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A Balaiada foi uma revolução ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1840.[1]
Antecedentes
No Maranhão havia dois partidos, os liberais (chamados de bem-te-vis, por causa do seu jornal, chamado o Bem-te-vi) e os conservadores (cabanos, por analogia com os cabanos do Pará, Pernambuco e Alagoas). [1]
A revolução
A revolução tomou o nome de Balaiada, porque Balaio era o apelido de um de seus principais líderes, Francisco dos Anjos Ferreira. Ele era um fabricante de balaios, e fora vítima da violência policial, que havia violentado duas de suas filhas, sem que houvesse punição nenhuma. Em desejo de vingança, ele se tornou um vingador sanguinário e feroz, e, com seu bando, aterrorizou o interior maranhense, matando, violentando e devastando.[1]
O estopim da revolta foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, acusado pelo sub-prefeito da Vila da Manga [1] (atual Nina Rodrigues)[carece de fontes], José Egito, um cabano. No dia 13 de dezembro de 1838, Raimundo Gomes, com nove outros cabras, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, reforçando seu grupo com os prisioneiros soltos e vinte e dois soldados encarregados da segurança policial da Vila.[1]
Raimundo Gomes conseguiu o apoio de Lívio Pedro Moura, Mulungueta, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira e do Balaio, o que deu nome ao movimento.[1]
Os revoltosos, após destruir e saquear fazendas e vilas, investiram contra a Vila de Caxias, que, sob a liderança civil de João Paulo Dias e do capitão militar Ricardo Leão Sabino, conseguiram resistir, inclusive com o apoio de mulheres, a quarenta e seis dias sob o cerco do bando de Raimundo Gomes.[1]
Quando não havia mais como defender a vila, o capitão Sabino simulou haver aderido à revolta, mas disparou um canhão, causando pânico entre os balaios, o que permitiu que a vila fosse evacuada. Esta vitória animou o partido dos Bem-te-vi, que enviou emissários à capital São Luiz, pedindo a rendição ao presidente do Maranhão.[1]
Os balaios, porém, eram desorganizados, sem unidade de comando, e perderam um de seus líderes, o Balaio, que foi atingido por um projétil atirado de seu próprio bando e morreu de gangrena.[1]
A repressão
Para combatê-los a Regência enviou ao Maranhão, como Presidente e Comandante das Armas da Província o coronel Luís Alves de Lima e Silva, que tinha experiência militar por ter lutado na Guerra de Independência e na Guerra da Cisplatina, de 1825 a 1828. Ele recebeu o comando de todas as tropas em operação no Maranhão, Piauí e Ceará, e assumiu o comando em 7 de fevereiro de 1840.[1]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a9/Balaiada-1838.png)
Lima e Silva criou a Divisão Pacificadora, dividindo em três colunas, comandadas por Sérgio de Oliveira, que ocupou as comarcas de Caxias e Pastos Bons, João Thomaz Henrique, que atuou em Vargem Grande e Brejo, e Souza Pinto Magalhães, que ocupou a Vila Icatu e as margens do rio Mearim.[1]
A estratégia dos revoltosos era de guerrilha rural, atacando só os pontos fracos da defesa do governo; a resposta estratégica foi manter suficientemente guarnecidas todas as vilas e cidades importantes para os revoltosos. Destes pontos fixos, Lima e Silva combateu a Balaiada, usando muitas vezes o cerco contra grupos de rebeldes.[1]
Os balaios ainda tiveram o apoio de três mil escravos, que fugiram das fazendas, se aquilombaram e depois ficaram sob a liderança do negro Cosme Bento das Chagas.[1]
Em 23 de agosto de 1840, quando foi proclamada a maioridade do imperador Dom Pedro II, Lima e Silva anunciou aos maranhenses a quase extinção da guerra civil.[1]
Lima e Silva receberia, mais tarde, o título de Barão de Caxias por esta campanha.[carece de fontes]
Referências
Bibliografia
- MIRANDA,A. Balaios e Bem-te-vis: a guerrilha sertaneja (2a. ed.). Teresina: Instituto Dom Barreto, 2002.
- JANOTTI, Maria e Lourdes Mônaco. A Balaiada. São Paulo: Brasiliense, 1987. 74p. il.
- OTÁVIO, Bigode Janeiro: Imprensa Nacional, 1942.
- OTÁVIO, Rodrigs". São Paulo: Siciliano, 2001. 75p. ISBN 8526708694
- SANTOS, Maria Villela. A Balaiada e a insurreição de escravos no Maranhão. São Paulo: Ática, 1983. 145p.]]]