Scleronema operculatum

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Siluriformes
Família: Trichomycteridae
Subfamília: Trichomycterinae
Gênero: Scleronema
Espécie: Scleronema operculatum
C. H. Eigenmann, 1917
Distribuição geográfica

Scleronema operculatum é uma espécie de bagre (ordem Siluriformes) pertencente ao gênero Scleronema, que atualmente engloba 9 espécies.[1] Foi descrito originalmente por Carl H. Eigenmann em 1917.[2][3] É uma espécie atualmente pouco estudada, então dados relacionados à sua história de vida, anatomia e aspectos ecológicos não estão muito bem elucidados.

Descrição e morfologia externa[editar | editar código-fonte]

Scleronema operculatum é um peixe pequeno, de coloração amarronzada, com pintas mais escuras que se estendem desde a parte dorsal da cabeça até porção caudal, ocupando também a lateral superior do animal. Seu corpo é alongado e levemente achatado lateralmente. Possui uma cabeça achatada dorsoventralmente e dois barbilhões curtos com bases largas que se afunilam, um de cada lado, partindo da região próxima à narina. Possui o lábio superior mais largo que o lábio inferior.[1]

Seu tamanho padronizado, isto é, desde o focinho até a última vértebra, pode variar de 2,4 cm até 7,3 cm. Considerando a cauda, o peixe pode ter até 12 cm. Possui um par de nadadeiras peitorais, um par de nadadeiras pélvicas, uma nadadeira anal, uma nadadeira dorsal mole e uma nadadeira caudal homocerca.[1]

O trabalho original de descrição da espécie ressalta a semelhança de animais desse gênero, incluindo Scleronema operculatum, com os peixes do gênero Pygidium.[2]

Anatomia[editar | editar código-fonte]

A respeito da Osteologia, essa espécie possui uma pré-maxila com 14–19 dentes dispostos em duas fileiras; osso anterior da mandíbula inferior com 28–32 dentes dispostos em 1 a 3 fileiras; opérculo com 9-14 odontódeos e interopérculo com 10–14 odontódeos; arco hióide com 6 ou 7 raios branquiostegais; 35 ou 36 vértebras livres; 3 vértebras abdominais; 11 costelas; primeiro arco hemal completo na 4ª vértebra livre, primeira espinha hemal na 12ª vértebra livre; nadadeira dorsal com 9 pterigióforos; nadadeira anal com 6 pterigióforos.

Sobre o Sistema Laterossensorial, a espécie possui canais com tubos simples (não dendríticos) e poros externos. Também possuem: linha supraorbital com canal nasal geralmente ausente e canal frontal geralmente com poros; linha infraorbital com segmento antorbital invariavelmente ausente e canal esfenótico geralmente com poros; segmento posterior dos canais frontal, esfenótico e óptico fundidos um no outro; canais ótico, pós-ótico e escapular apresentam presença pré-operculo-mandibular e ramos pteróticos curtos e geralmente com um poro cada; canal do tronco curto geralmente com dois poros.

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Scleronema operculatum é endêmico à bacia do rio Ibicuí, um afluente do rio Uruguai no Estado do Rio Grande do Sul.[1]

Aspectos ecológicos[editar | editar código-fonte]

O Scleronema operculatum habita rios e córregos de água doce, normalmente com substrato de grãos de areia finos. A espécie pode ser encontrada em simpatria com as espécies Scleronema guapa e Scleronema minutum.[4] Quanto à alimentação, estômagos de 3 espécimes foram analisados e constatou-se que a espécie tem sua dieta principalmente centrada em formas imaturas aquáticas de insetos das ordens Diptera e Odonata.[1]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A espécie ocorre em uma área menor que 20 000 km2 e encontrada em habitats muito específicos. Entretanto, não houve detecção de ameaças e ela pode ser considerada LC (pouco preocupante).[1]

Etimologia e nomes populares[editar | editar código-fonte]

A palavra Scleronema deriva do grego “σκληρος” (skleros) = duro + “Νέμα” (nema) = filamento. Já o epíteto específico Operculatum deriva da palavra latina “operculum”, que significa opérculo (estrutura presente nos peixes ósseos e que cobre as fendas branquiais).[5] Alguns nomes populares são utilizados para se referir à espécie. No Uruguai, utiliza-se o termo “Chupa-Chupa” para se referir não somente à espécie Scleronema operculatum, se não para também se referir a outras espécies da família Trichomycteridae. No finlandês, usa-se o termo “Piikkiluikeromonni”, que significa bagre espinhoso (tradução livre). Por fim, em Mandarim, “硬絲鯰” (Yìng sī nián) significa bagre de filamento duro.[6]

Referências

  1. a b c d e f FERRER, J.; MALABARBA, L. R. Systematic revision of the Neotropical catfish genus Scleronema (Siluriformes: Trichomycteridae), with descriptions of six new species from Pampa grasslands. Neotropical Ichthyology, v. 18, n. 2, 2020.
  2. a b EIGENMANN, C. H. Descriptions of Sixteen New Species of Pygidiidæ. Proceedings of the American Philosophical Society, v. 56, n. 7, p. 690–703, 1917.
  3. GUTIÉRREZ ESPINOSA, M. C.; VELASCO GARZÓN, J. S.; LEÓN MORALES, C. A. Revisión: necesidades nutricionales de peces de la familia Pimelodidae en Sudamérica (Teleostei: Siluriformes). Revista de Biología Tropical, v. 67, n. 1, 30 jan. 2019.
  4. JULIANO FERRER DOS SANTOS FILOGENIA E REVISÃO TAXONÔMICA DO GÊNERO SCLERONEMA (SILURIFORMES: TRICHOMYCTERIDAE). [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/169541/001005361.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 5 dez. 2023.
  5. Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.
  6. ‌Common Names Summary - Scleronema operculatum. Disponível em: <https://www.fishbase.se/ComNames/CommonNameSummary.php?autoctr=187107>. Acesso em: 5 dez. 2023.


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