António Manuel de Noronha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
António Manuel de Noronha
1.º Visconde de Santa Cruz
2.º Governador-geral de Angola
Período 1839
Antecessor(a) Manuel Bernardo Vidal
Sucessor(a) Manuel Eleutério Malheiro
Dados pessoais
Nascimento 6 de dezembro de 1772
Lisboa
Morte c.1860
Serviço militar
Lealdade Reino de Portugal
Condecorações Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada
Comendador da Ordem de Avis
 Nota: Para outros significados de António de Noronha, veja António de Noronha (desambiguação).

António Manuel de Noronha CvTEComA (Lisboa, 6 de Dezembro de 1772 – 1860), 1.º Visconde de Santa Cruz, foi um administrador colonial político e magistrado português.

Família[editar | editar código-fonte]

Filho de Cipriano António Rodrigues das Neves, nascido em Lisboa, Santa Justa, 16 de Setembro de 1737, e irmão de Francisco Antunes das Neves, e de sua mulher, casados em Lisboa, Santa Engrácia, a 13 de Fevereiro de 1768, Maria Isabel de Noronha, de Lisboa, Santiago; neto paterno de Miguel Rodrigues das Neves, de Guimarães, Santa Eufémia de Prazins, e de sua mulher Maria Teodora, de Lisboa, Madalena, onde casaram; e neto materno de Filipe Caetano da Costa, Contador dos Contos da Casa dos Contos do Reino, e de sua mulher Eufémia Maria Caetana de Noronha, filha do Mestre-de-Campo João Rodrigues do Vale.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Foi Oficial da Armada Real, onde atingiu o posto de Vice-Almirante e Ministro da Marinha e Ultramar de 6 de Dezembro de 1826 a 14 de Agosto de 1827, durante a Regência da Infanta D. Isabel Maria de Bragança.[1] Em Janeiro de 1839 foi nomeado 58.º Governador-Geral da Província de Angola, tendo sido antecedido por Manuel Bernardo Vidal e sucedido por Manuel Eleutério Malheiro,[2][3][4] onde, não obstante o seu curto governo, desenvolveu uma atividade notável para o progresso daquela província. Promoveu a exploração dos jazigos de petróleo na região do Dande, o aproveitamento da Serra de Libongo e do sertão de Moçâmedes; estimulou várias explorações marítimas e fez construir uma excelente estrada do Alto das Cruzes para o Bengo. Procurou restabelecer as feiras de comércio e levou a Câmara Municipal de Luanda a realizar importantes melhoramentos na cidade. Criou a Companhia de Comércio, Agricultura e Pesca em Benguela. No seu governo, o Governador de Benguela, de Châteauneuf, realizou operações vitoriosas no Dombe Grande de Quissamba. Competiu-lhe a execução do Decreto de abolição da escravatura, mas sofreu dissabores na repressão do tráfico de negros, que se desenvolvia, com extrema energia, a ponto e prender e processar o Juiz de Direito. Esta acção provocou extraordinária agitação, que o levou a embarcar, a 23 de Novembro de 1839, num pequeno navio de guerra, de regresso a Lisboa.[5]

Foi Deputado da Nação na Legislatura de 1844 e Vogal do Supremo Conselho ou Supremo Tribunal de Justiça Militar. Governador Militar da Madeira e 26.º Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda. Era Fidalgo Cavaleiro da Casa Real,[1][5] Comendador da Real Ordem Militar de São Bento de Avis, Cavaleiro da Real Ordem Militar da Torre e Espada e condecorado com a Estrela de Ouro da Campanha de Montevideu.[1]

O título de 1.º Visconde de Santa Cruz foi-lhe concedido por Decreto de 15 de Outubro de 1851 de D. Maria II de Portugal.[1][5]

Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

Casou no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, a 10 de Agosto de 1810, para onde fora aquando da transferência da corte portuguesa para o Brasil, com Mary/Marianna Louisa (Maria/Mariana Luísa) Kair Beaumont, nascida em Ayr, South Ayrshire, e falecida em 1815/1855, filha de John (João) Beaumont e de sua mulher Elisabeth (Isabel) Kair do Clã Kerr Escocês, ambos de Ayr, South Ayrshire.[1][5] Teve duas filhas, ambas nascidas no Brasil:

Referências

  1. a b c d e f "Anuário da Nobreza de Portugal - 1985", Manuel de Melo Correia, António Luís Cansado de Carvalho de Matos e Silva, António da Costa de Albuquerque de Sousa Lara, 2.º Conde de Guedes, Edição do Instituto Português de Heráldica, 1.ª Edição, Lisboa, 1985, Tomo I, p. 774
  2. «Angola». Rulers.org 
  3. «Angola». Worldstatesmen.org [ligação inativa]
  4. African States and Rulers, John Stewart, McFarland
  5. a b c d "Nobreza de Portugal e do Brasil", Direcção de Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 2.ª Edição, Lisboa, 1989, Volume Terceiro, p. 292
  6. http://www.exercito.pt/sites/CRFunchal/Historial/Paginas/Comandantes.aspx
  7. "Raízes e Memórias", Associação Portuguesa de Genealogia, Lisboa, N.º 13, pp. 64 e 65
  8. http://pesquisa.adporto.pt/cravfrontoffice/?ID=1412872[ligação inativa]
  9. http://www.amap.com.pt/gisa/units-of-description/documents/20384/[ligação inativa]

Ver também[editar | editar código-fonte]