Porto Alegre (navio)

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Porto Alegre
 Brasil
Operador Cia. Carbonífera Sul Rio-Grandense
Homônimo Porto Alegre
Construção Cantiere Navale Triestino
Lançamento maio de 1921
Porto de registro Rio de Janeiro
Estado Afundado em 3 de novembro de 1942, pelo U-504
(Hans-Georg Friedrich Poske)
Características gerais
Classe cargueiro
Tonelagem 5 187 ton.
Largura 15 m
Maquinário motor de tripla expansão
Comprimento 110,3 m
Calado 9,2 m
Propulsão vapor
Velocidade 10 nós
Carga 52 pessoas
(por ocasião do afundamento)

O cargueiro Porto Alegre foi um navio mercante brasileiro afundado em 3 de novembro de 1942, pelo submarino alemão U-504, ao largo de Port Elizabeth, na África do Sul, em águas do Oceano Índico.

Pertencia à Companhia Carbonífera Sul Rio-Grandense e foi o vigésimo-quinto navio afundado na Segunda Guerra e o quarto a sê-lo desde a declaração de guerra ao Eixo em agosto daquele ano. Consistiu no único afundamento de um navio brasileiro fora do Atlântico, no qual, uma pessoa morreu.

O navio e sua história[editar | editar código-fonte]

O navio foi completado em maio de 1921 no estaleiro italiano Cantiere Navale Triestino, em Monfalcone, perto de Trieste e pertenceu, até 1933, à operadora Cosulich Line, também de Trieste, sob o nome Gilda. Naquele ano, foi vendido à empresa brasileira Companhia Carbonífera Sul Rio-Grandense e rebatizado Porto Alegre, em homenagem à cidade homônina, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.[1]

Possuía 5 187 toneladas de arqueação bruta de registro (GRT), 110,3 metros de comprimento, 15 metros de largura e 9,2 metros decalado. Construído em casco de aço, era propelido por um motor a vapor de tripla expansão acoplado a uma hélice, fazendo-o alcançar a velocidade de 10 nós.[2]

O afundamento[editar | editar código-fonte]

Aproximadamente 150 milhas náuticas a sudeste de Port Elizabeth, no Oceano Índico, às 16:42 (Horário da Europa Central; 18:42, horário local), o cargueiro, desarmado e sem escolta, foi atingido por um torpedo disparado U-504, sob as ordens do Capitão-Tenente Hans-Georg Friedrich Poske.

Era comandado na ocasião pelo Capitão-de-Longo-Curso José Francisco Pinto de Medeiros, e fazia a rota entre Durban e Cidade do Cabo, em uma região onde nos meses anteriores os aliados tiveram perdas consideravelmente altas. O submarino alemão era de pequeno porte e tinha em sua torreta a pintura de uma cabeça de lobo emergindo das águas, com os dentes pontiagudos bem abertos à mostra.[3]

Depois de arriadas as baleeiras, às 17:20 (CET), o "u-boot" ainda disparou um segundo torpedo contra o cargueiro, fazendo-o submergir rapidamente. Em seguida, veio à tona, e um oficial interrogou o comandante brasileiro em inglês, traduzindo as respostas, em alemão, para o Capitão-Tenente Poske.

Entre os náufragos do Porto Alegre estavam 11 tripulantes do mercante inglês Laplace (torpedeado em 29 de outubro pelo U-159), resgatados na véspera – quase todos salvos, após quatro dias no mar. As baleeiras do navio brasileiro chegaram em terra no dia 7 de novembro, a 50 milhas de Port Elizabeth. A única fatalidade foi o imediato Francisco Lucas de Azevedo.[3]

Referências

  1. Uboat.net. «Porto Alegre». Consultado em 14 de março de 2011 
  2. Wrecksite. «SS Porto Alegre». Consultado em 14 de março de 2011 
  3. a b SANDER. Roberto. Op.cit., p. 232.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SANDER. Roberto. O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

Ver também[editar | editar código-fonte]