Zêus Wantuil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Zêus Wantuil
Nascimento 6 de outubro de 1924
Rio de Janeiro
Morte 1 de setembro de 2011
Cidadania Brasil

Zêus Wantuil de Freitas (Rio de Janeiro, 6 de outubro de 19241 de setembro de 2011) foi um divulgador espírita brasileiro, pesquisador da história espírita e autor de três obras sobre o tema, e ainda colaborador da revista Reformador. É ainda considerado o maior biógrafo brasileiro de Allan Kardec.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho do ex-presidente da Federação Espírita Brasileira Antônio Wantuil de Freitas e de Zilfa Fernandes de Freitas, médium, travou desde cedo contato com a doutrina espírita por meio das sessões realizadas na sua casa, no bairro carioca de São Cristóvão.[2]

Formou-se em Farmácia em 1945 e, no ano seguinte, integra uma embaixada de jovens intelectuais brasileiros no Uruguai e Argentina.[3] Integrou a diretoria, como técnico farmacêutico, do "Laboratórios Wantuil".[4]

Em 1940 já se interessou pela história do espiritismo no Brasil e no mundo, iniciando as pesquisas que o credenciaram para, já em 1947 e bastante jovem ainda, integrar o “Grupo Ismael” – órgão dirigente da FEB, à qual se filiara no ano anterior.[3]

Trabalhava na Federação como simples auxiliar e somente em 1975 aceitou ocupar um cargo na diretoria, o de 3º Secretário, onde ficou até 1979; do ano seguinte até 2005 tornou-se assessor da presidência. [3]

Durante esses anos de serviço integral à causa espírita Wantuil publicou diversos artigos na revista Reformador, e três obras fundamentais para a história do Espiritismo.[3]

Seu velório ocorreu no Cemitério do Caju, onde foi sepultado.[5]

Críticas e referências ao autor[editar | editar código-fonte]

Seu trabalho como biógrafo de espíritas do Brasil, publicada originalmente em 1969 e tratando apenas daqueles que àquela época já eram falecidos, é criticado em estudo acadêmico de Marco Aurélio Gomes de Oliveira, apontando como falhas o fato de não citar as fontes que muitas vezes utilizou; em ao menos um caso errou na data de fundação de uma editora; assinala ainda o fato de realizar biografias de "grandes homens" e, por isso, não registrar seus feitos "menores" ou por minimizar seus defeitos; a despeito dessas críticas, Zêus Wantuil é citado como fonte em diversas passagens neste estudo de mestrado.[6]

Já sua obra sobre as mesas girantes mereceu críticas da visão católica sobre os demônios, que o espiritismo nega existirem, bem como em relação aos dogmas, no livro do padre Quevedo,[nota 1] "Os mortos interferem no mundo?" [8]

O trabalho de Wantuil é citado como fonte em estudos acadêmicos como o de Paulo César da Conceição Fernandes, onde o pesquisador revela ainda o trabalho de Wantuil como comentador da obra de P. G. Leymarie, Processo dos Espíritas,[9] Bernardo Lewgoy,[10] Anderson C. F. Brettas - onde é citado como "o principal biógrafo brasileiro de Allan Kardec" ou "o mais importante biógrafo" do fundador do espiritismo no país,[1], Daniel Simões do Valle[11] entre outros, como o Dicionário mulheres do Brasil em que duas de suas biografias servem de base ali.[12]

Bibliografia do autor[editar | editar código-fonte]

Zêus Wantuil escreveu 3 obras:

  • As Mesas Girantes e o Espiritismo (1958)
  • Grandes Espíritas do Brasil (1969)[13]
  • Allan Kardec (com Francisco Thiesen, 1973, 3 volumes)
    • Obra reeditada em 2004, em 2 volumes, com o título - Allan Kardec: o Educador e o Codificador.

Notas e referências

Notas

  1. Nesta obra, erroneamente, Quevedo trata Zêus Wantuil como "ex-Presidente da Federativa" - a FEB, Federação Espírita do Brasil, entidade que ele jamais presidiu. Quevedo mantém o erro em outras citações feitas ao autor.[7]

Referências

  1. a b Anderson C. F. Brettas (2006). «Eurípedes Barsanulpho e o Colégio Allan Kardec: Capítulos de História da Educação e a Gênese do Espiritismo nas Terras do Alto Paraíba e Triângulo Mineiro (1907/1918)» (PDF). Universidade Federal de Uberlândia. Consultado em 10 de novembro de 2015 [ligação inativa]
  2. Entrevista a Reformador, pág. 11-12, in: «Um pesquisador da história do Espiritismo» (PDF). FEB. Dezembro de 2006. Consultado em 15 de dezembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2016 
  3. a b c d Affonso Soares (novembro de 2011). «Zêus Wantuil» (PDF). Reformador, pág. 36-38. Consultado em 15 de dezembro de 2014 
  4. Pág. 53. Seção 1. Diário Oficial da União (DOU) de 11 de Junho de 1955, Pág. 53. Seção 1.
  5. «Retorno à pátria espiritual: Zêus Wantuil» (PDF). Reformador. Outubro de 2011. Consultado em 15 de dezembro de 2014 
  6. Marco Aurélio Gomes de Oliveira (2014). «Imprensa Espírita na Cidade do Rio de Janeiro: propaganda, doutrina e jornalismo» (PDF). Niterói: Universidade Federal Fluminense. Consultado em 10 de novembro de 2015  (disponível através do Repositório UFF)
  7. Óscar Quevedo (s/d). «Espiritismo em maus lençois». Instituto Padre Quevedo. Consultado em 10 de novembro de 2015 
  8. Óscar G. Quevedo (1992). Os mortos interferem no mundo? - Vol. 1: "Há Provas de que os Mortos Agem?" (Volume 15 de Coleção de parapsicologia). [S.l.]: Edicoes Loyola. p. 65. ISBN 8515002736 
  9. Paulo César da Conceição Fernandes (maio de 2008). «As Origens do Espiritismo no Brasil: Razão, Cultura e Resistência no Início de uma Experiência (1850-1914)». Brasília: UNB. Consultado em 10 de novembro de 2015 
  10. Bernardo Lewgoy (2000). «Os espíritas e as letras : um estudo antropológico sobre cultura escrita e oralidade no espiritismo kardecista». UFRGS. Consultado em 10 de novembro de 2015 
  11. Daniel Simões do Valle (2010). «Intelectuais, espíritas e abolição da escravidão: os projetos de reforma da imprensa espírita (1867-1888)» (PDF). Educadores Dia a Dia (Universidade Federal Fluminense). Consultado em 10 de novembro de 2015 
  12. Schuma Schumaher, Erico Vital Brazil (2000). Dicionário mulheres do Brasil. [S.l.]: Zahar. 567 páginas. ISBN 8571105731 
  13. Grandes Espíritas do Brasil

Ligações externas[editar | editar código-fonte]