Rino Malzoni

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Rino Malzoni
Nome completo Genaro Domenico Núncio Malzoni
Nascimento 17 de março de 1917
Itália Itália
Morte outubro de 1979
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Italiano, brasileiro
Ocupação Projetista de automóveis

Genaro Domenico Núncio Malzoni, conhecido por Rino Malzoni (Itália 17 de março de 1917 - Brasil outubro de 1979), foi projetista e construtor Italiano, naturalizado brasileiro, de automóveis esportivos que em 1963 fundou a Sociedade de Automóveis Lumimari, junto com Luiz Roberto Alves da Costa (LU), Milton Masteguin (MI), Mario Cezar de Camargo Filho (MA), sendo Rino Malzoni (RI), marca essa que posteriormente se tornou a Puma Indústria de Veículos SA.

Veio para o Brasil na companhia dos pais em 1922[1]. É responsável pela criação de vários modelos esportivos, entre eles o GT Malzoni, Puma GT, Puma GT4R e Puma GTB[2]. Seu automóvel de maior sucesso foi o belo GT Malzoni. Também foi advogado e fazendeiro de cana-de-açúcar.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância e vida adulta[editar | editar código-fonte]

Rino Malzoni nasceu em 17 de março de 1917 na Itália, e veio para o Brasil com seus pais em 1922, quanto tinha apenas cinco anos de idade. Sua família, entretanto, já estava no Brasil há cinquenta anos, já que seu avô, Genaro Malzoni, imigrou para o país em 1859, mas diferentemente da maioria dos italianos que se mudavam para cá, que era em busca de trabalho, seu avô veio investir no Brasil, assim ele comprou uma região no interior de São Paulo, em Matão, e lá foi criada a Fazenda Trindade, que tinha como objetivo de plantar café.[1]

Além de criar sua fazenda, seu avô também criou um entreposto em Santos que se chamava Casa Comissária, que servia para exportar café, e com seus irmãos ele criou um banco chamado Casa Bancária Irmãos Malzoni, esse espírito de empreender que seu avô tinha serviu de muita inspiração para Rino Malzoni, anos mais tarde. O pai de Rino, Francisco Malzoni Neto, havia nascido no Brasil, mas só foi para a Itália em 1898, por conta de seu pai que gostaria de retornar para a terra natal, lá ele estudou e mais tarde se casou com Imaculatta Matarazzo e com ele teve quatro filhos, Gerano (Rino) Malzoni, Catarina Malzoni, Fulvio Malzoni e Tereza Malzoni. A família planejava voltar para o Brasil, mas enfrentou grandes problemas por conta da Primeira Guerra Mundial que assolou a Europa entre 1914 e 1918.[1]

Quando finalmente retornaram para o Brasil em 1922, Rino já mostrava interesse por carros desde criança, já que não queria que seu pai deixasse o Alfa Romeo que seu pai tinha na Itália, quando a família retorna, seu pai reassumiu os negócios que a família tinha em Matão e muitos anos depois, em 1953, ele comprou a Fazenda Chimbó, onde ele investiu em produtividade agrícola com vários maquinários e também empreendendo no ramo de bebidas.[1]

Durante sua adolescência, aos poucos sua paixão por veículos foi aumentando cada vez mais, ele aprendeu a dirigir com 14 anos e na fazenda ele aprendeu a utilizar e concertar máquinas de produção, ele também passava muito tempo com seu tio, Gino Torchio, já que ele tinha uma oficina, lá ele teve acesso à um maquinário bem moderno e aprendeu a construir e modificar peças de carros.[1] Assim ele construiu seu primeiro veículo, ele usou um Lancia com a carroceria aberta e o modificou usando peças de outros veículos, sempre se baseando em revistas europeias que tinha consigo para fazer as modificações, todas sempre com muitas anotações.[1]

Anos depois Rino se formou advogado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, que na época era uma das melhores faculdades do país e começou a trabalhar na Companhia Sul-Americana de Metais, do empresário Francisco “Baby” Pignatari. Mas sua carreira de advogado foi curta. Em 1943 se casou com Anita Artimonte, filha de José Artimonte, um fazendeiro local. Eles tiveram dois filhos, Maria do Rosário nascida em 1947 e Francisco nascido em 1955.[1]

Lumimara e Puma[editar | editar código-fonte]

Rino Malzoni sempre manteve sua paixão por automóveis e continuou construindo esses veículos em sua oficina, dentro de sua fazenda em Matão, lá ele foi contatado pela Vemag que estava afim de construir um veículo para desbancar a Willys no Autódromo de Interlagos, assim, Rino construiu o que seria mais tarde o GT Malzoni, que tinha a mecânica e chassis fornecidos pela própria Vemag, o carro se tornou um grande sucesso no ano de seu lançamento e cumpriu a promessa de ganhar da Willys, vencendo as principais corridas entre 1964 e 1965. Com esse projeto, Rino junto com Luiz Roberto Alves da Costa (LU), Milton Masteguin (MI), Mario Cezar de Camargo Filho (MA), sendo Rino Malzoni (RI), fundaram a Sociedade de Automóveis Lumimari, marca essa que posteriormente se tornou a Puma Veículos e Motores, em 1966.[1][3]

A produção e atualização de seu modelo se manteve firme e em 1966 foi lançado o Puma GT, que também era conhecido como Puma DKW, esse novo modelo se tornou um grande sucesso e isso se manteve até 1967, quando a Vemag foi comprada pela Volkswagen e a Puma deixou de ter um fornecedor de peças, estando uma situação bem complicada, Rino voltou para sua oficina em sua fazenda e trabalhou arduamente durante 9 meses para construir um novo veículo para manter a empresa firma, assim ele usou um chassi de Karmann-Ghia e mecânica VW e assim o lançou, sendo essa uma versão melhorada do modelo anterior, isso fez a empresa se manter e crescer muito, assim agora ela se tornava uma empresa de capital aberto, o sucesso foi tão grande que o veículo foi exportado para diversos países, sendo produzido até 1970.[4][5]

Já em 1969 a Puma fez uma edição limitada de seus esportivos, chamados de Puma GT4R, que foi feito especialmente para ser sorteado na revista Quatro Rodas, uma das mais importantes revistas do mundo automobilístico do país, foram produzidos apenas 3 veículos para esse sorteio, nas cores cobre, azul e verde, além de um quarto que foi feito para uso pessoal do próprio Malzoni.[6]

Rino começou com projeto de mais um novo carro, projeto que ganhou o nome de Puma GTO, que posteriormente foi batizado de Puma GTB, esse novo veículo usava um sub-chassi e mecânica Chevrolet e começou a ser desenvolvido entre 1970 e 1972, quando foi apresentado ao Salão do Automóvel no mesmo ano, entretanto o carro só chegou ao mercado em 1974.[6]

Afastamento da Puma[editar | editar código-fonte]

Em 1973, Rino Malzoni começou a passar por sérios problemas cardíacos, que o afastou por um tempo da empresa, por conta de seus problemas de saúde, os demais sócios da Puma excluíram Malzoni aos poucos com o passar do tempo de sua própria empresa, até que ele se afastou definitivamente da Puma em 1974 quando a marca passou por uma mudança de nome, deixando de ser a Puma Veículos e Motores e se tornando a Puma Indústria de Veículos.[6]

Anos posteriores e falecimento[editar | editar código-fonte]

Já afastado da Puma, ainda em 1974, Rino juntamente com seu filho, Francisco Malzoni, construíram um novo veículo, chamado de GT Malzoni, um carro esportivo feito nos moldes usados para construir o Puma GT4R, que usava uma carroceria nova que foi construída e projetada por Rino, Francisco e o dono Polyglass, fabricante de buggys, Antônio Pereira. Esse carro tinha faróis escamoteáveis e se tornou o primeiro carro nacional a tê-los e também vidros elétricos.[6]

O carro foi exposto no Salão do Automóvel de 1976 a pedido de Rino, onde o preço era de 200 mil cruzeiros, um preço muito alto em comparação à outros esportivos da época, como por exemplo o Bianco GT que custava 50 mil cruzeiros apenas, mesmo assim, para a surpresa de todos os envolvidos, foram encomendados 25 unidades desse veículo. Para atender as demandas dos novos veículos, Francisco contatou Jorge Letry, dono de uma firma de laminação de fibra de vidro para ajudar na produção, infelizmente a fábrica acabou fechando e a produção foi transferida para Araraquara. [6]

Após a mudança de local para a produção, Francisco vendeu a fábrica para José Marquez, um amigo da família Malzoni que transferiu novamente a produção para Matão, onde foram feitas 10 unidades, entretanto a produção não foi para frente por conta da morte de José Marquez após seu falecimento em um acidente automobilístico.[6]

O último projeto de Rino foi o Passat Malzoni, que foi inspirado no Dodge Polara, mas que ainda tinha fortes traços do Passat original, ele tinha faróis quadrados e diversas peças foram substituídas por peças feitas de fibra de vidro, afim de deixar o carro mais leve e mais rápido. A ideia de Rino era produzir o Passat Malzoni em pequena escala em sua oficina em Araraquara onde as modificações seriam feitas em carros fornecidos pelos próprios clientes, mas infelizmente o projeto não foi para frente por conta de seu falecimento em outubro de 1979, com seus 62 anos.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em 2009, o GT Malzoni foi incorporado ao acervo do Museu da Audi (Audi Museum Mobile), em Ingolstadt, na Alemanha.[7] Em 2013 a Puma voltou a ativa e sob o nome de Puma Automóveis Ltda, e anunciou em 2017 que está planejando o lançamento de um novo veículo chamado de Puma GT Lumimari, que leva o nome original da marca Puma e que tem o nome com as iniciais ''ri'' que significa Rino.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h https://www.rinomalzoni.com/biografia-rino-malzoni/ RinoMalzoni.com
  2. http://www.pumaclassic.com.br/2011/07/fora-de-area-malzoni-gtm-e-wmv.html Puma Classic. Fora de área - Malzoni GTM e WMV
  3. «PUMA (i)». Lexicar Brasil. 30 de maio de 2015. Consultado em 9 de junho de 2021 
  4. «Puma, Onça e Carcará». Rino Malzoni. Consultado em 9 de junho de 2021 
  5. «História da Puma Automóveis – Puma Automóveis». Consultado em 9 de junho de 2021 
  6. a b c d e f Malzoni, Francisco (2015). «Puma, Onça e Carcará». Francisco Malzoni. Consultado em 10 de junho de 2021 
  7. http://www.lexicarbrasil.com.br/malzoni/ Lexicar. Malzoni

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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