Usuária:Omobirinoba/Testes

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George Alakija
Omobirinoba/Testes
Nascimento 14 de julho de 1921
Morte 11 de junho de 2005 (83 anos)
Nacionalidade brasileiro
Progenitores
  • Maxwell Porphyrio de Assumpção (Alakija)
  • Ignez Selene Assumpção
Parentesco Adeyemo Alakija; Adetokunbo Ademola
Cônjuge Agnalda de Menezes Alakija (1922-2021)​
Filho(a)(s) Geonalda Alakija Palma; Gicele Alakija; Ana Alakija
Profissão médico hipnologista
Título Alakija (Yoruba)

George de Assumpção Alakija (Salvador, 14 de julho de 1921 – Salvador, 11 de junho de 2005) foi o psiquiatra, psicoterapeuta e hipnologista pioneiro a utilizar a hipnose médica em psiquiatria clínica na Bahia de forma sistemática conforme indicam seus registros e também outras fontes.[1] O psiquiatra iniciou esses estudos em 1936, antes mesmo dessa disciplina ganhar o reconhecimento nas Américas no âmbito da Associação Médica Pan-Americana, em 1960, e a prática hipnoterápica em sua clínica psicossomática em 1954.[2] Ele computou 726 casos psiquiátricos tratados por ele sob hipnose nesse período até 1979, com mais da metade considerados como de recuperação total e relatados em trabalhos científicos e livro da sua autoria. [3] Anteriormente à sua atuação, algumas teses de doutorado sobre hipnose e sugestão podem ser encontradas nos arquivos na Faculdade de Medicina da Bahia entre os anos de 1881 a 1890 e também na primeira metade do século XX. [4] Duas dessas teses foram consideradas pelo médico psiquiatra como de grande contribuição para o uso da hipnose médica em psiquiatria clínica na Bahia e precursoras do que caracteriza hoje a hipnose científica, médica, moderna. Uma delas relata dois casos clínicos de sucesso tratados sob hipnose e a outra reporta um estudo de hipnose através da sugestão.[5]


Outro fato relevante para contextualizar essa biografia foi a perda de ‘status’ da hipnose na primeira metade do século XX, após um dos seus então mais evidentes cientistas, [Freud], ter abandonado a disciplina ao final do século XIX para abraçar a psicanálise. Apesar da relegação da hipnose no meio acadêmico por conta desse evento, George Alakija defendia que os estudos sobre aquela matéria, iniciados por Mesmer (Áustria) no século XVIII, continuaram evoluindo em termos conceituais e metodológicos através de outros cientistas, a exemplo de Pavlov (Rússia) e Bernheim (Escola de Nancy), ambos contemporâneos de Freud, e Coué (Nancy), na primeira década do século XX.[6] Alguns estudiosos que vieram a seguir e contribuíram para essa evolução citados pelo psiquiatra, com a especialidade se configurando como uma técnica de psicoterapia utilizada na medicina moderna, são Wolberg (EUA), Kretschmer (Alemanha) e Kline(EUA), os dois últimos, severos críticos de Freud. [7] Kline sustentou que Freud não era o gênio da psicanálise nem da hipnose. Ele procurou demonstrar que o famoso psicanalista cometeu várias falhas de metodologia com a hipnose e atribuiu seus desacertos pessoais ao método.[8]


George Alakija procurou combater idéias preconceituosas e distorcidas sobre a hipnose que tiveram eco no meio acadêmico após o surgimento da psicanálise através de artigos científicos, palestras, cursos e publicações de livros. Essas idéias perduraram na sociedade mesmo após a segunda metade do século XX, com a matéria associada ao obsoletismo nas ciências e ocultismo e magia para o grande público. Segundo ele, a hipnose teria tido picos de prestígio no meio das ciências médicas durante a primeira Guerra Mundial, quando foi utilizada com sucesso por Simmel para alívio de tensões dos combatentes na Alemanha e depois na segunda Guerra Mundial.[9] Mas a hipnose médica só daria mesmo uma guinada em termos de popularidade a partir dos anos 70, especialmente através do modelo Ericssoniano que susbstituiu o modelo de indução hipnótica clássica, profunda, por sugestão indireta.[10] O Brazil, incluindo vários estados, seguiu a tendência mundial e também gerou novos conhecimentos sobre a hipnose científica.[11]


Assim, apesar de nunca ter exercido a livre docência ou cátedra, o médico psiquiatra baiano foi um contribuinte importante para o desenvolvimento de conhecimentos científicos sobre a psiquiatria moderna entre a segunda metade do século XX e o início do século XXI, através de seus estudos e atuação na hipnose clínica na Bahia. A hipnose como ciência ganhou projeção e história própria no estado, utilizada em psicoterapia médica, odontologia e também em outras especialidades.[12] [nota 1] Além disso, George Alakija foi um médico carismático. Conquistou o respeito e o apreço da família, de amigos, de seus pares, de seus pacientes e da sociedade em geral.[13]


Vida Pregressa e Educação[editar | editar código-fonte]

George de Assumpção Alakija nasceu em Salvador-Bahia, a 14 de julho de 1921. Durante a sua vida cultivou um certo orgulho de ter nascido numa data sob a égide do lema de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” e fez desses valores os dele próprio.[14] Outro motivo de orgulho era o de seus laços familiares com a África. A origem da sua família é traçada para a linhagem fundadora do reino Yoruba Ikija, no antigo império de Oyo, durante a Nigéria pré-colonial.[15] A família, com conexões transatlânticas entre o Brasil, Nigéria e Reino Unido, é também uma das coroas reais fundadoras, em 1830, da cidade de Abeokuta, o coração da terra dos Yoruba, Yorubaland.[16] Por conta das suas origens fundadas na realeza tradicional africana, ele era também chamado de "O Príncipe" por alguns de seus colegas e amigos que muito o admiravam e também sua fleuma britânica.[17]


Foi o filho caçula de três crianças nascidas para o cidadão anglo-nigeriano Maxwell Porphyrio de Assumpção (1877-1933) e Ignez Selene de Assumpção (1891-1986), bahiana e primeira parteira formada na Bahia.[18] Seu pai, um Alakija, abdicou de títulos de nobreza e estudos na Europa e migrou aos 16 anos de idade para o Brasil-Bahia, onde os pais dele haviam vivido anteriormente em circunstâncias que a história ainda busca explicar; ele se formou em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia.[19] George Alakija teve como irmãos o engenheiro Delhi de Assumpção Alakija (1908-1949) e a médica otorrinolaringologista e oftalmologista Cleonice de Assumpção Alakija (1910-2000), primeira médica mulher na Bahia na segunda especialidade.[20] Alakija teve outra irmã por parte de pai, Célia Alakija, a qual foi levada por seu pai para viver em Lagos (Nigéria) e ser educada em Londres.[21]


Estudou em escola pública. A maturidade bateu cedo a sua porta ao perder o pai quando adolescente. Assim, tudo que conquistou na vida foi por mérito próprio e deveu o exemplo a seus pais. A língua inglesa, que lhe era familiar desde a infância––aprendera com seu pai e treinava ouvindo o noticiário no rádio (BBC?)–– tornou-se um instrumento de custeio de seus estudos, assim como fora para o seu progenitor.[22] George Alakija se formou em medicina em 1946, como integrante da primeira turma graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.[nota 2] Foi o único formando daquela turma a exercer a medicina psiquiátrica.[23] [nota 3]


Três fotos-arquivo de família montadas: 1) o médico George Alakija em sua beca de formatura (1946); 2) com sua esposa após a cerimônia de casamento (1949); 3) e com a primeira turma de medicina da UFBa (1946)
George Alakija foi o único médico psiquiatra da primeira turma da Faculdade de Medicina da UFBa (1946)

Carreira Profissional[editar | editar código-fonte]

Profissionalmente George Alakija atuou em duas frentes: a primeira, no serviço público, inicialmente como médico clínico psiquiatra da Previdência Social na Bahia, pelo antigo IAPC , órgão sucedido pelo também extinto INPS. O ingresso se deu em 1950 através de concurso público, passando em primeiro lugar; e depois como supervisor pelo INPS de hospitais psiquiátricos na Bahia.[24] Na iniciativa privada, ele trabalhou como médico psiquiatra do Sanatório Bahia e foi diretor clínico do Sanatório Santa Mônica de 1963 a 1966; Alakija, George. Dados Sobre o Autor. Feche os Olhos, Relaxe e Durma e Hipnose Pitoresca, ibid. Mas foi através da experiência em sua clínica particular, como médico-psiquiatra no ramo da medicina psicossomática , que ele desenvolveu e cresceu na atividade médica-psiquiátrica como psicoterapeuta, utilizando a hipnose como recurso.[25] Foram quase 60 anos de atividade profissional utilizando a hipnose médica, até o seu falecimento, aos 84 anos de idade incompletos em 11 de junho de 2005.[26]


Em suas memórias reveladas através de livros que publicou, palestras, discursos, notas e rabiscos, George Alakija contava que a paixão por essa ciência médica veio por influência da sua irmã, médica, e ainda como adolescente, a partir do contato direto que teve com pacientes crônicos do Pavilhão Augusto Maia do antigo Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, no Solar Boa Vista, antiga residência da família do poeta Castro Alves. Ele costumava passar o fim de semana numa chácara de amigos de seus familiares, com acesso pela Avenida Vasco da Gama e pelo Engenho Velho de Brotas e que dava exatamente naquele pavilhão. Ele se surpreendia e se divertia com a lucidez e criatividade dos pacientes. Naquela época tomou sua decisão: entrou para o ginásio sabendo que iria fazer vestibular para medicina. Fez o concurso de habilitação para medicina em 1941, iniciando o curso na antiga Faculdade de Medicina da Bahia.[27] Anos mais tarde, já como médico, viria a coordenar atividades exatamente naquele pavilhão, com a função de preparar médicos clínicos para o exercício da rotina psiquiátrica naquele hospital, junto com outros psiquiatras da sua geração.[28] Começou a atividade psiquiátrica em 1945, inicialmente como o segundo interno (o primeiro foi Álvaro Rubim de Pinho) e depois como médico psiquiatra clínico do Sanatório Bahia. Era o primeiro serviço psiquiátrico no estado da Bahia que reunia as caracteristicas de público e particular e também fazia atendimento mixto––ambulatorial e hospitalar.[29] [nota 4]


Alakija fazia parte daquela nova geração da psiquiatria moderna na Bahia, que tinha dentre outros atores sociais Álvaro Rubim de Pinho, Érico Novaes Filho, Gabriel Cedraz Nery, Manoel Hybernom Guerreiro e outros. Os primeiros diretores do sanatório vieram de fora do estado, Luiz Cerqueira (do Recife) e Nelson Pires (do Rio de Janeiro).[30] O sanatório era apelidado de “Casa da Lapinha”, sobre o qual Alakija escreve um livro com esse título e nele registra as primeiras atividades de medicina psiquiátrica do estado naquela época.[31]


De acordo com suas memórias em A Casa da Lapinha, ele vai para São Paulo em 1947 estudar líquido céfalo-raquidiano, opções gerais de laboratório e rotina de clínica psiquiátrica hospitalar. Trabalhou no Serviço de Assistência a Psicopatas do Hospital Central de Juqueri, que veio a se transformar no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, e Hospital das Clinicas da USP (secção de Liquor). Residiu no Sanatório Psiquiátrico de Jaguaquara. Frequentou a clínica particular de Oswaldo Lange, dono de um dos maiores laboratórios brasileiros de líquido céfalo-raquidiano no país. Interagiu com outros grandes médico-neurologistas da Academia Paulista de Medicina, a exemplo do psiquiatra psicanalista Mário Yahn. Ao retornar a Bahia, em 1948, retoma o trabalho no Sanatório Bahia com dupla função: laboratório e clínica.[32] Num curto espaço de tempo, é nomeado para o Hospital Juliano Moreira como médico psiquiatra. [33] Foi um ano marcado por profundas mudanças na sua vida, incluindo o seu casamento. Fez concurso público e passou em primeiro lugar para o cargo de médico psiquiatra do IAPC (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários). Nessa época, iniciou, também, sua clínica particular e, com ela, as atividades de hipnose clínica.[34]


Ao lado da atividade pública e sua clínica particular, George Alakija experimentou, por um certo período, outras atividades na iniciativa privada: dirige a secção psicossocial do Instituto de Fisioterapia e Reumatologia da Bahia e entra na Sociedade Serviços Médicos e Cirúrgicos da Bahia LTDA, que arrendou o Sanatório Bahia. Em 1962 passa a ser diretor da Casa de Saúde Santa Mônica, como parte da sociedade que assumiu o sanatório, função que ocupou por quatro anos. A partir de 1974, uma série de mudanças foram introduzidas no sistema da previdência social, e ele passou a ser supervisor de hospitais privados pelo INPS até 1982, cargo em que se aposentou do serviço público. Nesse ínterim se dedicou intensamente às atividades da medicina psicossomática em sua clínica particular. [35]

Hipnose Científica e Psiquiatria[editar | editar código-fonte]

Sua vida como médico e hipnoterapeuta foi profícua, apesar das barreiras raciais de dissimulação que a sociedade brasileira historicamente impõe a pessoas negras e mestiças para ascenção social, especialmente aquelas conectadas com suas origens africanas. Seu interesse pela hipnose iniciou em 1936. Quando compreendeu o valor terapêutico da hipnose como método científico, ele passou a utilizá-la em psiquiatria. Alakija publicou seu primeiro trabalho de literatura científica sobre hipnose médica em 1959, pouco mais de uma década de formado, no boletim do Hospital Juliano Moreira.[36] Vieram então outros trabalhos publicados em jornais e revistas médicas sobre psiquiatria, hipnologia e sofrologia, difundindo essas disciplinas no meio científico. Ele combatia as idéias de obsoletismo, procurando dissociar a hipnose médica clássica da hipnose médica clínica moderna e demonstrar que o recurso tinha ganho roupagem nova através dos novos modelos conceituais.[37] No decorrer da sua atuação profissional, ele publicou dois livros baseados em suas experiências com a hipnose como recurso médico-terapêutico: Hipnose Pitoresca e Feche os Olhos, Relaxe e Durma. Quando faleceu estava escrevendo um terceiro livro sobre hipnose.[38] Ele também disseminava informação sobre hipnose como recurso terapêutico para o grande público. Entre as décadas de 50 e 60, escreveu e publicou vários artigos na imprensa sobre hipnose, regressão de memória e hipnoanálise com o objetivo de valorizar a hipnose terapêutica e dissociá-la do que o público estava acostumado a ver, a hipnose "de palco".[39] [nota 5] Nessa época, a hipnose recomeçou a ganhar prestígio no meio das ciências médicas.

Hipnose Científica e Outras Especialidades Médicas[editar | editar código-fonte]

George Alakija contribuiu ainda para o desenvolvimento da hipnose científica ministrando workshops para médicos de diversas especialidades e profissionais de outras áreas. Através da conexão da hipnose com outras especialidades médicas, Alakija interagiu com profissionais como Giuseppe Mazzoni, presidente da Associação Baiana de Hipnose Médica e que conduziu a hipnose em odontologia na Bahia;[nota 6]Oswaldo Leal(clínica geral), Grimaldo Andrade (proctologia), Fernando Nova (ortopedia e reumatologia), Geraldo Cordeiro (dermatologia), e Eliezer Mendes (parapsicologia), dentre outros.[40] Quanto à hipnoanálise, essa passou a ser desenvolvida na Bahia por Alaor Coutinho.[41] Coutinho e Alakija realizaram um trabalho em conjunto de hipnose, sofrologia e hipnoanálise na Maçonaria (1980) e na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (1978).[42] O psiquiatra baiano aprofundaria seus conhecimentos sobre sofrologia nos anos 90, através do contato direto que teve com o então pai da sofrologia, o psiquiatra neurologista colombiano Alfonso Caycedo (Universidade de Barcelona). Nessa época, Alakija participou e apresentou trabalhos em diversos congressos médicos de hipnose sobre essas matérias, realizados em Salvador e em outros estados brasileiros.[43]

Hipnose Científica e Outras Psicoterapias[editar | editar código-fonte]

George Alakija foi também um mestre com apetite insaciável em termos de vontade de agregar novos conhecimentos sobre novas psicoterapias. A exemplo do curso que fez nos anos 90 de “Terapia de Vidas Passadas”, coordenado pela psicóloga Ruth Brasil, pioneira desses estudos na Bahia.[44] Durante o curso, a psicóloga teria solicitado que seu "ilustre aluno" e “papa da hipnose na Bahia” ministrasse o módulo sobre hipnose na terapia de regressão, conforme relata a filha do psiquiatra, Gicele Alakija, astróloga, psicóloga e terapeuta de vidas passadas.[45] Em 2002, ele teve a oportunidade de se relacionar diretamente com o criador da Deep Memory Process (Terapia Regressiva Integral de Vidas Passadas), o psicólogo britânico Roger Woolger, através de Gicele Alakija, então assistente de Woolger na Bahia.

Fascinado por estudos sobre a mente e fenômenos psíquicos, George Alakija ainda conduziu abordagens da hipnose em conexão com os fenômenos parapsicológicos durante a sua carreira. Ele teria feito uma palestra no Centro de Estudos Parapsicológicos em 6 de agosto de 1960 e também participado do Congresso Internacional de Parapsicologia e Hipnologia em 1995, em Toledo, Paraná. [46]

Psiquiatria Transcultural[editar | editar código-fonte]

Outro aspecto na vida do médico é a conexão dele com a transculturalidade, especialmente a forma como ele lidou com essa questão. O psiquiatra interfaceou a medicina-psiquiatria-hipnose com a cultura através de estudos relacionados enre a psiquiatria, hipnose e a religião, especialmente o Candomblé e a doutrina Espírita. Ele apresentou o trabalho científico "The Trance State in the Candomble – A Sophological Study (O Estado de Transe no Candomblé – Um estudo Sofrológico)" no Colóquio Civilização Negra e Cultura, realizado no circuito Lagos-Kaduna (Nigéria), entre 15 de janeiro e 12 de fevereiro de 1977. No estudo, o psiquiatra reconhece o transe ritualístico (e também o mediúnico) como similar ao estado hipnótico. Uma visão distinta da enviesada que as ciências médicas desenvolveram nas primeiras décadas do século XX sobre os fenômenos mediúnicos caracterizados como patologia.[47] O estudo sobre o transe foi experimental e não envolveu seus pacientes. Mas há relatos de que o psiquiatra assistia a vários pacientes da comunidade de afro-descendentes na Bahia e da comunidade africana, por órgãos que apoiavam estudantes em programas de intercâmbio do Brasil com a África.[48] Ele também assistia pacientes das comunidades lusitana, espanhola e hispânica––dessa última muitas vezes encaminhados pela representação consular de países latino-americanos.[49]

O psiquiatra baiano ainda interagia com a comunidade intelectual, ativista e religiosa Afro-bahiana, participando de seminários e simpósios, abordando conhecimentos sobre a mente com recorte social e cultural, a convite de entidades como Sociedade Protetora dos Desvalidos, a Sociedade Cruz Santa do Axê Opô Afonjá e a Ordem Rosa Cruz.[50] Além disso, debatia temas similares, a nível da relação médico-equipe de saúde e instituição e médico-paciente e seus familiares, a exemplo do "Seminário Psiquiatria e Religião" realizado em abril de 1977 no Centro de Estudos e Pesquisas do Hospital Juliano Moreira. [51] Isso demonstra que o médico, em consonância com as idéias do patrono da cadeira que ele ocupou no Instituto Bahiano de História da Medicina, Juliano Moreira, era uma pessoa sensível à necessidade de uma psiquiatria mais humanizada que olhasse não só o social, mas também a cultura do paciente, a servir de exemplo. [52]


Alakija ainda ultrapassou a fronteira dos conhecimentos da medicina ocidental––ele era também um estudioso da medicina e filosofia oriental. Tinha uma grande formação humanística, possuidor de uma extraordinária biblioteca de mais de 3.000 volumes, com títulos dos mais diversos e todos lidos por ele.[53] Por conta de suas contribuições e experiências, ele pode ser considerado uma das maiores referências em medicina psiquiátrica e hipnose contemporâneas sem desvincular essas disciplinas do social e cultural da sua época.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

George Alakija deixou um legado de valores relevantes como membro das comunidades das quais fez parte, tais como: A comunidade médica bahiana, brasileira e internacional, como fundador e membro do corpo diretor de diversas associações médicas, incluindo a Confederação Brasileira de Hipnologia (secretário geral) e a Associação Baiana de Hipnose Médica (vice-presidente);[54] maçônica, alcançando diversos graus e ocupando diversas funções na Grande Loja Unida da Bahia (Luz do Oriente) desde os anos 50;[55] cível, como membro fundador do Lions Clube Salvador-Barbalho, vice-presidente em várias gestões e assessor de cooperação internacional da Governadoria do Lions Distrito L2-Bahia;[56] intelectual-cultural, como membro da Histarte e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia;[57] e cultural-transnacional, como colaborador do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, onde compartilhava idéías com a comunidade intelectual de afrodescendentes no estado, no Brasil e com a comunidade internacional africana.[58] Por conta da sua competência moral e intelectiva, caráter e legitimidade em termos de raízes e laços com a Àfrica, serviu em missão oficial como representante do Brasil (e América do Sul) no Festival Internacional de Arte e Cultura Negra, Festac, realizado em Lagos, Nigéria, 1977.[59]


Aos 80 anos de idade foi agraciado, em abril de 2002, por sete principais instituições médicas do estado da Bahia, em cerimônia realizada na Associação Bahiana de Medicina e organizada pela Associação Psiquiátrica da Bahia e a Associação Brasileira de Psiquiatria Cultural (Regional—Bahia), tendo à frente os médicos psiquiatras Iordan Gurgel, Bernardo Assis, Augusto Conceição, Gabriel Nery, Eduardo Saback, do médico-legista Lamartine Lima e outros. As associações que o agraciaram foram: Associação Psiquiátrica da Bahia, Associação Bahiana de Medicina, o Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos, Associação Bahiana de Médicos Escritores, Instituto Bahiano de História da Medicina, Associação Brasileira de Psiquiatria Cultural (Regional—Bahia) e a Associação de Médicos Espíritas da Bahia.[60]


Foram várias outras homenagens feitas por entidades médicas e não médicas e honrarias recebidas em vida, inclusive o de ocupar, como primeiro titular, a cadeira de número 34, no Instituto Bahiano de História da Medicina, cujo patrono é Juliano Moreira e cuja posse se deu em 22 de outubro de 1980.[61] “Por seus altos méritos e pelo exemplo na integração étnica brasileira e nas relações internacionais com países africanos”, como escreve Lamartine Lima no prefácio de “A Casa da Lapinha”, recebeu da presidência da República brasileira, em 1977, em Brasília, a Comenda da Ordem do Rio Branco, no grau de Comendador.[62] Na Bahia, recebeu a Medalha Thomé de Souza em 20 de novembro de 1997 (ainda não existia a Medalha Zumbi dos Palmares).[63] Pela Nigéria, recebeu, em 2003, uma comissão de representantes da Sociedade Igbimo Agba Yoruba, de Oyo, que foi especialmente à Bahia para agraciá-lo como membro do conselho de anciãos da entidade, uma deferência feita exclusivamente a pessoas de origem Yoruba acima de 60 anos de idade. [64] Nos anos 90, um grupo de psiquiatras negros na Bahia envolvidos com estudos sobre a etnopsiquiatria, apresentou proposta à Secretaria Municipal da Saúde para um Centro de Atenção Psicosocial – CAPS–– em Salvador, passar a ser denominado com o seu nome. Faziam parte desse grupo os médicos psiquiatras Augusto Conceição, Maria Doralice de Souza, Antonio Elpídio, Luiz Carlos Austregésilo, Maria Conceição, Neusa Castilho, Nailton de Paula, Paulo Amado e Thelma Nery.[65]

Missão Cultural na África (Festac)[editar | editar código-fonte]

Por conta da missão cultural oficial do Brasil que George Alakija figurou na Nigéria, ele realizou uma série de viagens para aquele país entre os anos de 1973 e 1977. A missão culminou com a participação de uma delegação constituída por intelectuais e artistas afro-brasileiros no Segundo Festival Internacional de Artes e Cultura Negra realizado em 1977, em Lagos, na Nigéria (Festac).[66] Além do médico, integraram a delegação o músico Gilbero Gil, os artistas plásticos Emanuel Araújo, Rubens Valetim, Juarez Paraíso, o etnólogo Waldeloir Rego, e a sacerdotisa do Candomblé Olga do Alaketu, dentre outros. A representação oficial de George Alakija no FESTAC foi alvo de críticas pessoais por parte do então ativista brasileiro Abdias de Nascimento que queria apresentar um trabalho-não aceito pelo Colóquio Científico- denunciando a ‘falsa democracia racial’ no Brasil, ainda que o médico desempenhasse ali a função representativa cultural e não diplomática.[67] A mesma incumbência de George Alakija nesse evento tinha sido cumprida anteriormente pelo etnologista Edison Carneiro no primeiro Festac, realizado em Dakar, Senegal, em 1966, e posteriormente por Gilberto Gil, no World_Festival of Black_Arts Fesman, então Ministro da Cultura, realizado em Dakar, Senegal, em 2009.[68]O episódio foi interpretado pelo intelectual pan-africanista Anani Dzidzienio como uma posição entre duas dimensões de conexão [do Brasil] com a África e sua relação com a mobilidade social brasileira.[69] A primeira, associada à teoria de Herskovits, acessando retenções, memórias africanas e que tinha “o médico psiquiatra negro George Alakija, com impecável origens Yoruba” como seu maior representante; e a segunda acessando realidades contemporâneas da vida afro-brasileira, que tinha à frente o ativista Abdias do Nascimento, com “impecável credencial na luta de negros brasileiros” apontando a ausência de representantes da população afro-brasileira em suas organizações e instituições que lidavam com suas próprias questões.[70]

Livros e outras publicações[editar | editar código-fonte]

  • The Trance State in the Candomble - A Sofrologic Study. World Black and African Festival of Arts and Culture. Nigeria, Lagos. Kaduna-15th January-12th Feb. 1977. 31p. (Lagos, Nigéria, 1977)
  • Hipnose Pitoresca – Visão Moderna Sobre Hipnose Médica e Sofrologia. Salvador, Bahia, 1980.
  • Feche os Olhos, Relaxe e Durma. Relatório de Atividades Hipnológicas. Salvador, Bahia, 1992.
  • A Casa da Lapinha – Fragmentos Históricos da Psiquiatria Bahiana. Salvador, Bahia, Egba 2004.

Principais Trabalhos de Literatura Científica[editar | editar código-fonte]

  • O laboratório em Psiquiatria. Boletim do Hospital Juliano Moreira. (Janeiro-Junho, 1957) nºs 19-24.
  • A Hipnose através dos tempos. Boletim do Hospital Juliano Moreira. (Janeiro-Dezembro, 1959) .
  • Papel Atual da Hipnose em Clinica Psiquiárica. Palestra, 29 de junho de 1960. Associação Bahiana de Medicina. Boletim do Hospital Juliano Moreira
  • Hipnose. Sitientibus. (Janeiro-Junho (1992). Feira de Santana 6(9):103-119

Trabalhos em colaboração com Nelson Pires e a constelação do Sanatório Bahia[editar | editar código-fonte]

  • A propósito da convulsoterapia em portadores de tensão arterial elevada'.Neurobiologia (Março 1948) Recife.
  • Pressão sanguínea de 500 doentes mentais.Neurobiologia(Março 1948) Recife.
  • Psicoses de involução.' Arquivos de Neuropsiquiatria(Junho 1949) São Paulo.
  • Personalidades psicopáticas.Neurobiologia(1950) Recife.
  • Malarioterapia com terçã maligna.' Neurobiologia.(Junho, 1950) Recife,
  • Eletrochoque em PG.' Arquivos de Assistência a Psicopatas.(1950) Bahia.
  • Distúrbios mentais concomitantes em 3 irmãs. Arquivos de Assistência a Psicopatas (1950) Bahia.
  • Eletrochoque e prurido.' Neurobiologia. (Junho, 1952) Recife.


Trabalhos Científicos em colaboração com Geraldo Cordeiro[editar | editar código-fonte]

  • Eletrochoque e prurido.' Neurobiologia. (Junho, 1952) Recife.


Prêmios e Medalhas[editar | editar código-fonte]

  • Medalha de Honra ao Mérito Ivan Petrovich Pavlov. IV Congresso Mineiro de Hipnose e Medicina Psicossomática, 1987.
  • Medalha de Honra ao Mérito Sigmund Freud. V Congresso Mineiro de Hipnose e Medicina Psicossomática, 1988.
  • Medalha de Honra ao Mérito Álvaro Badra. VI congresso Mineiro de Medissina Psicossomática, 1989.
  • Medalha de Honra ao Mérito Enio Lima. VII Congressso Mineiro de Hipnose e Medicina Psicossomática, 1990.
  • Medalha Thomé de Souza. Câmara Municipal de Salvador 1997.
  • Comenda Rio Branco no Grau de Comendador. Ordem do Rio Branco, 1977.
  • Medalha de Honra ao Mérito. Lions Clube Salvador-Barbalho,????
  • Diploma de Honra ao Mérito. Associação Brasileira de Hipnodontia, 1989.
  • Diploma de Amigo do Exército (ano)
  • Placa de Amigo do 19BC. Batalhão Pirajá (ano)
  • Membro do Conselho de Anciãos. Sociedade Igbimo Agba Yoruba, de Oyo, 2003.

[nota 7]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Notas

  1. O Conselho Federal de Odontologia foi o primeiro órgão representativo de uma categoria profissional no Brasil a reconhecer a hipnose como ferramenta clínica (1993), seguido pelos Conselho Federal de Medicina (1999) e o Conselho Federal de Psicologia (2000). Da Rocha, Régis Pereira. Hipnose Condicionativa, Centaures,… p.29.
  2. Até março de 1946, a Universidade Federal da Bahia não tinha sido criada e a faculdade de medicina era denominada Faculdade de Medicina da Bahia.
  3. O ensino da psiquiatria era regular desde 1881 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Na Bahia, a cátedra de "Clinica Psiquiátrica" foi iniciada em 1915 mas desde os anos 1870 haviam aulas práticas sobre "Moléstias Mentais" dentro da disciplina "Patologia Interna”. Ver Jacobina, Ronaldo. A Prática Psiquiátrica na Bahia (1874-1947). (tese de doutorado) Escola Nacional de Saúde Pública-ENSP. Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ-MSp.2001(pp.100;157); e Saback e Coutinho, ibid., p.210.
  4. Antes do Sanatório Bahia, estabelecido em 1944, só existia o Hospital Juliano Moreira, fundado em 1874. Ver Pithon, Camila Costa et alli (2019). A História do primeiro Serviço Psiquiátrico em Hospital Geral do Brasil.Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, 23(2)pp.137-146.
  5. Os espetáculos públicos de hipnose promovidos por leigos foram proibidos no Brasil por decreto em 1961 e o uso da técnica hipnológica, licenciada para os médicos (1960) foi estendido a psicólogos (1964) e odontólogos (1966). Alakija, George (1992).Hipnose, ibid, pp.108;112.
  6. A Faculdade de Odontologia da UFBa manteve a hipnose como uma disciplina regular no currículo de graduação de 1955 a 1993, ministrada por Mazzoni. Da Rocha,ibid.
  7. Alakija, George. Dados Sobre o Autor. Feche os Olhos, Relaxe e Durma e Hipnose Pitoresca; Registros encontrados no Instituto Bahiano de História da Medicina.


Referências

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