Selo D. Luís (fita direita)

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Os selos de D.Luís com fita direita foram selos base de Portugal. Os primeiros valores foram introduzidos em 1870 e vieram substituir os chamados fita curva.

Estes selos foram desenhados e gravados pelo primeiro gravador da Casa da Moeda, Frederico Augusto de Campos, que tinha sido incumbido de retocar os cunhos da emissão anterior, da autoria de Carlos Wiener. O seu trabalho é considerado como um dos mais belos desenhos da filatelia portuguesa.

Os selos de de fita direita circularam com desenho próprio em Portugal Continental e em todas as ex-colônias portuguesas com exceção da Guiné Portuguesa, e nos Açores e Madeira com sobrecarga adequada.

Esta foi a última emissão de selos em relevo em Portugal. Foi substituída pelas emissões de D. Luís de perfil e de frente.

No continente[editar | editar código-fonte]

Impressos um a um e dispostos regularmente em folhas de 28 exemplares, utilizaram quatro dentados diferentes, e papel liso fino, médio e espesso, papel costelado e papel porcelana. Foram reimpressos em 1885 e em 1905.

Primeira emissão[editar | editar código-fonte]

O primeiro conjunto de selos emitidos seguiu exatamente os valores e cores da emissão dos selos com fita curva e ainda um selo de 240 reis lilás, que havia sido programado mas não emitido naquela emissão. Estiveram ainda previstos selos de 480, 720 e 960 reis (para poupar selos de 240 reis), mas nunca foram abertos os cunhos para estes valores.

Valor Cor Selos emitidos Entrada em circulação Saída de circulação
5 reis preto 37.990.600 16/03/1883
10 reis amarelo 2.648.200 01/08/1884
20 reis bistre 5.059.200 01/03/1885
25 reis carmim rosa 100.699.304 16/02/1882
50 reis verde 2.142.000 26/06/1882
80 reis laranja vermelho 7.406.000 31/06/1892
100 reis lilás malva 8.617.400 15/04/1893
120 reis azul 866.600 03/1876
240 reis lilás 156.800 03/1876


Devido à alteração de taxas, depois destes selos começarem a circular, dois outros valores foram emitidos, 150 e 300 reis:

Valor Cor Selos emitidos Entrada em circulação Saída de circulação
15 reis castanho 2.928.800 31/10/1892
150 reis azul 406.000 01/04/1884
300 reis violeta 1.036.000 01/10/1893

Segunda emissão[editar | editar código-fonte]

A conselho da União Postal Universal, em 1879 passaram os selos destinados a impressos, a ser emitidos na cor verde (10 reis), e os destinados a cartas, na cor azul (50 reis). Isto traduziu-se na alteração da cor de três selos:

Valor Cor Selos emitidos Entrada em circulação Saída de circulação
10 reis verde ou verde azul 3.476.200 01/08/1884
50 reis azul 1.645.600 26/06/1882
150 reis amarelo 1.569.400 01/10/1893

Terceira emissão[editar | editar código-fonte]

Alterado o porte dos bilhetes postais para 20 reis, o selo desta taxa teria que passar a ser carmim, segundo os acordos da União Postal Universal. Como havia urgência preferiu-se usar o cunho já aberto em relevo ao invés de abrir um novo cunho na emissão corrente da época.

Pela mesma razão utilizou-se para o selo de 1000 reis, principalmente destinado a telegramas, um cunho anteriormente aberto mas nunca utilizado.

Valor Cor Selos emitidos Entrada em circulação Saída de circulação
20 reis carmim 2.800.000 31/07/1887
1000 reis preto 112.000 01/09/1910

O selo de 500 reis vermelho[editar | editar código-fonte]

Quando foi necessário abrir um cunho para um selo de 500 reis, pensou-se em fazê-lo para a nova emissão de selos com efígie de D. Luís. Contudo havia algum receio que estes selos tipografados não ficassem prontos a tempo. Como medida cautelar, pediu-se à Casa da Moeda que imprimisse 4000 folhas de selos de 500 reis de cor vermelha para o caso dos novos selos não ficarem prontos a tempo, o que não veio a acontecer, sendo que as folhas foram destruídas. Contudo conhece-se um exemplar por ter ido parar às mãos do diretor dos correios.

Nas ex-colônias[editar | editar código-fonte]

Circularam os selos de fita direita nas seguintes antigas colônias portuguesas: Angola (com legenda Província de Angola), Cabo Verde (legenda Província de Cabo Verde), São Tomé e Príncipe (legenda S. Thomé e Príncipe), Moçambique (legenda Província de Moçambique), Índia Portuguesa (legenda Índia Portuguesa), Macau e Timor (legenda Correio de Timor). Nestas a efígie do monarca é a mesma que no continente, mas a moldura apresenta algumas diferenças.

Estes selos começaram a circular em 1886 (1887 em São Tomé e Príncipe, 1888 em Timor) e vieram substituir os selos de tipo coroa.

Taxas[editar | editar código-fonte]

Com exceção da Índia, onde os selos foram emitidos em moeda local, os valores desta série foram: 5 (preto), 10 (verde), 20 (carmim), 25 (violeta lilás), 40 (castanho vermelho), 50 (azul), 100 (castanho amarelo), 200 (cinzento violeta) e 300 (laranja) reis, e ainda 80 reis (cinzento) na emissão de Timor.

Na Índia, foram emitidos os valores de 1,5 (preto), 4,5 (bistre) e 6 reis (verde escuro) e ainda 1 (carmim), 2 (azul), 4 (azul violeta) e 8 tangas (laranja).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Catálogo Afinsa de selos de Portugal, 2004
  • Catálogo Afinsa de selos das ex-colónias portuguesas, 2002
  • Oliveira Marques, História do selo postal português, segunda edição