Por (povo)

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Povo peárico
População total

Menos de 10.000

Regiões com população significativa
Camboja Camboja
 Tailândia
Línguas
Línguas peáricas
Religiões
Animista, Teravada

O povo Por (em Khmer ព័រ, também Peur, Pear /ˈpɛər/; [ˈpɛə]) refere-se aos grupos indígenas — incluindo os Por, os Samre, Chong, Samray e os Sa'och — que falam uma das línguas peáricas e vivem esparsamente, após anos de conflitos no Camboja e na Tailândia.[1] Os grupos peáricos falam línguas diferentes, mas intimamente relacionadas, e compartilham muitos traços culturais que os diferem marcadamente das culturas dominantes Khmer e Thai.

Etnografia[editar | editar código-fonte]

Os povos peáricos incluem: Samre, na Província de Pursat; Samray, em Battambang; Chong e Chong-Samré, na Província Trat do leste da Tailândia; e Chong la e Chong heap, na Província de Chanthaburi, Tailândia.

Nas comunidades Por em Preah Vihear, a população estimada foi de 299 famílias (1 674 pessoas) em 2002.

De acordo com os Por Samray que vivem em Kranhung, a comunidade Samray na região do Phnom Kulen sobreviveu por causa da emigração nos dias do reino de Angkor. Após a revolta em Samlaut de 1967, os Por da área de Stung Kranhung mudaram-se para Ta Sanh.[2]

Enquanto alguns Sa'och vivem na área costeira do Camboja,[3] muitos Sa'och da área de Kampong Som foram capturados por thais, por volta de 1830, e reassentados na Província de Kanchanaburi, em território tailandês.[4] Alguns Sa'och mostram características físicas semelhantes aos negritos e, neste sentido, são diferentes de outros povos peáricos. Especula-se que os Sa'och habitavam as áreas mais elevadas, e os Samré as encostas mais baixas e áreas planas, antes da chegada dos Khmer de Champassak, em torno do século VI.

Os Chong são povos peáricos que vivem na Tailândia, nas Províncias Trat e Chanthaburi. Esse povo tradicionalmente cultiva arroz em terras altas e isoladas, por meio de coivara, e seguem religiões tradicionais, como o budismo (95%) e o cristianismo (1%).[5] O povo indígena Chong, em Koh Kong, Camboja, encontra-se ameaçado pela construção da barragem de Stung Cheay Areng, pela companhia chinesa Sinohydrdo Resources, que acarretaria o deslocamento dos moradores locais.[6]

Idioma[editar | editar código-fonte]

O povo Por fala o grupo ameaçado das línguas peáricas, as quais, assim como os costumes do povo em questão, são radicalmente diferentes das línguas dos outros grupos sociais no Camboja.[7]

Referências

  1. «International Indigenous Forum on Biodiversity, Indigenous Peoples Conservation Committee» (PDF). Open-ended Adhoc Working Group on Protected Areas United Nations Convention Biodiversity. Consultado em 11 de outubro de 2007. Arquivado do original (PDF) em 14 de junho de 2008 
  2. «Overview of the distribution of Pear (Por) people in Cambodia». ngoforum.org. Consultado em 11 de outubro de 2007. Arquivado do original em 21 de setembro de 2007 
  3. «Cambodia Home of World Heritage». mot.gov.kh. Consultado em 12 de outubro de 2007. Cópia arquivada em 24 de agosto de 2007 
  4. Isara, Choosri (2009). "Chung (Saoch) of Thailand and Cambodia: phonological and lexical comparisons"
  5. «Chong in Cambodia». Joshua Project (em inglês). Frontier Ventures. Consultado em 12 de novembro de 2016. They live in small, remote, isolated villages that are often located in heavily forested areas. Mostly they practice subsistence rice farming. [...] Buddhism 95.00 % Christianity (Evangelical 0.30 %) 1.00 % 
  6. Mam, Kalyanee (2014-10-19). "Will Cambodia Flood a Sacred and Biodiverse Valley for a Dubious Dam?"
  7. Gérard Diffloth. «Proto-Austroasiatic Creaky Voice» (PDF). Proto-Austroasiatic Creaky Voice. Consultado em 12 de novembro de 2016 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Brunet, J. The Mouth Organ Among the Samre of the Cardamom Mountains. Kuala Lumpur: Malaysian Society for Asian Studies, 1969.
  • Ironside, J., 2005. Overview of the History and Distribution of Pear (Por) Groups in Cambodia. Ministry of Land Management/GTZ/FFI, Phnom Penh.