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Deficiência visual
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A bengala branca é o símbolo internacional que representa pessoas com deficiência visual
Sinónimos Perda visual, visão subnormal, incapacidade visual
Especialidade Oftalmologia
Sintomas Ausência ou diminuição da função visual[1][2]
Causas Erros refrativos não corrigidos, cataratas, glaucoma[3]
Método de diagnóstico Exame ocular[2]
Tratamento Reabilitação funcional, alterações no ambiente, equipamentos de assitência[2]
Frequência 940 milhões / 13% (2015)[4]
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Deficiência visual ou perda visual é a perda ou diminuição grave e irreversível da função visual que não é corrigível com lentes ou cirurgia e que interfere com as tarefas do dia-a-dia.[1][2] A perda visual pode ser súbita e grave ou ser o resultado de uma deterioração gradual, em que objetos a grande distância se tornam cada vez mais difíceis de ver.[5] A condição causa à pessoa dificuldades em realizar atividades do dia-a-dia, como conduzir veículos, ler, socializar ou deslocar-se a pé.[2] A deficiência visual engloba todas as condições em que existe comprometimento da visão. A Organização Mundial de Saúde classifica a deficiência visual em seis graus de acordo com a acuidade visual (AV) da pessoa. Quando a perda de visão é parcial denomina-se visão subnormal. A visão subnormal pode ser ligeira, moderada ou grave. Quando a perda de visão é total ou quase total denomina-se cegueira. A cegueira divide-se em cegueira profunda, quase total e total.[6][7] A maior parte dos cegos possui alguma função visual e percebe luzes, sombras e movimento. Só uma pequena percentagem é que não possui qualquer sensação visual.[6]

As causas mais comuns de perda visual são erros refrativos não corrigidos em tempo útil (43%), cataratas (33%) e glaucoma (2%).[3] Os erros refrativos mais comuns são a miopia, hipermetropia, presbiopia e astigmatismo.[3] As cataratas são a causa mais comum de cegueira.[3] Entre outras possíveis doenças que causam perda visual estão a degeneração macular relacionada com a idade, retinopatia diabética, opacidade da córnea, cegueira infantil e diversas infeções.[8] A perda visual pode ainda ser causada por problemas neurológicos na sequência de um acidente vascular cerebral, parto prematuro ou trauma, entre outros.[9] Estes casos denominam-se deficiência visual cortical.[9] O diagnóstico de perda visual baseia-se em exames oculares.[2] O rastreio visual em crianças permite corrigir atempadamente os problemas de visão e inverter o insucesso escolar que daí resulta.[10] No entanto, os benefícios do rastreio em adultos não são claros.[11]

Estima-se que 80% dos casos de deficiência visual sejam evitáveis ou tratáveis.[3] Nos casos evitáveis inclui-se a perda visual causada por cataratas, tracoma, oncocercose, glaucoma, retinipatia diabética e alguns casos de cegueira infantil.[12] A muitas pessoas com perda visual profunda é recomendada a reabilitação funcional, alterações no ambiente e utilização de equipamentos auxiliares.[2]

Em 2015 havia 940 milhões de pessoas em todo o mundo com algum grau de perda visual.[4] Entre estas, havia 246 milhões com défice de visão e 39 milhões com cegueira.[3] A maioria das pessoas com dificuldades de visão encontram-se nos países em vias de desenvolvimento e têm mais de 50 anos de idade.[3] A prevalência de deficiência visual tem vindo a diminuir desde a década de 1990.[3] A condição tem custos económicos elevados, derivdados não só do custo do tratamento em si, como também da incapacidade para o trabalho.[13] Algumas definições incluem pessoas com dificuldades de visão por não terem acesso a óculos ou lentes de contacto.[1]

  1. a b c «Change the Definition of Blindness» (PDF). World Health Organization. Consultado em 23 de maio de 2015. Cópia arquivada (PDF) em 14 de julho de 2015 
  2. a b c d e f g «Blindness and Vision Impairment». 8 de fevereiro de 2011. Consultado em 23 de maio de 2015. Cópia arquivada em 29 de abril de 2015 
  3. a b c d e f g h «Visual impairment and blindness Fact Sheet N°282». Agosto de 2014. Consultado em 23 de maio de 2015. Cópia arquivada em 12 de maio de 2015 
  4. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMID 27733282 
  5. «Blindness». Health Service Executive Ireland. Consultado em 2 de janeiro de 2018 
  6. a b Barbara Silverstone, Bruce Rosenthal, Mary Ann Lang, eds. (2000). The Lighthouse Handbook on Vision Impairment and Vision Rehabilitation. [S.l.]: Oxford University Press. p. XIII. ISBN 9780195094893 
  7. Maberley, DA; Hollands, H; Chuo, J; Tam, G; Konkal, J; Roesch, M; Veselinovic, A; Witzigmann, M; Bassett, K (março de 2006). «The prevalence of low vision and blindness in Canada.». Eye (London, England). 20 (3): 341–6. PMID 15905873. doi:10.1038/sj.eye.6701879 
  8. GLOBAL DATA ON VISUAL IMPAIRMENTS 2010 (PDF). [S.l.]: WHO. 2012. p. 6. Cópia arquivada (PDF) em 31 de março de 2015 
  9. a b Lehman, SS (setembro de 2012). «Cortical visual impairment in children: identification, evaluation and diagnosis.». Current Opinion in Ophthalmology. 23 (5): 384–7. PMID 22805225. doi:10.1097/ICU.0b013e3283566b4b 
  10. Mathers, M; Keyes, M; Wright, M (novembro de 2010). «A review of the evidence on the effectiveness of children's vision screening.». Child: Care, Health and Development. 36 (6): 756–80. PMID 20645997. doi:10.1111/j.1365-2214.2010.01109.x 
  11. US Preventive Services Task Force (USPSTF); Siu, Albert L.; Bibbins-Domingo, Kirsten; Grossman, David C.; Baumann, Linda Ciofu; Davidson, Karina W.; Ebell, Mark; García, Francisco A. R.; Gillman, Matthew; Herzstein, Jessica; Kemper, Alex R.; Krist, Alex H.; Kurth, Ann E.; Owens, Douglas K.; Phillips, William R.; Phipps, Maureen G.; Pignone, Michael P. (1 de março de 2016). «Screening for Impaired Visual Acuity in Older Adults: US Preventive Services Task Force Recommendation Statement». JAMA. 315 (9): 908–914. ISSN 1538-3598. PMID 26934260. doi:10.1001/jama.2016.0763 
  12. «Causes of blindness and visual impairment». Consultado em 23 de maio de 2015. Cópia arquivada em 5 de junho de 2015 
  13. Rein, DB (13 de dezembro de 2013). «Vision problems are a leading source of modifiable health expenditures.». Investigative Ophthalmology & Visual Science. 54 (14): ORSF18-22. PMID 24335062. doi:10.1167/iovs.13-12818