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Acanthospermum australe

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Acanthospermum australe
Acanthospermum australe
Classificação científica
Reino: Plantae
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae (Compositae)
Género: Acanthospermum
Espécie: Acanthospermum australe
Nome binomial
Acanthospermum australe
(Loefl.) Kuntze

Acanthospermum australe é uma espécie do gênero botânico Acanthospermum, pertencente à família Asteraceae. Tem ocorrência em quase todas as regiões do Brasil. Tem potencial para a produção de fitoterápicos.

Características

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É uma angiosperma, herbácea, anual, perene e de vida curta (vive cerca de um ano).

Prostrada ou decumbente, ramificada, de caules arroxeados e pubescentes. Tem de 20 a 40 cm de comprimento. Folhas simples, inteiras ou de margens irregularmente serreadas, cartáceas, de 1,5 a 3,5 cm de comprimento. Capítulos terminais e axilares, com poucas flores de cor amarelada. Fruto do tipo aquênio provido de projeções rígidas.[1]

Distribuição

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Essa herbácea é nativa de regiões tropicais da América, tendo ocorrência em quase todos os estados brasileiros. Aparece em todos os biomas brasileiros, com forte presença no Cerrado.[2]

Fora do Brasil, tem ocorrência no Paraguai. [3]

Também foi introduzida em países como China, Austrália e Estados Unidos, sendo considerada espécie invasora nos estados do Hawaii e Oregon.

Nos Estados Unidos, as primeiras introduções de Acanthospermum australe ocorreram no Alabama e no Havaí, em 1877 e 1895, respectivamente. Na Austrália foi registrada pela primeira vez em Nova Gales do Sul, em 1967, e em Queensland, em 1994. [4]

Acanthospermum australe é uma planta de solo perturbado, ocorrendo comumente em margens de estradas e em lavouras.

A propagação ocorre por meio de sementes.

É utilizada como planta medicinal em muitas regiões do Brasil, na forma de chá ou em uso externo, na forma de banho. As partes utilizadas são as folhas e as raízes.[5] Pode ser facilmente confundida com Acanthospermum hispidum[6], o que pode levar a uma utilização incorreta na medicina popular. Possui ação tônica, hepatoprotetora, diaforética, antidiarreica, antimalárica, antiblenorrágica e febrífuga.

É indicada no tratamento de problemas de estômago, fígado, rins e bexiga. O chá, tanto por infusão quanto por decocção das folhas, é empregado no tratamento de tosses, febres, bronquite, dispepsia, diarreia, doenças do sistema urinário, anemia e erisipela. Externamente, na forma de banho, é indicado contra úlceras, feridas, micoses, dores lombares e renais ou nos membros[5]

É considerada uma planta daninha devido ao fato de que cresce facilmente em solos agrícolas. Se instala principalmente em campos cultivados com maracujá, banana e pêssego.

É hospedeira da mosca-branca (Bemisia tabaci), que transmite o Begomovirus, que ataca cultivos de tomate, pimentão, repolho, abóbora e melão.[7]

Na Austrália, Acanthospermum australe é vista como uma ameaça às espécies nativas pois forma amplos tapetes que inibem o desenvolvimento de outras espécies. [4]

Acanthospermum australe foi descrita pela primeira vez pelo botânico alemão Carl Ernst Otto Kuntze em seu livro Revisio Generum Plantarum, publicado em 1891.[8]

Nomes populares

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Brasil: carrapicho, carrapichinho, carrapicheiro, carrapicho rasteiro[9], carrapicho miúdo, carrapichinho de carneiro, amor de negro, matapasto[10], picão da praia[11], picão da prata, espinho de agulha, erva mijona, erva mineira, maroto, chifrinho[12], cordão de sapo, focinho de porco.

Paraguai: tapeku,

África do Sul: donkieklits; eight-seeded starbur; jodeluis; kruipsterklits; setla-bocha

Estados Unidos: creeping starbur; guay greenstripe; Paraguayan starbur; Paraguay-bur; Paraguay-starbur; sheep-bur; spiny bur; star bur

Sinônimos relevantes

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  • Melampodium australe Loefl.
  • Acanthospermum brasilum Schrank.
  • Acanthospermum hirsutum DC.
  • Acanthospermum xanthioides (Kunth) DC.
  • Echinodium prostratum Poit.
  • Orcya adhaerens Vell.
  • Orcya adhaerescens Vell.

Referências

  1. Lorenzi, Harri (2008). Plantas Medicinais no Brasil. Nativas e Exóticas. [S.l.]: Plantarum; 2ª edição 
  2. Costa, Gesimária R.; Lobo Júnior, Murillo; Café Filho, Adalberto C. (fevereiro de 2007). «Acanthospermum australe é hospedeiro alternativo de Thanatephorus cucumeris, agente causal da mela do feijoeiro». Fitopatologia Brasileira: 83–83. ISSN 0100-4158. doi:10.1590/S0100-41582007000100014. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  3. Cartilha plantas medicinais nativas de uso popular no Rio Grande do Sul (PDF). [S.l.]: Editora da Pró-Reitoria de Extensão (UFSM) 
  4. a b «Acanthospermum australe (spiny-bur)». www.cabi.org (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2022 
  5. a b Ferreira, Tarina Lins [UNESP (31 de maio de 2011). «Prospecção de inibidores da secreção de histamina a partir de espécies vegetais do cerrado da Mata Atlântica». Aleph: 82 f. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  6. Araújo, Evani de Lemos (Outubro de 2007). «Acanthospermum hispidum DC (Asteraceae): Validação para fins Farmacêuticos». Repositório Digital da UFPE. Acanthospermum hispidum DC (Asteraceae): Validação para fins Farmacêuticos. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  7. Moreira, Bragança, Henrique, Horlandezan (2010). «Manuel de identificação de plantas infestantes». Embrapa. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  8. «Tropicos | Name - Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze». legacy.tropicos.org. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  9. Barcelos, R. ., Carminate, B. ., Pacheco, T., Antunes, R., & Belinelo, V. J. . (2011). Acanthospermum australe (Loerfl.) O. Kuntze: CONSTITUINTES FITOQUÍMICOS E ENSAIO in vitro DA ATIVIDADE FITOPATOGÊNICA. ENCICLOPEDIA BIOSFERA, 7(13). Recuperado de https://conhecer.org.br/ojs/index.php/biosfera/article/view/4089
  10. Martins, Lúcia R. Rocha; Mourão, Káthia S. Mathias; Albiero, Adriana L. Meyer; Cortez, Diógenes A. Garcia; Dias-Filho, Benedito P.; Nakamura, Celso V. (março de 2006). «Estudo morfoanatômico preliminar do caule e da folha de Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze (Asteraceae-Heliantheae)». Revista Brasileira de Farmacognosia: 42–52. ISSN 0102-695X. doi:10.1590/S0102-695X2006000100009. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  11. Adati, Roberto Tsuyoshi (2006). «Estudo biofarmacognóstico de Acanthospermum australe (Loefl.) O. Kuntze Asteraceae»: 124–124. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  12. «CARRAPICHINHO | Dicionário Terminológico Bilingue - Plantas». www.esalq.usp.br. Consultado em 14 de novembro de 2022