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Igrejas domésticas

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Projeção isométrica da igreja doméstica de Dura Europo, na Síria

Igrejas domésticas são locais de culto cristãos dispostos em casas.

Na igreja primitiva, por causa da perseguição aos cristãos no Império Romano, o uso de residências como local de culto é usual, como visto nas epístolas de Paulo de Tarso, como a casa da família de Narciso (Romanos 16:11) ou a casa de Priscila e Áquila (Romanos 16:5; I Coríntios 16:19), no Aventino, onde está hoje a igreja de Prisca.[1] Este foi o caso até a legalização do cristianismo pelos imperadores Constantino I e Licínio em abril de 313 com o Edito de Milão.[2]

Durante o século III, as igrejas domésticas eram a principal forma de organização da nascente igreja cristã. Algumas delas foram doadas à Igreja pelos proprietários e ficaram conhecidas como tituli, um termo que está na origem dos modernos títulos cardinalícios. No século IV, já eram vinte e cinco[3] e a eles provavelmente se juntavam outras muitas igrejas domésticas privadas.

De acordo com Atos dos Apóstolos, a primeira igreja em Jerusalém consistia em reuniões em casas e ao ar livre no local do templo judaico (Atos 2:46). Quando a igreja se espalhou por outras partes do Império Romano, as pessoas continuaram a reunir-se nas casas (Atos 16:40, 20:20). O Novo Testamento não diz nada sobre os edifícios das igrejas; por outro lado, as congregações eram realizadas em casas com esse propósito (1Co 16:19, Col 4:15).

Outras fontes históricas também não mencionam nada sobre edifícios de igrejas até o século IV, depois que o imperador Constantino legalizou o cristianismo.[4]Uma das igrejas escavadas mais antigas que os arqueólogos encontraram é a igreja doméstica de Dura Europo, na Síria.[5] O piso inferior da casa tinha um pequeno baptistério e uma sala de reuniões com motivos cristãos pintados nas paredes, enquanto no piso superior vivia uma família.

Durante os séculos 20 e 21, em alguns países do mundo que aplicam a xaria ou o comunismo, as aprovações governamentais são complexas. [6][7][8] Por causa da perseguição aos cristãos, as igrejas domésticas evangélicas desenvolveram. [9] Por exemplo, existem movimentos evangélicos de igrejas domésticas chinesas. [10] As reuniões acontecem em casas particulares, em segredo e em "ilegalidade". [11]

Referências

  1. Philip Carrington, The Early Christian Church: Volume 1, The First Christian Century, Cambridge University Press, UK, 2011, p. 41-42
  2. George Thomas Kurian, Mark A. Lamport, Encyclopedia of Christianity in the United States, Volume 5, Rowman & Littlefield, USA, 2016, p. 1142
  3. Vários autores, Lineamenti di storia dell'architettura, Sovera, Roma 2007, pag. 157
  4. Floyd V. Filson (June 1939). «The Significance of the Early House Churches». Journal of Biblical Literature. 58 (2): 105–112. JSTOR 3259855. doi:10.2307/3259855  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Snyder, Graydon F. (2003). Ante Pacem: Archaeological Evidence of Church Life Before Constantine. [S.l.]: Mercer University Press. 128 páginas 
  6. Erwin Fahlbusch, Geoffrey William Bromiley, The Encyclopedia of Christianity, Volume 4, Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 2005, p. 163
  7. Yves Mamou, Yves Mamou: «Les persécutions de chrétiens ont lieu en majorité dans des pays musulmans», lefigaro.fr, França, 20 de março de 2019
  8. Wesley Rahn, In Xi we trust - Is China cracking down on Christianity?, dw.com, Alemanha, 19 de janeiro de 2018
  9. Allan Heaton Anderson, An Introduction to Pentecostalism: Global Charismatic Christianity, Cambridge University Press, UK, 2013, p. 104
  10. Brian Stiller, Evangelicals Around the World: A Global Handbook for the 21st Century, Thomas Nelson, USA, 2015, p. 328
  11. Mark A. Lamport, Encyclopedia of Christianity in the Global South, Volume 2, Rowman & Littlefield, USA, 2018, p. 364

Ligações externas

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