Banco da Província: diferenças entre revisões
Linha 32: | Linha 32: | ||
Sua antiga sede na Praça da Alfândega em Porto Alegre foi construída pelo arquiteto alemão [[Theodor Wiederspahn]], hoje é sede do [[Santander Cultural]].<ref>A imagem utilizada não corresponde a sede do Banco da Província, mas sim a sede do Banco Nacional do Comércio. A sede do Banco da Província estava localizada na esquina da Rua Uruguai com Rua Sete de Setembro.</ref> |
Sua antiga sede na Praça da Alfândega em Porto Alegre foi construída pelo arquiteto alemão [[Theodor Wiederspahn]], hoje é sede do [[Santander Cultural]].<ref>A imagem utilizada não corresponde a sede do Banco da Província, mas sim a sede do Banco Nacional do Comércio. A sede do Banco da Província estava localizada na esquina da Rua Uruguai com Rua Sete de Setembro.</ref> |
||
A imagem é do Banco Nacional do Comércio e não do Banco da Província cuja a sede se localizava na esquina da Sete de Setembro com Uruguai. |
|||
{{Referências}} |
{{Referências}} |
Revisão das 14h49min de 25 de março de 2013
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/18/Santander2portoalegre.jpg/300px-Santander2portoalegre.jpg)
Banco da Província foi o primeiro banco comercial do Rio Grande do Sul fundado em 1° de julho de 1858 por Lopo Gonçalves Bastos, João Batista Ferreira de Azevedo, José Antônio Coelho Júnior, entre outros comerciantes, com a finalidade de facilitar suas transações comerciais.
As tentativas de fundar o banco iniciaram em 1854, mas foram retardados pelos entraves burocráticos. Começou suas atividades com quatro funcionários, em um prédio alugado na rua da Praia, esquina com a rua de Bragança. [1] A primeira diretoria era constituída de Manuel Ferreira Porto (presidente), João Pereira Machado (secretário) e os diretores José Dias de Souza, José Joaquim dos Santos Ferreira, José Pedro Alves, José Inocêncio Pereira e Lopo Gonçalves [1]
Em 1859, comprou um prédio no Largo da Alfândega, onde funcionou até 1885, quando inaugurou a nova sede na esquina da rua Sete de Setembro com Gen. Câmara.[1]
O decreto imperial que autorizou seu funcionamento, também autorizou a emissão de papel-moeda, licença usada por pouco tempo, a partir de 1860, por causa das dificuldades como: as notas serem impressas em Londres, o pesado imposto sobre o valor da emissão e os custos com o fiscal nomeado pelo poder público para atuar junto ao banco; esta experiência foi encerrada no ano seguinte.[2]
Na década de 1890 começou uma política expansionista, implantando agências no interior do Rio Grande do Sul. [1] Em 1895, o compra o acervo das filiais do Banco da República do Brasil no Rio Grande do Sul, cuja liquidação seria decretada em 1900.[2]
Em 1909 foi autorizado a implantar a Caixa de Depósitos, com a qual pode receber depósitos e conceder empréstimos populares e descontar letras comerciais, bem como estender seus serviços também ao interior do Estado.[3]
No ano seguinte inicia a concessão de empréstimos hipotecários e de prazos longos ao setor rural, cobrindo uma lacuna histórica. Em 1910 também inicia o financiamento de obras públicas[1], como a ferrovia São Pedro do Sul – São Borja, com um ramal ligando Santiago do Boqueirão a São Luiz Gonzaga, iluminação pública e os primeiros projetos da Companhia Carris Porto-Alegrense. Também em 1910 forma um consórcio com o Dresdner Bank, Bank für Handel und Industrie de Berlim e pela construtora Bau und Betribskonsortium Backstein-Koppel para a construção da ferrovia Taquari-Passo Fundo.[3]
Com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, sofreu os reflexos da crise econômica, sendo obrigado a reduzir sua atividade, tendo fechado algumas filiais e liquidado a carteira de crédito real, que emprestava a longo prazo e juros baixos. [1] Em 1920 possuía 33 agências, tendo iniciado um breve período de expansão.[1] A Revolução de 1923 interrompeu os planos, levando a um aumento de inadimplência, que só se alterou em 1926 com um novo período de expansão, interrompido pela Crise de 1929.[1] Em compensação, em 1930, o governo do Estado, o nomeou seu agente financeiro.[1]
Últimos anos e fusão
Em 1967 ainda num esforço expansionista incorporou três bancos dos quais mantinha o controle acionário: Banco de Curitiba, Banco Magalhães Franco e Banco Prado Vasconcellos Júnior (este com sede e uma filial no Rio e outra filial em Aracaju); assim passou a ter 52 filiais fora do Rio Grande do Sul.[4] No mesmo ano tornou-se o primeiro banco gaúcho a criar uma carteira de crédito imobiliário, além de incorporar a Produsul e a Intersul.[4]
Em 1969 sofreu intervenção do governo do Rio Grande do Sul, sob a alegação que alguns grupos de fora do estada engendravam assumir o controle da instituição, a mais antiga do estado e com grandes interesses na economia rio-grandense.[4] Foi assim declarado de "utilidade pública", à revelia de seus acionistas e diretoria, em ato assinado pelo governador Walter Peracchi Barcelos - após numerosas reuniões, os acionistas se comprometeram a não venderem suas ações e o decreto foi revogado.[4] Porém a intervenção do governo levou a perda de confiança no banco com consequências nefastas ao seu desempenho, com perdas na captação e a necessidade de operações de redesconto onerosas.[4]
Em 1970 o banco teve seu controle assumido por uma holding vinculada ao Montepio da Família Militar e a APLUB, que passou a planejar sua fusão com outras instituições do estado, entre elas o Banmércio, que já era controlado pela APLUB.[4] Nesse período foram fechadas 5 agências: 4 no Paraná e uma em Campina Grande, reduzindo seu número de agências para 99 e o de funcionários de 3279 para 2588.[4]
Em 1972 funde-se com o Banco Nacional do Comércio (Banmércio) e o Banco Industrial e Comercial do Sul (Sulbanco), dando origem ao Banco Sul Brasileiro.[2][3]
Arquitetura das agências
A sede do banco em Cachoeira do Sul, inaugurada em 8 de setembro de 1927, teve o projeto do engenheiro e arquiteto italiano Domingos Rocco, sendo tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico-Cultural, em 1985.[5]
Em Passo Fundo o banco foi inaugurado em 1922, sua antiga agência permanece enriquecendo com sua presença e história o espaço urbano de Passo Fundo, localizado na Rua Bento Gonçalves, esquina com a Rua Moron, junto a praça Marechal Floriano no centro da cidade.[6]
Sua antiga sede na Praça da Alfândega em Porto Alegre foi construída pelo arquiteto alemão Theodor Wiederspahn, hoje é sede do Santander Cultural.[7]
A imagem é do Banco Nacional do Comércio e não do Banco da Província cuja a sede se localizava na esquina da Sete de Setembro com Uruguai.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i PETERSEN, Áurea Tomatis. Trabalhando no Banco: trajetória de mulheres gaúchas desde 1920. PUCRS, Porto Alegre, 1999.
- ↑ a b c 5 - O Sistema Financeiro Nacional, Disciplina de Economia Monetária I – ECO 02002 , Textos Selecionados, Resumidos e Adaptados, UFRGS, 2008
- ↑ a b c CORAZZA,Gentil. Sistema Financeiro e desenvolvimento do Rio Grande do Sul
- ↑ a b c d e f g GARCIA, Darcy. O sistema financeiro do Rio Grande do Sul: da criação da Caixa Econômica Estadual ao surgimento dos bancos múltiplos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1990.
- ↑ Restauração da Antiga Agência do Banco da Província do Rio Grande do Sul em Cachoeira do Sul
- ↑ Imagem 3D do Antigo Banco da Província - Passo Fundo/RS no Google 3d Warehouse
- ↑ A imagem utilizada não corresponde a sede do Banco da Província, mas sim a sede do Banco Nacional do Comércio. A sede do Banco da Província estava localizada na esquina da Rua Uruguai com Rua Sete de Setembro.
- FRANCO, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre, 4a edição, Editora da Universidade (UFRGS), Porto Alegre, 2006.
- Relatório da Diretoria,Banco da Província do Rio Grande do Sul, 90 anos, 1858-1948.