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Santa Kateri Tekakwitha, conhecida também como "O Lírio dos Mohawks", veio ao mundo em 1656 na aldeia Mohawk de Ossernenon, no atual estado de Nova York. Aos 4 anos de idade, ficou órfã pois seus pais e seu único irmão contraíram varíola, fazendo com que seus cuidados fossem confiados à família de uma tia paterna.
No ano de 1666, durante a exploração francesa no território de sua aldeia, os Mohawk foram obrigados a migrar para uma nova aldeia em Caughnawaga, tendo que aceitar ali a convivência com missionários católicos. Nesse período, a jovem Kateri começou a ter contato com a catequese, passando também a ajudar os religiosos franceses que coordenavam o serviço de conversão dos indígenas, e a cuidar de vítimas dos conflitos entre exploradores e outras tribos inimigas. Com os religiosos ela aprendeu novas habilidades, como costurar e cozinheir, fazendo com que seus tios a vissem apta para unir-se em casamento, no entanto ela fugiu de sua aldeia pois era contrária a ideia.
Longe de sua família, ela conheceu o jesuíta Jacques de Lamberville, que introduziu-lhe no meio católico. Aos 19 anos, Kateri recebeu das mãos de Lamberville o sacramento do batismo, passando a chamar-se agora Catherine em homenagem à Santa Catarina de Siena. Quando seus familiares souberam de sua conversão ao catolicismo, iniciaram perseguições contra a jovem Kateri. O padre Lamberville providenciou-lhe refúgio na "Missão São Francisco Xavier", onde também residiam outros indígenas convertidos. Ali ela aprofundou sua experiência religiosa, professando votos de castidade, e de viver cercada de penitências físicas, como o jejum, a flagelação e exposição ao frio e ao fogo. Estava também para ser admitida como freira, mas adoeceu gravemente. Diante do sofrimento, Kateri testemunhou sua paciência e aceitação da vontade de Deus. Veio a falecer durante a Semana Santa, em 17 de abril de 1680, cercada de fama de santidade. Em 1664, uma capela foi construída sobre o seu túmulo, provocando peregrinações.
No ano de 1885 foram feitas as primeiras tentativas de elevá-la oficialmente aos altares. Suas virtudes foram reconhecidas em 1943 pelo Papa Pio XII. Em 1980, foi beatificada pelo Papa João Paulo II e finalmente canonizada em 2012 pelo Papa Bento XVI. Kateri é conhecida por ser a primeira e única indígena norte-americana a ser declarada santa pela da Igreja Católica, seu nome sendo usado até hoje para garantir as boas relações entre indígenas e católicos em épocas de colonização da região estadunidense e canadense.