Nesophlox

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nesophlox
Ilustração por John Gould
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Nesophlox

Ridgway, 1910
Espécie-tipo
Trochilus evelynae
Bourcier, 1847
Espécies

2, ver texto

Sinónimos[1]

Calliphlox F. Boie, 1831
Philodice Mulsant, J. Verreaux & E. Verreaux, 1866

Nesophlox é um gênero de aves apodiformes pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores.[2] O gênero possui um total de duas espécies reconhecidas, anteriormente classificadas em Calliphlox; que se distribuem pela região ao norte do continente centro-americano, exclusivamente pela região das ilhas que constituem as Bahamas, com os seus habitats naturais sendo a maioria dos biomas e vegetações nativas — com exceção dos manguezais — e, mais recentemente, foi registrado em habitats e estruturas construídas pelo ser humano. Estas duas espécies não coexistem na mesma região do país, no qual a estrelinha-das-baamas acaba se distribuindo nas Bahamas e nas Turcas e Caicos, e a estrelinha-de-inágua sendo restrita ao distrito e ilha de Inágua. Após uma classificação revisada, o gênero no qual as espécies estavam anteriormente classificadas se tornou um monotipo para a estrelinha.[3][4][5]

As duas espécies reconhecidas dentro deste gênero se encontram classificadas dentre as "espécies pouco preocupantes" conforme a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, com ambas as espécies apresentando estabilidade em suas populações. Estas aves estão entre uma minoria que abrange os troquilídeos de distribuição pelo hemisfério norte, acima da linha do equador.[4][5]

Descrição[editar | editar código-fonte]

As estrelinhas, como outras espécies representantes da tribo Mellisugini, são beija-flores de comprimento relativamente pequeno, atingindo, em média, entre os 7,5 aos 8,5 centímetros, com o seu peso variando em torno de 2,1 até 3,1 gramas. Os dois sexos possuem um bico curto ligeiramente curvilíneo, assim como os pés, inteiramente pretos. A plumagem do macho têm coloração majoritariamente verde-escura e castanho-dourada, com os flancos sendo mais esbranquiçados ou, no caso da fêmea, em castanho-avermelhado. Os machos apresentam uma cauda mais pontuda e um pouco bifurcada, ao que as fêmeas possuem a cauda mais arredondada com penas mais largas. Um outro aspecto visual marcante do dimorfismo sexual dá-se na garganta dos machos, que apresentam um tipo de gorjeira violeta-brilhante com uma linha fina branca, a qual desaparece após a época de reprodução. Suas asas são castanho-escuras, que aparentam ser mais púrpura-enegrecido com a iridescência. O estrelinha-de-inágua possui a garganta mais avermelhada bem como a cauda mais bifurcada e penas com formato de lira. Nesta espécie, a fêmea possui o corpo verde-escuro com manchas mais claras pelo tronco, com a garganta acinzentada e abdômen acastanhado.[6][7]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

Estes estrelinhas exclusivamente pelo arquipélago de Lucayan, que inclui as ilhas de Bahamas e o território britânico das Turcas e Caicos, ambos localizados ao norte da região caribenha da América Central. Devido ao fato de que não acontecem simultaneamente por uma mesma área de distribuição geográfica, uma de suas espécies, o estrelinha-das-baamas, apresenta a distribuição mais ampla, ao que estrelinha-de-inágua está restringido ao distrito insular de Inágua.[8] Estas aves se encontram através de uma variedade de habitats diferentes, como jardins, matagais, florestas secundárias e planícies secas, bordas de florestas tropicais perenes e florestas de pinheiros. Embora a distribuição fosse originalmente restrita às Bahamas, estrelinha-das-baamas foi registrada múltiplas vezes em 1974 na Flórida, nos Estados Unidos.[9] Em 2013, um espécime foi registrado se alimentando em um bebedor por três dias no condado de Lancaster, na Pensilvânia.[10]

Sistemática e taxonomia[editar | editar código-fonte]

O gênero foi originalmente introduzido como um dos dois sinônimos de Calliphlox, com este outro sendo o Philodice, pelo ornitólogo e naturalista estadunidense Robert Ridgway, em 1910.[11] Em 2014, um estudo de filogenética molecular descobriu que este gênero era polifilético, com a classificação revisada resultando à um desmembramento de Calliphlox, duas espécies a serem movidas para Philodice e outras duas, sendo o estrelinha-das-baamas e estrelinha-de-inágua, para o gênero ressurgido Nesophlox.[12][13] Ocasionalmente, uma espécie é considerada subespécie de outra, no qual é mais comum Nesophlox lyrura ser classificado por Nesophlox evelynae lyrura.[2][14] Quando isso não ocorre, ambas as espécies se tornam monofiléticas.

Espécies[2][3][editar | editar código-fonte]

  • Nesophlox evelynae (Bourcier, 1847), estrelinha-das-baamas — pode ser encontrada nas Bahamas, com exceção de Inágua e nas ilhas Caicos
  • Nesophlox lyrura (Gould, 1869), estrelinha-de-inágua — pode ser encontrada exclusivamente na ilha de Grande Inágua, distrito das Bahamas

Referências

  1. Chesser, R.T.; Billerman, S.M.; Burns, K.J.; Cicero, C.; Dunn, J.L.; Hernández-Baños, B.E.; Jiménez, R.A.; Kratter, A.W.; Mason, N.A.; Rasmussen, P.C.; Remsen, Jr., J.V.; Stotz, D.F.; Winker, K. (2022). «Check-list of North American Birds». American Ornithologists' Society. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  2. a b c Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (11 de agosto de 2022). «Hummingbirds». International Ornithologists' Union. IOC World Bird List Version 12.2. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  3. a b Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. pp. 111—116. ISSN 1830-7809. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  4. a b BirdLife International (18 de outubro de 2018). «Lyre-tailed Hummingbird (Nesophlox lyrura. The IUCN Red List of Threatened Species. 2018: e.T133484007A133490508 (em inglês). doi:10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T133484007A133490508.enAcessível livremente. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  5. a b BirdLife International (8 de outubro de 2018). «Bahama Hummingbird (Nesophlox evelynae. The IUCN Red List of Threatened Species. 2018: e.T133484158A133484273 (em inglês). doi:10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T133484158A133484273.enAcessível livremente. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  6. Kirwan, Guy M. (2020). «Inagua Woodstar (Nesophlox lyrura), version 1.0». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.inawoo2.01. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  7. Schuchmann, Karl-Ludwig; Kirwan, Guy M.; de Juana, Eduardo (2020). «Bahama Woodstar (Nesophlox evelynae), version 1.0». Birds of the World (em inglês). doi:10.2173/bow.bahwoo.01. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  8. Chesser, J. V.; Banks, Richard C.; Burns, Kevin J.; Cicero, Carla; Dunn, Jon L.; Kratter, Andrew W.; Lovette, Irby J.; Navarro-Sigüenza, Adolfo G.; Rasmussen, Pamela C.; Remsen, Jr.; Rising, James D.; Stotz, Douglas F.; Winker, Kevin (1 de julho de 2015). «Fifty-sixth Supplement to the American Ornithologists' Union: Check-list of North American Birds». The Auk. 132 (3): 748–764. ISSN 0004-8038. doi:10.1642/AUK-15-73.1. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  9. Fisk, E.J. (1974). «Second U.S. record of a Bahama Woodstar» (PDF). American Birds. 28 (4): 855. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  10. Schneck, Marcus (8 de maio de 2013). «Harrisburg bird bander extends her streak of rare hummingbirds recorded in Pennsylvania». Penn Live. Advance Local Media. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  11. Ridgway, Robert (1910). «Diagnoses of new forms of Micropodidae and Trochilidae». Washington. Proceedings of the Biological Society of Washington. 23: 53–55. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  12. McGuire, Jimmy A.; Witt, Christopher C.; Remsen, J.V.; Corl, Ammon; Rabosky, Daniel L.; Altshuler, Douglas L.; Dudley, Robert (abril de 2014). «Molecular Phylogenetics and the Diversification of Hummingbirds». Current Biology (em inglês) (8): 910–916. doi:10.1016/j.cub.2014.03.016. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  13. Licona-Vera, Yuyini; Ornelas, Juan Francisco (dezembro de 2017). «The conquering of North America: dated phylogenetic and biogeographic inference of migratory behavior in bee hummingbirds». BMC Evolutionary Biology (em inglês) (1): 126. ISSN 1471-2148. PMC 5460336Acessível livremente. PMID 28583078. doi:10.1186/s12862-017-0980-5. Consultado em 31 de dezembro de 2022 
  14. Chesser, R Terry; Burns, Kevin J; Cicero, Carla; Dunn, Jon L; Kratter, Andrew W; Lovette, Irby J; Rasmussen, Pamela C; Remsen, J V; Stotz, Douglas F (24 de junho de 2019). «Sixtieth Supplement to the American Ornithological Society's Check-list of North American Birds». The Auk (3). ISSN 0004-8038. doi:10.1093/auk/ukz042. Consultado em 31 de dezembro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons
Wikispecies Diretório no Wikispecies