Aires da Silva, 5.º senhor de Vagos

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 Nota: Para o bispo do Porto, veja Aires da Silva.

Aires da Silva ou Ayres da Silva (m.  25 de março de 1530), 2.° do mesmo nome, V senhor de Vagos, alcaide de Montemor-o-Velho[1], regedor das Justiças[2]. e camareiro-mor de D. João II de Portugal, foi igualmente embaixador e feito cavaleiro da Ordem da Jarreteira em Inglaterra[3].

Foi Ayres da Silva que deixou no Mosteiro de São Marcos de Coimbra as melhores obras de arte que é o seu túmulo.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em 1475 já era camareiro-môr do D. João quando príncipe, posto quando era muito moço e um dos seus favoritos.[1]

Foi ele que prendeu o Fernando II, Duque de Bragança, em Évora, no Palácio das Cinco Quinas (ainda existente; hoje da casa de Cadaval) no dia 29 de Maio de 1483. Na mesma cidade fez brilhante figura nas esplêndidas festas e torneios do casamento do Príncipe D. Afonso (1490), e logo em Julho de 1491 assistiu à trágica morte do desditoso noivo em Santarém, que expirou nas casas de seu tio Fernão Teles de Menezes, senhor de Unhão. Quatro anos depois vê morrer {{nowrap|D. João II em Alvor, envenenado, e recebe do moribundo o testamento que nomeia D. Manuel I de Portugal, sucessor à coroa. Andados outros quatro anos, acompanha o corpo do seu grande protector, o Príncipe Perfeito, exumado da catedral de Silves ao mosteiro da Batalha (1499). Enfim, é ainda Ayres da Silva quem sufoca as desordens de 1506 em Lisboa, por ocasião da matança dos judeus (19 de Abril).[1]

É nomeado em missão diplomática a Inglaterra perante Henrique VII, que o nomeará cavaleiro da Jarreteira.[1]

Distinguiu igualmente no Norte de África, na empresa que os cronistas chamam "Da Graciosa". Esta era uma fortaleza levantada no rio Luco, em Larache, para prevenir as piratarias dos mouros sobre as costas da península. O Rei de Fez pôs-lhe cerco, impedindo a sua conclusão. Ainda que Ayres tentasse libertar os sitiados, comandados por D. Diogo Fernandes de Almeida, prior do Crato, não o conseguiu; por fim fez-se um tratado de paz, retirando os nossos com todas as honras da guerra, e demoliu-se a fortaleza. O mouro contentou-se com a confirmação da paz, estipulada antes com D. Afonso V de Portugal, o que Ayres da Silva, autorizado por EI-Rei, lhe concedeu (27 de Agosto de 1489).[1]

Dados genealógicos[editar | editar código-fonte]

Filho primogénito de João da Silva, 4.º senhor de Vagos e de D. Branca Coutinho, filha de Fernão Coutinho, senhor de Penaguião, Armamar, Fontes,[desambiguação necessária] Guadim e de Maria da Cunha[3], 3.ª senhora de Basto.[1]

Casou em 1482 com D. Guiomar de Castro[4], filha de D. Garcia de Castro, senhor do Paul do Boquilobo[3], irmã de 0. Álvaro de Castro, governador de Lisboa e da Casa do Cível.[1]

Seus filhos foram :

Referências

  1. a b c d e f g h O Convento de São Marcos, por Joaquim de Vasconcelos, Revista de Guimarães, Vol. XIV, n- 2 e 3, Abril e Julho, Porto, 1897
  2. Sobre o oficio de Regedor das Justiças teve-o por desistência de seu irmão D. Fernando Coutinho da Silva, bispo de Silves, o qual renunciou no começo do reinado de D. Manuel. Em 1497 já Ayres da Silva possuía o cargo, quando acompanhou o monarca a Alcântara[desambiguação necessária] nas cerimonias do casamento com a princesa D. Isabel, filha dos Reis Católicos, com o referido príncipe D. Afonso. Tendo-o depois renunciado em 1522 ao cargo em seu filho João da Silva, com licença de D. João III. O Convento de São Marcos, por Joaquim de Vasconcelos, Revista de Guimarães, Vol. XIV, n- 2 e 3, Abril e Julho, Porto, 1897
  3. a b c Corografia portugueza, e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal, por Antonio Carvalho da Costa, Officina Real Deslandesiana, Lisboa, 1712, tomo terceiro, pág. 264
  4. Guiomar de Castro, Escritoras


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