Íbis
Threskiornithinae | |||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||
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Géneros | |||||||||||||
Os íbis são um grupo de aves pelecaniformes da família Threskiornithidae que formam a subfamília Threskiornithinae e que habitam pântanos, florestas e planícies,[1] sendo geralmente encontradas nas margens de lagos ou rios de regiões quentes.[2] As aves pertencentes a esta subfamília também são conhecidas como curicacas, tresquiórnis e entre outros nomes, sendo que as espécies brasileiras têm nomes locais muito variados.
Descrição
[editar | editar código-fonte]São aves pernaltas, com pescoços longos e bicos compridos e encurvados para baixo. São na maioria dos casos animais gregários, que vivem e se alimentam em grupo. Vivem em zonas costeiras ou perto de água, sondando a lama em busca de alimentos, geralmente crustáceos e moluscos. Alguns íbis mudaram para uma existência predominantemente terrestre longe da água, fazendo ninhos em penhascos em vez de em árvores e arbustos em ilhas protegidas.[3] O grupo está distribuído pelas regiões quentes de todos os continentes. São monogâmicos e altamente territoriais durante a nidificação e alimentação. Todas as espécies existentes são capazes de voar.[1]
Espécies em ordem taxonômica
[editar | editar código-fonte]Existem 28 espécies existentes e 6 espécies extintas de íbis.
Imagem | Gênero | Espécies |
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Threskiornis G.R. Gray, 1842 |
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Pseudibis Hodgson, 1844 |
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Thaumatibis |
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Geronticus Wagler, 1832 |
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Nipponia Reichenbach, 1850 |
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Bostrychia G.R. Gray, 1847 |
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Theristicus Wagler, 1832 |
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Cercibis Wagler, 1832 |
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Mesembrinibis J.L. Peters, 1930 |
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Phimosus Wagler, 1832 |
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Eudocimus Wagler, 1832 |
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Plegadis Kaup, 1829 |
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Lophotibis L. Reichenbach, 1853 |
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† Apteribis Olson & Wetmore, 1976 |
Cultura
[editar | editar código-fonte]De acordo com a tradição popular em alguns países, o íbis é a última ave a desaparecer antes de um furacão e a primeira a surgir depois da tempestade passar.[carece de fontes]
No Antigo Egito, o íbis era objeto de veneração religiosa e associado ao deus Tote. Ele é responsável pela escrita, matemática, medição e tempo, bem como a lua e magia. Em obras de arte do período tardio do Antigo Egito, Tote é popularmente representado como um homem com cabeça de íbis durante o ato de escrever.[4]
Na cidade de Hermópolis, íbis foram criados especificamente para fins de sacrifício e no serapeum em Saqqara, os arqueólogos encontraram múmias de um milhão e meio de íbis e centenas de milhares de falcões.[5]
De acordo com a lenda local na área de Birecik na Turquia, o íbis-eremita foi um dos primeiros pássaros que Noé libertou da Arca como um símbolo de fertilidade.[6]
Na Bíblia, nos livros de Levítico e Deuteronômio, o íbis é mencionado como um animal imundo, não adequado para alimentação. O íbis foi citado na Bíblia Católica e na Nova Tradução na Linguagem de Hoje no Livro de Jó como sendo uma ave que anuncia as enchentes do Rio Nilo (Jó 38:36).
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Longrich, Nicholas R.; Olson, Storrs L. (2011). «The bizarre wing of the Jamaican flightless ibis Xenicibis xympithecus: a unique vertebrate adaptation». Proc Biol Sci. 278 (1716): 2333–2337. PMC 3119002. PMID 21208965. doi:10.1098/rspb.2010.2117
- ↑ Dicionário infopédia da Língua Portuguesa (2003–2020). «Íbis». Porto Editora. Consultado em 23 de novembro de 2020
- ↑ Winkler, D. W.; Billerman, S. M.; Lovette, I.J. (2020). «Ibises and Spoonbills (Threskiornithidae)». Birds of the World. Ithaca, NY: Cornell Lab of Ornithology
- ↑ Birmingham Museum of Art. «Ibis». Consultado em 23 de novembro de 2020
- ↑ Fleming, Furgus; Lothian, Alan (1997). The Way to Eternity: Egyptian Myth. Amsterdam: Time-Life Books. pp. 66–67
- ↑ Shuker, Karl (2003). The Beasts That Hide from Man: Seeking the World's Last Undiscovered Animals. [S.l.]: Cosimo. pp. 166–168. ISBN 1-931044-64-3