Suzana Prates

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Suzana Prates
Suzana Prates
Nascimento 27 de junho de 1940
Belo Horizonte
Morte 5 de janeiro de 1988
Montevidéu
Ocupação ativista, socióloga, latino-americanista

Suzana Prates (27 de junho de 1940 – 5 de janeiro de 1988) era uma socióloga e acadêmica feminista brasileira. Passou a maior parte de sua carreira profissional no Uruguai, onde se dedicou à teoria feminista  daquele país e da América-latina.[1][2] Ela foi fundadora do "Centro de Estudos e Informação de Uruguai" (CIESU) e, no fim da década de 1970, ela fundou o "Grupo de Estudos sobre a condição das mulheres no Uruguai" (GRECMU)[3] Seus colegas incluíam Julieta Kirkwood e Elizabeth Jelin.[4]

Primeiros anos, juventude e educação[editar | editar código-fonte]

Suzana (ou "Susana") [5] Prates nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, em 27 de junho de 1940. Ela passou a infância com sua família no interior de Minas Gerais; sua família fazia  parte da aristocracia mineira, que Prates disse ser "parecida à da família Buendía, retratada por Gabriel García Márquez em Cem Anos da Solidão ". Ela passou toda a sua juventude no Brasil, onde estudou educação e ciências sociais.  Era um membro do grupo político operativo da esquerda emergente esquerda do Brasil e de Minas Gerais.[1] Depois disso, ela viajou para o Chile para fazer um mestrado em sociologia na "Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais" (FLACSO). No Chile, ela encontrou seu parceiro de vida, Carlos Filgueira, com quem desenvolveu muitos projetos, acadêmicos e institucionais, e com quem teve três filhos: Carlos, Fernando e Rodrigo.

Carreira e pesquisa[editar | editar código-fonte]

Depois de terminar seu mestrado e de uma breve estada no Uruguai, ela voltou ao Brasil para ensinar na Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1971, ela retornou para o Uruguai, onde  realizou a maior parte de seu trabalho acadêmico, além de seu ativismo social e político. Suas primeiras obras e pesquisas foram sobre a demografia, as estruturas sociais, e a criação dos modelos de produção agrícola que foram usadas no Uruguai e na região.[6]

Prates foi a fundadora do CIESU,[7] em conjunção com um grupo de colegas que optaram por ficar no Uruguai depois do golpe de estado em 1973. Em seguida, ela avançou com sua pesquisa e inspirou uma nova geração de cientistas sociais, apesar da repressão da ditadura de Juan María Bordaberry. Depois do CIESU, ela criou o GRECMU, que foi oficializado como um centro independente. Ela era diretora do centro, e um novo modelo foi estabelecido: seu trabalho com as organizações sociais das mulheres, combinado com sua pesquisa e  ações políticas feministas, resultou em muitas obras influentes. Um exemplo foi a revista feminista, La Cacerola,[4] de estudos monográficos,[8] que foi um emblema feminista da luta contra a ditadura.[9]

Foi nesta fase final da ditadura, e nos primeiros anos da democracia, que ela fez suas maiores contribuições para as ciências sociais e para o progresso da academia feminista do Uruguai e da América Latina. Suas teses sobre a dupla invisibilidade do trabalho feminino[10] e as relações informais entre o capital e a mão-de-obra,[11] e como tais relações contribuíram para  o patriarcado e o modelo neoliberal das exportações não-tradicionais[12] foram inovadores, tão bem como suas obras sobre as condições dos trabalhadores domésticos no país e na região.[13] Hoje, suas pesquisas sobre esses temas são textos de referência na pesquisa progressista feminista e nas agendas políticas e sociais para os direitos das mulheres. Suas obras estão disponíveis na Biblioteca Legislativa do Uruguai (Espanhol: Biblioteca del Poder Legislativo de Uruguay).[14] Ela também publicou muitos artigos em jornais acadêmico.[15]

Morte e legado[editar | editar código-fonte]

Prates morreu em Montevidéu, Uruguai, em 5 de janeiro de 1988.[4] A Biblioteca Suzana Prates é nomeado em honra dela.[4]

Trabalhos selecionados[editar | editar código-fonte]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Politica de población (1976) (com Nelly Niedworok & Carlos Filgueira)
  • Estudio y trabajo en el exterior (1977)
  • Cuando o setor formal organiza o trabalho informal : las trabajadores domiciliarias en la manufactura del calzado en Uruguay (1983)
  • Autoritarismo y democratización: actitudes y participación política de la mujer en el Uruguay (1986)
  • La mujer en el Uruguay: ayer y hoy (1986)
  • Los Centros Autónomos en Ciencias Sociales en el Uruguay. Trayetoria e perspectivas (1987)
  • Divisão do trabalho por gênero e ordem internacional (1987)
  • Las trabajadoras domiciliárias en la industria del calzado: descentralización de la produción y domesticidad (1987)
  • Participación política de la mujer en el Cono Sur: conferencia internacional (1987)
  • Cuando diez años son pocos (1988)

Artigos[editar | editar código-fonte]

  • PRATES, Suzana. El trabajo “informal” o las relaciones contradictorias entre la reproducción, la producción y el Estado. En: Documento de Trabajo CIESU, Nº 73. CIESU. Montevideo, Uruguay, 1984.
  • PRATES, Suzana. La doble invisibilidad del trabajo femenino: la producción para el mercado puesta en el domicilio. En: Documentos Ocasionales GRECMU, Nº 3. GRECMU. Montevideo, Uruguay, 1984.
  • PRATES, Suzana. Los estudios de la mujer: un desafío para la política universitaria de investigación y docencia. En: Revista de Ciencias Sociales, ICS, Mes 11, Nº 1. Fundación de Cultura Universitaria. Montevideo, Uruguay, 1986.
  • PRATES, Suzana. Organización de la producción rural y emigración. En: Documento de Trabajo CIESU, Nº 6. CIESU. Montevideo, Uruguay, 1977.
  • PRATES, Suzana. Organizaciones de apoyo a la mujer pobre en Montevideo. ¿Solución o reforzamiento de la postergación?. En: Serie Documentos Ocasionales Nº 1, GRECMU. Imprenta Índice. Montevideo, Uruguay, 1983.
  • PRATES, Suzana. Trabajo femenino e incorporación de tecnología: el “putting-out system” en la industria del cuero en Uruguay. En: Serie informes de CIESU, Nº 25. CIESU. Montevideo, Uruguay, 1984.
  • PRATES, Suzana; TAGLIORETTI, Graciela. Participación de la mujer en el mercado de trabajo uruguayo. Características y evolución reciente. En: Serie Informes de CIESU Nº 4. CIESU. Montevideo, Uruguay, 1978.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Historia feminista: Suzana Prates». cotidianomujer.org.uy (em espanhol). Cotidiano Mujer. Consultado em 3 de abril de 2022 
  2. Peker, Luciana (9 de janeiro de 2015). «ENTREVISTA Otra mochila es posible». www.pagina12.com.ar (em espanhol). Página/12 :: las12. Consultado em 3 de abril de 2022 
  3. Sapriza, Graciela. «Sobre el "difícil matrimonio". Una indagatoria sobre feminismos e izquierdas en épocas crueles.» (PDF). Los Feminismos latinoamericanos y sus múltiples temporalidades en el siglo XX. ST 40 (em espanhol). Consultado em 3 de abril de 2022 
  4. a b c d «Biblioteca Suzana Prates». ceifem.ei.udelar.edu.uy. Biblioteca – Centro de Estudios Interdisciplinarios Feministas. 27 de março de 2022. Consultado em 3 de abril de 2022. Arquivado do original em 27 de março de 2022 – via web.archive.org 
  5. Prates, Susana; Batthyany, Karina; Caetano, Gerardo; Luisi, Paulina; Frugoni, Emilio; Quijano, Carlos; Castro, Julio; Fabbri, Luce; de Aréchaga, Justino Jiménez (2018). «Los estudios de la mujer: Un desafío para la política universitaria de investigación y docencia». CLACSO. Antología del pensamiento crítico uruguayo contemporáneo: 579–598 – via JSTOR 
  6. Gustavo Cosse; Carlos H. Filgueira; Enrique Piedra Cueva; Diego E. Piñeiro; Suzana Prates; Patricio Rode (1985). Carlos H. Filgueira, ed. Movimientos sociales en el Uruguay de hoy (em espanhol). Montevideo: CLACSO - Libros. Consultado em 3 de abril de 2022 
  7. Espino, Alma. «Cotidiano Nº 43». www.cotidianomujer.org.uy. Cotidiano Mujer. Consultado em 3 de abril de 2022 
  8. Llinàs, Conxa; Luna, Lola G. (10 de novembro de 2017). Memoria, feminismos y movimientos de mujeres. Conversaciones de Conxa Llinàs con Lola G. Luna (em espanhol). [S.l.]: Edicions Universitat Barcelona. ISBN 978-84-9168-014-7. Consultado em 3 de abril de 2022 
  9. «C2.txt - Suzana Prates Ir a la navegaciónIr a la búsqueda...». www.coursehero.com. University of Notre Dame. Consultado em 3 de abril de 2022 
  10. PRATES, Suzana (1984). La doble invisibilidad del trabajo femenino: la producción para el mercado puesta en el domicilio (em espanhol). Montevideo: GRECMU. Consultado em 3 de abril de 2022 – via Biblioteca del Poder Legislativo 
  11. Héctor J. APEZECHEA; Suzana PRATES; Carlos FILGUEIRA (1977). Estudio y trabajo en el exterior (em espanhol). Montevideo: CIESU. Consultado em 3 de abril de 2022 – via Biblioteca del Poder Legislativo 
  12. PRATES, Suzana (1987). División del trabajo por género y el orden internacional (em espanhol). Montevideo: GRECMU. Consultado em 3 de abril de 2022 – via Biblioteca del Poder Legislativo 
  13. PRATES, Suzana (1987). Las trabajadoras domiciliarias en la industria del calzado : descentralización de la producción y domesticidad (em espanhol). Montevideo: CIESU : EBO (EDICIONES BANDA ORIENTAL). Consultado em 3 de abril de 2022 – via Biblioteca del Poder Legislativo 
  14. «Información del autor Suzana PRATES (1940-1988)». pmb.parlamento.gub.uy. Biblioteca del Poder Legislativo. Consultado em 3 de abril de 2022 
  15. «ARTICULOS» (PDF). Revista de Ciencias Sociales 5 Departamento de Sociología 5 Año XVI. 21. 108 páginas. 5 de agosto de 2003. Consultado em 3 de abril de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]