][22][editar | editar código-fonte]

Ano Prêmio Categoria Resultado
2017 Angola Hip Hop Awards Melhor Rap Feminino Indicado
2018 Top Rádio Luanda Melhor Rap/Hip Hop Indicado
2018 Angola Music Awards Melhor Rap/Hip Hop Indicado
2018 Angola Music Awards Artista Internet Indicado
2020 The best BANTUMEN Melhor Artista do Ano Indicado


Referências

  1. Underground Lusófono, [1], Entrevista Mamy the Miss Skills, Underground Lusófono, 7 de março de 2014. Acessado em 20 de maio de 2020.
  2. Solange Machado, https://www.verangola.net/va/pt/102016/CulturaEducacao/6077/], Miss Skills: "Ser rapper é sobretudo um acto de cidadania", Ver Angola, 20 de outubro de 2016. Acessado em 20 de maio de 2020.
  3. Underground Lusófono, [2], Documentário: Festival Terra do Rap 2015, Underground Lusófono, 19 de março de 2016. Acessado em 20 de maio de 2020.
  4. Marina Gonçalves, [3], Festival Terra do Rap homenageia países da língua portuguesa, O Globo, 24 de novembro de 2015. Acessado em 20 de maio de 2020.
  5. Underground Lusófono, [4], Underground Lusófono entrevista Mamy the Miss Skills, Underground Lusófono, 7 de março de 2014. Acessado em 20 de maio de 2020.
  6. Cenas Que curto, [5], Mamy the Miss Skilss - Brisa de mudança: Videoclipe dia 20 de abril, Cenas Que Curto, 18 de abril de 2015. Acessado em 20 de maio de 2020.
  7. Underground Lusófono, [6], Miss Skills lançará o video "Brisa de mudança" nesta segunda-feira (20), Underground Lusófono, 19 de abril de 2015. Acessado em 20 de maio de 2020.
  8. SANTOS, Jaqueline Lima. Imaginando uma Angola pós-colonial: a cultura hip-hop e os inimigos políticos da Nova República. 2019. Tese de doutorado em Antropologia Social. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, p.239.
  9. Platina Line, [7], Mamy estreia hoje videoclipe da música "Tá Kuyar", revista Platina Line, 01 de janeiro de 2020. Acessado em 20 de maio de 2020.
  10. ALMEIDA, Bruna Borges. A presença da voz e seus sentidos no Rap de Eva Rapdiva: decolonialidade do Atlântico Negro em Angola. 2018. Dissertação de mestrado em Letras. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2018, p.44.
  11. Anderson Hebreu, [8], Com participação de Rashid, Daniel Shadow, Issa Paz, Underground Lusófono lança disco "De volta aos clássicos", Noticiário Periférico, novembro de 2017. Acessado em 20 de maio de 2020.
  12. Anderson Hebreu, [9], A rapper angolana Mamy lança o EP intitulado "Femme Fatale", Noticiário Periférico, abril de 2018. Acessado em 20 de maio de 2020.
  13. [10], Mamy torna-se a primeira rapper angolana a subir no palco do Top dos Mais Queridos, Polifoniaperiférica, 29 de setembro de 2019. Acessado em 20 de maio de 2020
  14. Do Bom Rap, [11], Teremos um ano de 2020 com maior expansão de MAMY!, Do Bom Rap, 05 de janeiro de 2020. Acessado em 20 de maio de 2020.
  15. Adjelson Coimbra, [12], Mamy Skills enaltece cultura angolana com tema "Atitude Negra", O país, 20 de abril de 2020. Acessado em 20 de maio de 2020
  16. Eddie Pipocas, [13], BANTUMEN, Isolamento social dá-nos 'Trap Queen' de Mamy, 10 de maio de 2020. Acessado em 18 de maio de 2020
  17. Anderson Hebreu, [14], Trap Queen: A rapper angolana Mamy lança novo EP e assume o trono do Trap, Noticiário Periférico, 11 de maio de 2020. Acessado em 18 de maio de 2020.
  18. Naucira Rodrigues, [15], Novo EP de MAMY revela habilidades no Trap Music, CARGA, 11 de maio de 2020. Acessado em 18 de maio de 2020.
  19. Esmael de Andrade, [16], Trap Queen, o novo EP de MAMY, Dino-musik, 7 DE MAIO DE 2020. Acessado em 20 de maio de 2020.
  20. Platina Line, [17], Trap Queen, o novo EP de MAMY, revista Platina Line, 11 de maio de 2020. Acessado em 20 de maio de 2020
  21. «Mamy torna-se a primeira rapper angolana a subir ao palco do Top dos Mais Queridos». Polifonia Periférica. 29 de setembro de 2019. Consultado em 31 de março de 2021 
  22. Perishable (24 de dezembro de 2020). «#TheBestBANTUMEN: Monsta é o Melhor Artista e Djimetta tem o Melhor Projeto de 2020». BANTUMEN. Consultado em 31 de março de 2021