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Alan Kurdi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alan Kurdi
Nome completoAlan Shenu
Outros nomesAylan Kurdi
Nascimento4 de maio de 2012
Kobanî, Síria
Morte2 de setembro de 2015 (3 anos)
Mar Mediterrâneo, perto de Bodrum, Turquia

Alan Kurdi (Kobanî, 4 de maio de 2012Mar Mediterrâneo, 2 de setembro de 2015) foi um menino sírio que morreu afogado numa praia da Turquia. As fotos do momento em que o corpo da criança foi encontrado na costa turca e a imagem onde um agente da polícia turca recolhe seu cadáver foram largamente reproduzidas mundo afora, gerando uma infinidade de críticas e discussões acerca da grande crise humanitária síria.[1] Junto ao pequeno faleceram também o seu irmão de cinco anos, Galip, e sua mãe, Rehan, além de ao menos outros doze sírios que viajavam desde a Turquia em dois barcos com destino à Grécia. O único membro da família Kurdi que embarcou e sobreviveu foi o pai, Abdullah. A fotógrafa turca Nilüfer Demir é a autora da imagem.

Alan Kurdi nasceu em Kobanî, cidade curda no norte da Síria, lugar onde se deu a dura Batalha de Kobanî.[1] Após se mudar por várias cidades do país para escapar do Estado Islâmico, sua família estabeleceu-se na Turquia em 2014 (O pai de Alan, Abdullah, vivia na Turquia desde 2012 em busca de trabalho, e visitava sua família na Síria de vez em quando). A família regressou a sua terra natal no começo de 2015, mas voltou para a Turquia em junho do mesmo ano, quando o Estado Islâmico novamente atacou sua cidade (massacre de Kobanî). Após tentativa frustrada de levar a família para a ilha grega de Kos, o pai tomou a decisão de transladar-se para a Europa de maneira ilegal num barco pneumático, mas a viagem terminou com a tragédia do naufrágio da embarcação. Kurdi morreu em 2 de setembro de 2015 no Mar Mediterrâneo, numa região próxima à cidade de Bodrum, Turquia.

Alan, sua mãe e irmão foram enterrados em Kobanî pelo seu pai numa triste cerimónia, em 4 de setembro de 2015. Fotógrafos da agência Reuters estiveram presentes e registaram os momentos do funeral, em meio a uma multidão de sírios consternados.[2]

As homenagens ao menino falecido sucedem-se por todo mundo: o artista indiano Sudarasan Pattaki fez uma escultura na areia com a imagem; o grupo de rock U2 rendeu homenagem a Alan e aos refugiados modificando uma canção num concerto na Itália[3][4]; centenas de marroquinos fizeram um protesto e uma homenagem ao menino curdo.[5] Em Gaza, fez-se uma homenagem fazendo uma escultura de areia numa das suas praias.[6] Na Internet, pessoas de diferentes lugares do mundo têm homenageado a Alan Kurdi divulgando as imagens como meio de protesto pela crise migratória.[7][8]

Em 13 de janeiro de 2016, o jornal francês Charlie Hebdo, conhecido por suas publicações satíricas, publicou uma charge sugerindo que se Alan Kurdi não tivesse morrido durante a travessia no mar, teria se transformado num "apalpador de bundas na Alemanha"[9], numa alusão aos graves atos de abuso sexual cometidos por imigrantes, relatados durante as comemorações de Ano-Novo, principalmente na cidade de Colônia em 1 de janeiro de 2016.[10]

Referências