Révolution et Justice

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Révolution et Justice (Revolução e Justiça) é um grupo armado envolvido na guerra civil centro-africana.

Révolution et Justice afirma existir politicamente desde agosto de 2013, nega ser um grupo rebelde e declara ter comitês de simpatizantes que se estendem dentro de um triângulo que liga Kaga-Bandoro, Bangui e Bocaranga.[1] Alguns meses após a sua criação, o movimento adquiriu um braço armado; as Forces Spéciales de Révolution Justice (FS-RJ), lideradas pelo comandante Armel Sayo.[2]

Em 2013, o mercenário belga François Toussaint, também apelidado de "David Ngoy" ou "Kalonda Omanyama", juntou-se a Armel Sayo nos Camarões e tornou-se conselheiro militar do movimento. Em novembro, os dois homens entraram na República Centro-Africana e estabeleceram um campo de treinamento na região de Paoua. O Révolution et Justice então recrutou mais de mil homens, principalmente jovens da área circundante, e apoderou-se de algumas localidades no noroeste.[3]

Sem ser o aliado dos anti-balakas,[1] nem apoiar o retorno ao poder de François Bozizé,[4] o movimento armado Revolução e Justiça é particularmente hostil aos Selekas e se opõe aos peúles. Armel Sayo e François Toussaint fundem os Selekas com os jihadistas e afirmam que estes últimos são susceptíveis de promover a chegada do Boko Haram na República Centro-Africana.[3] Em 20 de fevereiro, o movimento Revolução e Justiça também afirmou ter capturado dois homens do Boko Haram em Sido, no norte do país.[5]

Révolution et Justice publica diversos comunicados de imprensa nos quais afirma ter vencido várias batalhas contra os Selekas. Segundo eles, venceram no dia 17 de janeiro entre Boguila e Goré.[6] No dia 19, ocorreu um novo confronto em Sido, entre Markounda e Bossangoa.[7] No dia 22, o FS-RJ declarou ter matado 22 combatentes do Seleka em Boguila após dois dias de combates contra nenhuma baixa em suas fileiras, e depois capturado Bodjomo.[8][9]

Em 24 de janeiro, o movimento Revolução e Justiça anunciou que aprovava a saída de Michel Djotodia e apoiava Catherine Samba-Panza, eleita chefe do Estado de transição da República Centro-Africana.[4]

Contudo, sem fonte de renda ou meios de financiamento, o movimento se enfraqueceu a partir de janeiro de 2014. Pouco depois, François Toussaint deixou o grupo após uma disputa com Armel Sayo. Condenado à revelia à prisão perpétua por um assassinato cometido em 2005 e procurado pela Interpol, François Toussaint foi preso em Bouar em 7 de julho pela MISCA e extraditado para a Bélgica em 13 de dezembro.[3][10]

Armel Sayo foi nomeado Ministro da Juventude e dos Esportes da República Centro-Africana em 22 de agosto de 2014.[11][12]

Em janeiro de 2018, a Révolution et Justice se torna o primeiro grupo armado a aceitar o desarmamento como parte do programa nacional de desarmamento, desmobilização e reintegração.[13]

Referências