Tia Zulmira e Eu

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Tia Zulmira e Eu
Informações
Autor(es) Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
Gênero Crônicas
Idioma original português
País de origem  Brasil
Ilustração Jaguar
Editora Editora do Autor
Publicado entre 1961

Tia Zulmira e Eu é o título do primeiro livro de crônicas de Stanislaw Ponte Preta, heterônimo do jornalista brasileiro Sérgio Porto, publicado originalmente em 1961 pela Editora do Autor[1]. Posteriormente, o livro foi relançado por outras editoras, como o Círculo do Livro, contendo ilustrações de Alcy Linares [2] e Agir, com ilustrações de Jaguar [3].

Conteúdo do livro[editar | editar código-fonte]

O livro possui um prefácio sobre o heterônimo e 65 crônicas

Seu primeiro capítulo traça um perfil biográfico de Tia Zulmira, a "ermitã de Boca do Mato". Segundo este perfil-entrevista, Zulmira nasceu na Vila Isabel, em 29 de fevereiro de 1872, tendo como testemunha em seu registro a Princesa Isabel. Estudou em escolas públicas e em convento carmelita, tendo deixado o país em 1889, contrariada com a proclamação da república. Na Europa, foi vedete no Folies Bergère e ministrou aulas de letras francesas na Sorbonne. Após a morte trágica de seu primeiro marido (François Aumert) durante uma demonstração de radioatividade para Marie Curie, muda-se para Londres, mantendo relação com Charles Darwin. Realizou tour pela Europa como pianista a partir de 1913, recebendo ajuda de Albert Einstein para cruzar a fronteira quando do início da Primeira Guerra Mundial. Durante esta, atuou como espiã para os Aliados, tendo como rival Mata Hari. Casa-se com um diplomata neozelandês, Marah Andolas, vivendo em São Petersburgo até o fuzilamento do marido pela revolução de 1917. Após admoestar Stalin e Trotski, retorna ao Brasil e se fixa em Boca do Mato, após receber herança pela morte do pai em 1920. Atua como cozinheira da Coluna Prestes. Em 1930, retorna à Europa para restaurar o Juízo Final e casa-se com um sobrinho do Czar Nicolau, mudando-se para o Caribe. Após separação, volta ao Brasil, onde permanece. Casou-se ao menos 5 outras vezes.

As demais crônicas são recheadas de menções tanto aos personagens fictícios Tia Zulmira e primo Altamirando como a políticos (Princesa Isabel, Deodoro da Fonseca, Medeiros Neto, Tenório Cavalcanti, José Maria Alkmin, Osvaldo Aranha), escritores (Augusto Schmidt,Vinícius de Moraes,Manuel Bandeira), cantores (Vera Lúcia, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Vicente Celestino, Lúcio Alves, Gilberto Milfont), jornalistas (Ibrahim Sued, Alfonso "Al" Neto, Epitácio Timbaúba, Arnaldo de Castro Nogueira) e personalidades brasileiras (Luz del Fuego,Jacy Campos,Jorge Guinle). Além das menções, algumas destas personalidades figuram com destaque em algumas crônicas (como Gilberto Milfont e Lúcio Alves em O Passamento de "Bette Davis" e Ibrahim Sued em O Poliglota).

Crônicas[editar | editar código-fonte]

Capítulo Título Tia Zulmira Primo Altamirando
1 Perfil de Tia Zulmira X
2 Chateações Sutis X X
3 História do Passarinho X
4 A Moça que Foi a Paris
5 À Beira-Mar
6 Somos Bons de Banho X
7 A Arma do Crime
8 O Milagre
9 Mulher Para o Cotidiano
10 Nós, em Garrafa
11 A Arte de Presentear
12 Um Homem e Seu Complexo
13 O Seguro do Velho
14 O Cachorrinho de Dois Corações
15 Seguros de Amor X
16 Doações Corporais X
17 Os Brindes X X
18 O Velho Processo X
19 A Vaca
20 O Dedo X
21 A Menina que Suava em Cores X X
22 Do Inquirir os Querelantes X X
23 O Dia da Sinceridade
24 A Volta do Dia da Sinceridade X
25 O Dia do Papai X
26 Lição de Nudismo X
27 O Homem da Pasta Preta
28 Vamos Acabar com Esta Folga
29 Razões de Ordem Técnica
30 O Padre e o Busto X
31 A Batalha do Leblon
32 O Noivo Organizado
33 O Pelado na Arte Plástica X
34 "Queremos Ver Sangue" X
35 Nos Alcantilados da Vida
36 Mentalidade de Carburador
37 Menininha Viciada
38 Caso do Marido Doido
39 O Homem que Virou Ele X
40 O Passamento de "Bette Davis"
41 É Triste... Muito Triste
42 Um Contista Sexy 
43 Notícia de Jornal
44 História do Rio de Janeiro X
45 O Homem, o Bonde e a Mulher
46 "Nossa Sociedade"
47 O Caso do Tatu
48 O Poliglota
49 A Papagaia
50 Mulher de Borracha
51 Mulheres Medicinais X
52 Discos de Chocolate
53 Inferno Nacional
54 Colchão de Vaca
55 Ferro em Ferros X
56 A Datilografa
57 Levantadores de Copo
58 O Índio
59 De Como Caçar o Ratinho X X
60 Faquirismo e Provocação X
61 Da Galanteria X
62 Dos Sertões ao Matagal
63 Caju Amigo do Homem
64 Conto Policial X
65 "Ao Morrer Sorrindo"

Referências

  1. Arnaldo Nogueira Júnior (24 de julho de 2010). «Stanislaw Ponte Preta». Releituras. Consultado em 26 de setembro de 2020 
  2. Stanislaw Ponte Preta (1976). Tia Zulmira e Eu. São Paulo: Círculo do Livro 
  3. «Os dez +». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de setembro de 2020