Taubaté (navio)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Taubaté
 Brasil
Proprietário Cia. de Navegação Lloyd Brasileiro
Operador a mesma
Construção 1905, por Bremer Vulcan Vegesacker, Bremen, Alemanha.
Lançamento maio de 1905
Porto de registro Rio de Janeiro
Estado Atacado no Egito, em 22 de março de 1941;
Encalhado no Recife, em 1954.
Características gerais
Classe cargueiro
Tonelagem 5 099 ton
Largura 16,1 m
Maquinário motor de quádrupla expansão
Comprimento 124,8 m (LPP)
Calado n/d
Propulsão turbina a vapor
Velocidade 12 nós
Carga n/d

O vapor Taubaté foi o primeiro navio brasileiro atacado pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, em 22 de março de 1941, quando navegava do Chipre para Alexandria, no Egito, com um carregamento de batatas, lã e vinho.[1]

O navio foi atacado no Mediterrâneo, quando se aproximava de seu destino, próximo à costa egípicia, por um avião da Luftwaffe que, depois de lançar bombas sem conseguir atingi-lo, metralhou a embarcação.

Segundo relato do comandante Mário Fonseca Tinoco, o navio ostentava nitidamente a bandeira brasileira pintada em ambas as bordas e, mesmo assim, o ataque não cessou, apesar de o comandante ter ordenado o içamento de uma bandeira branca no mastro principal.[1] O comandante e os oficiais do vapor declararam ao consulado brasileiro em Alexandria que a aeronave trazia as insígnias da força aérea alemã.[2]

Embora não tenha afundado o navio, o ataque causou a morte do primeiro brasileiro na guerra: o conferente José Francisco Fraga, morto no passadiço, vítima de uma rajada de metralhadora,[3] bem como ferimentos em outros 13 tripulantes.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro apresentou as devidas reclamações junto à Embaixada Alemã no Rio de Janeiro, mas não obteve qualquer resposta. No ano seguinte, os ataques se intensificaram, o que constituiu no fator determinante para a entrada do Brasil na guerra contra as potências do Eixo.

Ironicamente, o navio de 5 099 toneladas construído em 1905 era de origem alemã, e foi operado pela North German Lloyd, sob o nome Franken, até 1917, quando foi, então, confiscado pelo governo brasileiro por ocasião da entrada no país na Primeira Guerra Mundial. Renomeado Taubaté, em 1925, foi comprado pelo Lloyd Brasileiro, à época ainda uma empresa privada. Sobreviveu à guerra, e operou até 1954, quando quebrou amarras em Recife vindo a encalhar com perda total.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b SANDER. Roberto. op.cit., p.54/55.
  2. Denise de Almeida. «22 de março de 1941 — Alemães atacam navio brasileiro». Jornal do Brasil. Consultado em 19 de dezembro de 2010 
  3. Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira. «Navios Torpedeados». Consultado em 19 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 28 de julho de 2012 
  4. Oceania. «Lloyd Brasileiro». Consultado em 19 de dezembro de 2010 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SANDER. Roberto. O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]