Manuel Joaquim Henriques de Paiva

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Manuel Joaquim Henriques de Paiva
Manuel Joaquim Henriques de Paiva
Nome completo Manuel Joaquim Henriques de Paiva
Nascimento 23 de dezembro de 1752
Castelo Branco, Portugal
Morte 10 de março de 1829 (76 anos)
São Salvador, Brasil
Progenitores Mãe: Isabel Aires Henriques
Pai: António Ribeiro de Paiva
Ocupação Filósofo, médico e químico

Manuel Joaquim Henriques de Paiva (Castelo Branco, 23 de dezembro de 1752São Salvador, 10 de março de 1829) foi um filósofo, médico e químico luso-brasileiro. Henriques de Paiva publicou várias dezenas de livros científicos, vários deles traduções ou adaptações de obras de cientistas internacionais como Scopoli, Lineu, Brisson, ou Fourcroy. Foi responsável pela difusão do trabalho de Edward Jenner sobre a vacinação heteróloga no mundo lusófono, através do seu Preservativo das Bexigas (1801), um livro de divulgação científica destinado a sensibilizar o público para os benefícios da vacinação contra a varíola mortal.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu a 23 de Dezembro de 1752 em Castelo Branco, sendo o filho mais novo de António Ribeiro de Paiva e de Isabel Aires Henriques. Seu pai era um químico cristão-novo, e era um parente distante de Ribeiro Sanches. Durante a juventude, sua família embarcou para o Brasil Colonial, onde seu pai era boticário do vice-rei, o Marquês de Lavradio; foi aqui que ele se formou pela primeira vez como químico.[2] Depois de inicialmente planejar estudar no estrangeiro, matriculou-se na Universidade de Coimbra, demonstrando grande entusiasmo pelas reformas pombalinas,[2] e licenciou-se em filosofia natural em 1775 e em medicina em 1781.[3]

Henriques de Paiva por volta de 1790

Henriques de Paiva ocupou vários cargos importantes na administração sanitária portuguesa (foi médico da Casa Real, membro da Real Mesa do Protomedicamento, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, membro da Real Academia das Ciências de Lisboa), e gozou de algum protagonismo político.[1] As suas ligações à maçonaria e aos franceses durante a Primeira Invasão Francesa de Portugal na Guerra Peninsular fariam com que fosse julgado como jacobino em 1809, banido para o Brasil e destituído dos seus cargos e honrarias. Estabeleceu-se em Salvador, Bahia; as acusações contra ele foram extintas em 1818, e suas prerrogativas reabilitadas, o que o levou a ser nomeado professor da Escola Médico-Cirúrgica da Bahia.[3] Henriques de Paiva posteriormente interveio em apoio à Independência do Brasil.[1]

Distinções[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Pita, João Rui (2010). «Manuel Joaquim Henriques de Paiva: Um luso-brasileiro divulgador de ciência; O caso particular da vacinação contra a varíola». Mneme - Revista de Humanidades. 10 (26): 91–102. ISSN 1518-3394. Consultado em 9 de outubro de 2021 
  2. a b Filgueiras, Carlos A. L. (1991). «As vicissitudes da ciência periférica: a vida e a obra de Manoel Joaquim Henriques de Paiva» (PDF). Química Nova. 14 (2): 133–141. Consultado em 11 de outubro de 2021 
  3. a b c Rodrigues, Augusto. «PAIVA, Manuel Joaquim Henriques de (1752-1829), Professor da Faculdade de Filosofia». uc.pt. Universidade de Coimbra. Consultado em 9 de Outubro de 2021