Museu das Civilizações Negras

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Fachada de entrada do museu

O Museu das Civilizações Negras é um museu estatal, localizado em Dakar, no Senegal, inaugurado em 6 de dezembro de 2018.[1] Foi construído pelo governo senegalês, com a cooperação do governo chinês, com o propósito de apresentar e conservar as artes, a cultura e a história do povo negro, da África continental e das diásporas africanas em todo o mundo.[2]

A ideia do museu foi introduzida há mais de 50 anos, pelo ex-presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, importante pensador pan-africanista, poeta e teórico cultural, um dos fundadores do movimento literário da negritude.[3]

O museu é aberto, espalhado por uma área de 14000 m2, com capacidade para 18 mil peças de arte. Possui uma cenografia moderna, que utiliza tecnologias recentes e possibilita o diálogo entre diversas expressões artísticas, como pinturas, esculturas, máscaras etc.[2]

Uma das peças de destaque, instalada no átrio central do museu, é uma escultura de 12 metros de altura, estruturada em aço cortene, com mais de 20 toneladas. A Saga do Baobá (The Saga of the Baobad) é uma obra do artista haitiano radicado nos Estados Unidos, Edouard Duval-Carrié.[4]

Dirigido por Hamady Bocoum, arqueólogo e pesquisador da Universidade Cheikh-Anta-Diop, o museu foi projetado com o objetivo de destacar "a contribuição da África para o patrimônio cultural e científico". Segundo Bocoum, é particularmente importante lembrar que "a metalurgia do ferro foi descoberta na África 2.500 anos antes de Cristo".[5]

É um dos "museus ultramodernos" identificados por Felwine Sarr e Bénédicte Savoy em seu Relatório para a restituição do patrimônio cultural africano. Por uma nova ética relacional. (Rapport sur la restitution du patrimoine culturel africain. Vers une nouvelle éthique relationnelle), solicitado pelo Presidente da República Francesa.[6]

Estima-se que mais de 95% do patrimônio artístico africano esteja em museus fora da África. Somente a França possui cerca de 90 mil objetos da África subsaariana em seus museus. O relatório encaminhado ao presidente Emmanuel Macron, em novembro de 2018, recomendava que todos os objetos retirados da África subsaariana sem consentimento fossem restituídos, caso houvesse o pedido do país de origem.[7]

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Senegal unveils Museum of Black Civilisations» (em inglês). 6 de dezembro de 2018 
  2. a b Paula (6 de dezembro de 2018). «Senegal abre o Museu das Civilizações Negras, a maior coleção de arte da África». e-Global. Consultado em 22 de novembro de 2022 
  3. «Dakar's Museum of Black Civilizations is a vital step for a people reclaiming their history». Quartz (em inglês). 25 de janeiro de 2019. Consultado em 22 de novembro de 2022 
  4. «The Saga Of the Baobab: Musée des civilisations Noires». Edouard Duval-Carrié (em inglês). 4 de fevereiro de 2019. Consultado em 22 de novembro de 2022 
  5. «Le Sénégal souhaite la restitution de « toutes » ses œuvres d'art» (em francês). 28 de novembro de 2018 
  6. Lime, Ashley (23 de novembro de 2018). «A guide to Africa's 'looted treasures'» (em inglês) 
  7. Searcey, Dionne (15 de janeiro de 2019). «Senegal's Museum of Black Civilizations Welcomes Some Treasures Home». New York Times. Consultado em 21 de novembro de 2022