Melhoramento de plantas

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Um cultivar de trigo yecoro (direita) é sensível à salinidade, enquanto plantas resultantes de um cruzamento híbrido com o cultivar W4910 (esquerda) apresentam maior tolerância à alta salinidade

Melhoramento de plantas é a ciência de alterar as características das plantas para produzir os resultados desejados.[1] Isso tem sido usado para melhorar a qualidade da nutrição em produtos para humanos e animais.[2] Os objetivos do melhoramento de plantas são produzir variedades de culturas que possuam características únicas e superiores para várias aplicações agrícolas. As características mais abordadas são aquelas relacionadas à tolerância ao estresse biótico e abiótico, rendimento de grãos ou biomassa, características de qualidade de uso final, como sabor ou concentrações de moléculas biológicas específicas (proteínas, açúcares, lipídios, vitaminas, fibras) e facilidade de processamento. (colheita, moagem, panificação, maltagem, mistura, etc.).[3]

O melhoramento de plantas pode ser realizado através de muitas técnicas diferentes que vão desde a simples seleção de plantas com características desejáveis para propagação, até métodos que fazem uso de conhecimentos de genética e cromossomos, até técnicas moleculares mais complexas (ver cultivar). Os genes em uma planta são o que determinam que tipo de características qualitativas ou quantitativas ela terá. Os melhoristas de plantas se esforçam para criar um resultado específico de plantas e potencialmente novas variedades[2] e, ao fazê-lo, reduzem a diversidade genética dessa variedade a alguns biótipos específicos.[4]

É algo praticado em todo o mundo por jardineiros, agricultores e por criadores profissionais de plantas empregados por organizações como instituições governamentais, universidades, associações industriais específicas de culturas ou centros de pesquisa. As agências internacionais de desenvolvimento acreditam que a criação de novas culturas é importante para garantir a segurança alimentar, desenvolvendo novas variedades de maior rendimento, resistentes a doenças, tolerantes à seca ou adaptadas regionalmente a diferentes ambientes e condições de cultivo.

O melhoramento de plantas começou com a agricultura sedentária e particularmente a domesticação das primeiras plantas agrícolas, uma prática que se estima datar de 9.000 a 11.000 anos atrás.[5] Inicialmente, os primeiros agricultores simplesmente selecionavam plantas alimentícias com características desejáveis particulares e as empregavam como progenitoras para as gerações subsequentes, resultando em um acúmulo de características valiosas ao longo do tempo. A tecnologia de enxerto era praticada na China antes de 2000 a.C.[6] Por volta de 500 a.C., o enxerto estava bem estabelecido e praticado.[7]

Referências

  1. Breeding Field Crops. 1995. Sleper and Poehlman. Page 3
  2. a b Hartung, Frank; Schiemann, Joachim (2014). «Precise plant breeding using new genome editing techniques: opportunities, safety and regulation in the EU». The Plant Journal. 78 (5): 742–752. PMID 24330272. doi:10.1111/tpj.12413Acessível livremente 
  3. Willy H. Verheye, ed. (2010). «Plant Breeding and Genetics». Soils, Plant Growth and Crop Production Volume I. [S.l.]: Eolss Publishers. ISBN 978-1-84826-367-3 
  4. Hayes, Patrick M.; Castro, Ariel; Marquez-Cedillo, Luis; Corey, Ann; Henson, Cynthia; Jones (2003). «Genetic diversity for quantitatively inherited agronomic and malting quality traits». In: Roland von Bothmer; Theo van Hintum; Helmut Knüpffer; Kazuhiro Sato. Diversity in Barley (Hordeum vulgare). Amsterdam Boston: Elsevier. pp. 201–226. ISBN 978-0-444-50585-9. ISSN 0168-7972. OCLC 162130976. doi:10.1016/S0168-7972(03)80012-9  ISBN 1865843830
  5. Piperno, D. R.; Ranere, A. J.; Holst, I.; Iriarte, J.; Dickau, R. (2009). «Starch grain and phytolith evidence for early ninth millennium B.P. maize from the Central Balsas River Valley, Mexico». PNAS. 106 (13): 5019–5024. Bibcode:2009PNAS..106.5019P. PMC 2664021Acessível livremente. PMID 19307570. doi:10.1073/pnas.0812525106Acessível livremente 
  6. Meng, Chao; Xu, Dong (2012). Simulation-based Economic Feasibility Analysis of Grafting Technology for Propagation Operation. IIE Annual Conference. Institute of Industrial Engineers 
  7. Mudge, K.; Janick, J.; Scofield, S.; Goldschmidt, E. (2009). A History of Grafting. 35. [S.l.: s.n.] pp. 449–475. ISBN 9780470593776. doi:10.1002/9780470593776.ch9