San Saba (rione de Roma)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa do Rione XXI - San Saba.

San Saba, chamado popularmente de Piccolo Aventino ("Pequeno Aventino"), é um dos vinte e dois riones de Roma, oficialmente numerado como Rione XXI, localizado no Municipio I. Criado recentemente, mas de urbanização muito antiga, ocupa as margens do grande pulmão verde de Roma, o "passeio arqueológico" entre as Termas de Caracala, o Circo Máximo e o Palatino. Seu nome é uma referência à basílica de San Saba e seu mosteiro anexo, por muitos séculos depois da queda do Império Romano do Ocidente, a única presença humana na região.

História[editar | editar código-fonte]

Brasão de San Saba: um par de chifres e uma lua crescente.

Por volta do século VII, alguns eremitas passaram a viver nas ruínas da caserna da IV coorte, convenientemente localizadas num local de onde era possível observar a maior parte da região sudeste da cidade, entre a moderna Porta San Paolo — chamada de Porta Ostiense pelos romanos — e a Porta San Sebastiano — a Porta Ápia dos romanos. No século VIII, monges orientais da comunidade fundada em Jerusalém por São Saba passaram a controlar o local e lá fundaram um mosteiro que, no século IX, era considerado o mais importante da cidade e de onde irradiou, por todo o século, uma dinâmica atividade diplomática entre Roma, Constantinopla e o mundo bárbaro.

O mosteiro acabou enriquecendo muito e era proprietário, entre outras coisas, dos castelos de Marino e Palo. Com o passar dos séculos, o local passou para o controle dos beneditinos de Cluny, os cistercienses e, a partir de 1573, do Colégio Germânico e Húngaro, dos jesuítas, que ainda vivem no local.

Atualidade[editar | editar código-fonte]

Como revelam as fotos da época, no começo do século XX a igreja e o mosteiro ainda estavam numa zona rural. O primeiro planejamento urbano de Roma (1909), realizado em 1921, criou, entre outras coisas, os novos riones populares de San Saba e Testaccio, os últimos a serem incorporados no interior da muralha, ambos separados do grande rione Ripa.

Depois da unificação da Itália, o planejamento urbano de Roma como nova capital destinou a região a ser um parque verde ao longo da Passeggiata Archeologica ("Passeio Arqueológico"). Entre 1907 e 1914, o Blocco Popolare (radicais, republicanos e socialistas do prefeito Ernesto Nathan) criou o Istituto Case Popolari sul Piccolo Aventino, entre a igreja a muralha, e construiu dez lotes de edifícios residenciais destinados à "pequena burguesia", um dos últimos planos habitacionais realizados no interior das muralhas.

O rione foi projetado, assim como as casas populares de Testaccio, pelo jovem Quadrio Pirani, e suas ruas tinham nomes de grandes arquitetos: Gian Lorenzo Bernini e Francesco Borromini, Baccio Pontelli, Palladio, Pirro Ligorio e Bramante. Situado no topo plano de uma colina, o rione é atravessado por morros e escadarias que levam até as muralhas ou ao vizinho Testaccio. As casas populares são duas villas separadas, cada uma com seus próprio jardim, e edifícios de não mais de quatro andares, com pátios espaçosos e iluminados, revestidas por uma cortina de tijolos da mesma cor da cortina da antiga igreja e das muralhas.

Mas o verdadeiro coração de San Saba é o jardim da Piazza Bernini, com suas árvores frondosas e bancos à sombra, duas fontes para cães e crianças, no meio do pequeno monumento aos mortos na Grande Guerra, o mercado matinal, o parque infantil instalado no recinto da igreja e a escola elementar de frente para a praça onde os locais votam em época de eleição. Há um quiosque, algumas mercearias, um bar e havia antigamente um cinema chamado Ruby, que agora é um pequeno teatro (Amphitryon).

Vias e monumentos[editar | editar código-fonte]

Rione San Saba
Casas populares em San Saba, um dos últimos planos habitacionais realizados no interior das muralhas.
San Saba, a antiga igreja que deu origem ao bairro.

Antiguidades romanas[editar | editar código-fonte]

Edifícios[editar | editar código-fonte]

Palácios e villas[editar | editar código-fonte]

Igrejas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Claudia Cerchiai (1990). Newton Compton Editori, ed. I Rioni e i Quartieri di Roma. RIONE XXI. SAN SABA (em italiano). 5. [S.l.: s.n.] 
  • Claudio Rendina; Donatella Paradisi (2004). Newton Compton Editori, ed. Le strade di Roma (em italiano). 1. [S.l.]: Rendina-Paradisi. ISBN 88-541-0208-3 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]